domingo, 1 de março de 2009

Pará: MST ocupa fazenda Cedro em Marabá

240 famílias ligadas ao MST ocuparam hoje (01/03) em Marabá, sudeste do Pará, a fazenda Cedro, festejada no mundo do agronegócio pelo seu caráter de excelência na produção de gado zebu.

A área é objeto de imbróglio jurídico que envolve o estado, a família Mutran e o grupo Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas, imortalizado pela sua esperteza no mundo dos negócios do mercado financeiro e investigação da PF.

O antigo castanhal foi transferido através da ferramenta jurídica do aforamento, para ser explorado de forma extrativa pela família Mutran, em particular o pecuarista Benedito.

Ao longo dos anos o castanhal deixou de existir e em seu lugar surgiu o pasto. No Pará o aforamento abrange um período de concessão de 1955 a 1966. A família Mutran foi a principal oligarquia do sudeste do Pará.

É conhecida pela forma truculenta com que costuma tratar os seus adversários e pela prática de mão de obra escrava em áreas que controlou.

Cabaceiras, desapropriação depois de 10 anos de ocupação, Mutamba e Peruano freqüentaram a lista suja do trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT) nos anos de 2003 e 2004.

Naquele período receberam a multa de maior robustez da história do MPT, um milhão e trezentos mil.

Com a ocupação da fazenda Cedro, agora são três as fazendas ocupadas pelo MST que envolve o nome da Pecuária Santa Bárbara. Ontem (28/02) o movimento rompeu as cercas da fazenda Espírito Santo, em Xinguara e em agosto do ano passado ocupou a Maria Bonita, no município de Eldorado dos Carajás.

Acusações infundadas. Charles Trocate, dirigente do MST no Pará esclarece que ocupar a fazenda Cedro é uma agenda histórica do movimento.

E quanto às acusações de seqüestro e violência que o grupo Santa Bárbara acusa o MST no caso da fazenda Espírito Santo, o dirigente informa que são infundadas e que tais práticas não integram o modo de agir do movimento.
Nas quebradas dos Carajás uma série de redes econômicas, sociais e políticas se agita na disputa pelo território. E não é de hoje.

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