sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

ONU ouve atingidos pela mineração em Carajás nesta segunda, 14, em Belém

Um GT da ONU ouve um coletivo da comunidade atingida pelo Polo de Gusa de Carajás. A comissão da ONU visitará ainda a usina de Belo Monte, em Altamira
 
Fuligem do Polo de Gusa em Açailândia-MA.
 
Atingidos pela mineração em Carajás serão ouvidos por um Grupo de Trabalho da ONU, nesta segunda, 14, em Belém. Um coletivo da comunidade de Piquiá de Baixo, da cidade de Açailândia, oeste maranhense, cravado no entorno do Polo de Gusa irá representar as populações impactadas pela mineração.  

Ao longo dos 30 anos da mineração em Carajás, a atividade tem sido indutora de desmatamento, expropriação territorial das populações tradicionais, trabalho escravo e infantil, prostituição e sangria de recursos públicos, por conta da isenção garantida pela Lei Kandir, uma criação do ex presidente FHC.

Atividade cimenta a condição colonial da Amazônia, e conta com generosos financiamentos público e outras renúncias fiscais.  Saiba mais sobre a audiência AQUI

 

Sem Censura Pará - A socióloga Rosa Rocha e a trabalhadora da feira do Ver o Peso, Olídia falam sobre o filme Todo Dia é Dia de Feira

Rosa Rocha, autora do documentário e a D. Olídia, feirante do Ver o Peso
 
A socióloga Rosa Rocha e a trabalhadora da feira do Ver o Peso, Olídia participam nesta sexta feira, 11, às 14h do Programa Sem Censura Pará, na TV Cultura. 
A autora e uma das protagonistas do documentário Todo Dia é Dia de Feira falam sobre a experiência do filme, que conta com o patrocínio/Edital do Banco da Amazônia/BASA- 2015. O trabalho resulta de dissertação de mestrado defendida no departamento de Ciências Sociais da UFPA.
O primeiro lançamento ocorreu na última quarta feira, dia 09, no Sesc Boulevard.
 
Entre os cinco personagens que conduzem a narrativa, existem diferenças de geração e de trajetórias pessoais e profissionais. Alguns sempre trabalharam na feira, a exemplo de D. Carioca, outros já tiveram experiência em outros setores da economia, como no comércio e na indústria. Em comum, entre todos existe um forte sentimento de pertencimento ao local de trabalho.  A entrevistada, Olídia, trabalha na feira há 35 anos.

Madeireiros vandalizam a cidade de Dom Elizeu


Madeireiros queimam câmara municipal e caminhões com toras de madeira ilegal

Uma operação do Ibama em parceria com a Polícia Rodoviária Federal para o fechamento de três madeireiras sem registro e a apreensão de toras retiradas da floresta de forma ilegal, no município de Dom Elizeu, sudeste do Pará, motivaram que madeireiros invadissem e queimassem a câmara municipal.

O fato ocorreu no dia de ontem. Foi necessário o reforço de policiais federais dos estados vizinhos para dispersar os vândalos travestidos de empresários.

Além da casa parlamentar, os baderneiros queimaram caminhões e ameaçaram depredar o fórum da cidade.  O clima é tenso na cidade.


Violência e ilegalidade e corrupçção marcam o setor madeireiro no estado

A ação de criminosos do setor madeireiro não é uma novidade no estado. O mesmo já ocorreu nas cidades de Tailândia, Altamira e Paragominas em 2007\08. É recorrente a ameaça contra os agentes do Ibama.
 
Próximo a somar dez anos do vandalismo do setor madeireiro em Tailândia, a Justiça Federal condenou cinco empresas a pagar indenizações que somam mais de R$ 1 milhão por danos ambientais. A decisão, do juiz federal Arthur Pinheiro Chaves, condena a Tailaminas-Plac ao pagamento de R$ 41 mil, a Taiplac ao pagamento de R$ 523 mil, a GM Sufredini ao pagamento de R$ 60 mil, a Serraria Primavera a realizar uma indenização de R$ 187 mil e a Indústria e Comércio de Madeira Catarinense ao pagamento de R$ 257 mil.
Na época, cerca de 1,2 mil fornos de carvão foram destruídos, 100 autos de infração foram lavrados, houve o embargo de 52 empreendimentos e a expedição de 74 termos de apreensão e depósito, informa o Ibama.
 

 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Jari - Comércio ilegal de madeira motivou a suspensão da licença da empresa, esclarece nota FSC Brasil

Exploração de Madeira na região do Jari - R.  Almeida - 2015
 
Informe FSC Brasil  Suspensão de certificados da Jari Florestal São Paulo, 08 de Dezembro de 2015  
A Jari Florestal teve seus certificados FSC de manejo florestal e cadeia de custódia suspensos pela certificadora SCS Global Services, em 04 de novembro de 2015. A Jari Florestal detinha 715.341,56 ha de floresta certificadas pelo FSC na região do Vale do Jari/Pará, no município de Almeirim, através do certificado SCS-FM/COC-00075N, originalmente emitido em 2004, e recertificado por mais dois ciclos, em 2009 e 2014.  

Em julho de 2015, o empreendimento de manejo florestal (Jari Florestal) foi autuado pelo IBAMA por irregularidades em comercialização de madeira provenientes de outros manejos florestais no estado do Pará. A operação, então denominada “Operação Gênesis”, se desdobrou recentemente (dezembro de 2015) na “Operação Tabebuia”, por comércio ilegal de cré- ditos florestais. O certificado de manejo de florestas nativas foi suspenso como medida de precaução, bem como o certificado da cadeia de custódia devido à verificação de desvio no cumprimento das normas de cadeia de custódia, tendo sido emitida uma Não Conformidade Maior, seguida da suspensão do certificado de cadeia de custódia pela certificadora responsável. 
O FSC possui um sistema de Resolução de Conflitos, que define os procedimentos a serem adotados por certificadoras, FSC Internacional e também pela ASI – Accreditation Services International1, para apurar denúncias e encaminhar medidas concretas no caso de violação de qualquer elemento normativo do sistema FSC por uma empresa certificada ou membro, tal como a suspensão ou mesmo a perda do certificado FSC.
 
 
Informe FSC Brasil 
Suspensão de certificados da Jari Florestal
São Paulo, 08 de Dezembro de 2015

Entre a PA 150 e nenhum lugar


 

O natal se avizinha. O sol é abrasador na PA 150. Ele carrega em tom laranja por conta das queimadas. Tudo parece mais árido que o habitual. Até o vazio do peito. Coberto por uma poeira que não cessa. Seja dia. Seja noite. O sol, a poeira e o vazio torram a pele. Ardem no olho. Ferem de morte.

“Volta que o caminho dessa dor me atravessa”, a passionalidade da canção de Hooker (Johnny) retumba no oco do ouvido. O asfalto e a cerca integram a tediosa paisagem. Faz dormir e acordar a cada solavanco.

O gosto amargo da cerva consumida antes do embarque domina a boca. Vencida pela ausência de outras bocas, bundas e bucetas.

“Nos bares da Aurora me lamentei” segue a canção parida em terras de Capiba. A viagem teima madrugada a dentro. E já é outra canção antes da bateria do aparelho do celular deixar de respirar.

“Se você acha que a sua indiferença vai acabar comigo...eu sobrevivo..,a solidão será o seu castigo.” A poética de puteiro não cabe num peito. Desde “gitio” em quebradas de Gullar. Na fronteira entra a Camboa e a Liberdade quando Galeno (Bartô) reinava. Mas, poderia ser Lupicínio, para soar sofisticado.   

Em uma curva fechada a queimada arde. Por um instante parece que vai tomar o bus. Tudo muito complicado. Nem adianta ficar mordido.

Os primeiros raios do dia dão sinal de vida. Anunciam a chegada na cidade.  É lindo ver o Tocantins de cima da ponte. Não existe certeza se vale a pena a viagem. Nada pessoal. Fim de linha. Fim de papo.

Os descaminhos transbordam entre as linhas da mão.  Mapa sem destino? O vento é forte. E nada em assanhar a sua cabeleira.
Não haverá chuva neste fim de ano. Não adianta chorar. Alerta o serviço de meteorologia.  

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Marabá- professores da rede municipal declaram estado de greve

Professores prometem ocupar a câmara municipal contra medida do prefeito

 
Professores da rede municipal de Marabá declararam estado de greve na manhã de hoje,08, durante assembleia geral na sede campestre do Sintepp.

A retirada de direitos adquiridos é a motivação da categoria. O “socialista” João Salame (PSB), prefeito da cidade, e o secretário de educação, Pedro Sousa deram entrada hoje na Câmara Municipal em projeto de Lei para efetivar a redução de salários, que varia de 15 a 40%, denuncia o sindicato.  

Desde que assumiu a prefeitura Salame almeja atacar os proventos dos educadores. Declaração do Sintepp esclarece que existe a intenção em alterar o Plano de Cargos e Carreiras e Remuneração (PCC) e o Regime Jurídico Único (RJU).

Na câmara a troca de farpas por conta do tema já começou. Coronel Araújo (PR),  aliado do prefeito, defende que houve uma grande redução no orçamento. A professora Toinha do PT, argumenta que é inadmissível a retirada de direitos adquiridos.  

A partir de hoje a categoria encontra-se em mobilização e promete pressionar os edis contra o projeto de Salame.

Salame encontra-se impedido em tentar a reeleição por ter tido as contas reprovadas pelo TRE. O atual cacique da educação deve ser o candidato.
 
 
 
 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

FSC Internacional suspense certificação da Jari. A certificação correspondia ao maior plano de manejo florestal do mundo

O plano da Empresa Jari tem 545.000 hectares, e fica na fronteira do Pará com o Amapá.

 
 Exploração de madeira na região do Jari. R. Almeida\2015.  


A FSC (certificação ambiental) Internacional suspendeu certificação da Empresa Jari Florestal. Denúncias de envolvimento em lavagem de créditos florestais, queixas trabalhistas e de violência contra as comunidades tradicionais, onde ela opera pesaram em favor da suspensão da principal certificação ambiental do mundo. O plano aprovado este ano tinha validade até 2019.  

A medida foi publica no começo do mês no site do FSC Internacional. O Selo Verde, como é conhecida a sigla FSC – Forest Stewardship Council – (Conselho de Manejo Florestal, em português).  Leia AQUI
A assessoria do FSC Brasil confirma a informação, e esclarece que a chancela foi suspensa para a exploração de madeira nativa.

A empresa não conta mais com assessoria de imprensa. Todos os e-mails enviadas solicitando informações sobre o assunto retornaram. No telefone de contato com a imprensa, agora funciona como institucional. A pessoa que atende não sabe informar quem poderia esclarecer sobre a suspensão da certificação.

A Sysflor, empresa que certificou o plano da Jari, não atende ligações. Até o momento não houve resposta do email enviado solicitando informações.

A Jari
A presença da Jari na Amazônia data de tempos ditatoriais.  O multimilionário estadunidense Daniel Ludwig foi o beneficiário dos financiamentos públicos para um complexo agroindustrial que desmatou mais de 200 mil hectares de floresta densa. O Grupo paulista Orsa é quem controla o empreendimento atualmente.

A situação na área de monocultivo de eucalipto continua tensa. Leia AQUI.

Reportagem investigativa publicada no site da Agência Pública faz um profundo mergulho na história da empresa na Amazônia. Leia AQUI

domingo, 6 de dezembro de 2015

Ver o Peso na Fita- seis narrativas de feirantes da praça de alimentaçao conferem vida ao documentário


Lançamento ocorre na noite do dia 09, no Sesc Boulevard, às 18h, seguido de debate com a equipe

Arenas Amazônicas - Jari pressiona terras ancestrais na fronteira do Pará

Grandes empresas ameaçam segurança alimentar e formas de sobrevivência na Amazônia

Exploração de madeira no Jari  R. Almeida

Entre os muitos abusos cometidos pela Vale, a espionagem contra os movimentos sociais é um dos itens. Leia matéria

O grande capital, amparado pelo Estado, bajulado pela grande mídia, escudado por parte do judiciário, ao aportar na quebrada detona tudo.

Fomenta a expropriação, dilacera os laços de solidariedade antes existentes, coopta pessoas mais articuladas, fomenta discórdia entre os pares dos movimentos sociais, coloca em risco a segurança alimentar das populações ancestrais e as suas formas de reprodução econômica, cultural, política e social.   

Tem-se ainda o assédio moral, a cooptação de dirigentes, a tomada de sindicatos que um dia foram combativos, a exemplo do Sindicato dos Químicos da cidade de Barcarena. Hoje, um arremedo de representação dos trabalhadores. Matéria

Nesta semana, na mesma cidade, a Bunge foi denunciada por usar força policial para inibir a atividade de um militante na mesma cidade. Reportagem de Carlos Mendes

Noutro extremo do estado, na região do Jari, fronteira do Pará com o Amapá, as empresas conglomeradas do Grupo Jari seguem o mesmo receituário. 

Também nesta semana, a empresa, mais uma vez, foi flagrada com ações ilegais no comércio de madeira. A ação da Polícia Federal resultou em prisão de 10 pessoas envolvidas com a fraude. Leia AQUI

Lá da fronteira, extrativistas denunciam que a empresa Jari a partir do assédio dos funcionários Praxedes, Pablo e Jorge Rafael fomentam a discórdia. Uma adas estratégias tem sido a distribuição de lotes para migrantes recém chegados na região.

“Eles estão desmatando a floresta, fazendo ramais dentro do castanhal. A empresa tem explorado a madeira em nossa área na marra. Não respeita a lei nenhuma” alerta morador, que prefere o anonimato sob pena de perseguição da empresa.  

Conforme moradores, a empresa almeja tomar posse na marra de um castanhal ancestral que encontrasse em disputa judicial.

Uma longa matéria publicada na Agência Pública no início do ano, deu visibilidade sobre a delicada situação entre a empresa Jari e as populações nativas. Leia AQUI.