sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Energia: revista CIdadania e Meio Ambiente lança caderno especial

As possibilidades das pequenas centrais, cidadania via energia e a sustentabilidade são alguns itens abordados no caderno especial sobre energia da revista Cidadania e Meio Ambiente. Quer acesar o conteúdo? Entre AQUI

Leilão da hidrelétrica de Belo Monte é marcado para 21 de dezembro

Alexandre Canazio
O leilão da hidrelétrica de Belo Monte (RO-6.600 MW) foi marcado para o dia 21 de dezembro pelo Ministério de Minas e Energia, que publicou a portaria 417 na edição do Diário Oficial da União desta sexta-feira, 30 de outubro. O leilão ocorrerá na sede da Agência Nacional de Energia Elétrica em Brasília através de rede privada de computadores. Leia mais AQUI

Música independente: Nação Zumbi é atração do SE RASGUM


Nação Zumbi, Pato FU, Matanza, DJ Dolores e Velhas Virgens estão entre atrações da 4ª edição do SE RASGUM. O festival oxigena a cena pop de Belém de 13 a 15 de novembro, no Afrikan Bar.

A agenda cultural que integra o circuito nacional da cena de música independente tem na diversidade o seu DNA. Em três palcos durante 20 horas desfilarão das guitarradas ao brega, passando pelo hip hop e a surf music. Nascida no Uruguai, Hablan por la Espalda é a atração internacional

Mais que um mero festival de música o SE RASGUM oportuniza aos músicos locais durante a semana do evento palestras e seminário. O objetivo é incentivar a profissionalização.

Gravação do disco, trilhas sonoras para cinema, mixagens, produção musical e gravação, indústria fonográfica, o papel das rádios públicas e a consolidação dos circuitos regionais são alguns pontos de inflexão das palestras e seminários.

Ajudam a apimentar o caldeirão sonoro: a pioneira do heavy metal nacional, Stress, banda nascida em Belém, o representante do hardcore local, Delinqüentes, Pinduca e Tecnoshow.

Quer saber mais? Leia AQUI

Há 30 anos era assassinado Santo Dias da Silva. Entrevista especial com Anízio Batista

Anízio Batista fez parte da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo, onde foi companheiro de Santo Dias da Silva, um operário que militava com os trabalhadores desde a década de 1960. Mas Santo não se ateve apenas ao movimento sindical. Como católico, era membro ativo das CEBs e dos movimentos de bairro, onde lutava por transportes, escolas, melhorias nas vilas. Veja mais no UNISINOS

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Comunicadores populares em formação: Argentina é sede da última etapa de curso da AMARC

Ocorre em Buenos Aires, Argentina, a última etapa do curso de Formação e Gestão da Associação Mundial de Radiodifusores Comunitários (AMARC). A ONG é uma representação mundial do movimento das Rádios Comunitárias.

10 brasileiros participam do evento, um da região Norte, Antonio Marques (Gordo). Marques milita no sudeste do Pará. E também representa a AMARC na Amazônia. Os demais alunos são oriundos do Piauí, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

O curso é animado pela mestra em comunicação da Argentina, Claudia Villamayor e coordenado pela Sofía Hammoe, diretora da Rádio Nacional da Amazônia.

As etapas anteriores do curso ocorreram em João Pessoa, Paraíba, Distrito Federal, Brasília e Altamira, Pará.
No Brasil você pode saber mais do movimento no site da ABRAÇO

Anistia a desmatadores é adiada depois de protesto

Manifestantes do Greenpeace tocaram sirenes e se acorrentaram a bancadas da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados em protesto à tentativa de votação de um projeto de lei que anistia o desmatamento ilegal ocorrido até 31 de julho de 2006 e faz outras modificações no Código Florestal Brasileiro. Deu no Valor

Amazônia pode ser laboratório de novo modelo de desenvolvimento, diz Ignacy Sachs

Luana Lourenço
Com 25 milhões de habitantes e a maior biodiversidade do planeta, a Amazônia pode ser um "laboratório" para as sociedades do futuro. A avaliação é de um dos maiores pensadores do desenvolvimento sustentável no mundo, o diretor do Centro de Estudos sobre o Brasil Contemporâneo da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, Ignacy Sachs. Leia mais AQUI

Cimi realiza XVIII Assembléia Geral

Com o tema "Paz e Terra para os povos indígenas", o evento debaterá a desterretorizaliação dos povos tradicionais no atual modelo de desenvolvimento. Saiba mais AQUI

Grandes projetos e a desterritorialização dos povos indígenas

O desenvolvimento como dominação da natureza é uma idéia poderosa e coloca os movimentos sociais em situação antagônica ao que é pregado como bom, moderno. Essa avaliação do pesquisador Guilherme de Carvalho, da FASE-Pará foi apresentada hoje no painel “Atual modelo de desenvolvimento: os grandes projetos como estratégia de desterritorialização dos povos tradicionais e dominação dos territórios pelo capital” durante a XVIII Assembléia Geral do Cimi, que acontece entre 27 e 30 de outubro, em Goiás. Leia mais AQUI

Impasse entre pescadores e Vale por causa de indenização

Pescadores da Praia do Boqueirão estão descontentes com valor de indenização que a Vale pagará para a construção do Píer IV, no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís. O Sindicato dos Trabalhadores na Pesca da Ilha de São Luís e a Colônia de Pescadores Z10-São Luís já articulam uma ação judicial contra a empresa Diagonal, responsável pela execução do empreendimento, para embargar a obra. O investimento da Vale é de R$ 2 bilhões. Deu no Imparcial

Floresta Zero: Ruralistas incluem anistia a desmatamento no Código Florestal

Se aprovada, proposta permitirá que todo o desmatamento ilegal feito até 31 de julho de 2006 seja anistiado
Em uma sessão tensa, marcada pela presença de ambientalistas acorrentados e sirenes ligadas, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados deu espaço à bancada ruralista para apresentar um substitutivo ao novo Código Florestal e incorporar ao texto uma anistia a todos os proprietários rurais que desmataram no País até 31 de julho de 2006. Saiba mais AQUI

Manifesto dos povos do Xingu contra a barragem de Belo Monte

Mais uma vez, em uníssono, os pesquisadores alertaram para a falta de dados analíticos consistentes nos estudos de impacto ambiental do AHE Belo Monte, a respeito da abrangência da área a ser impactada, da população a ser atingida, dos reais impactos decorrentes da alteração do ciclo hídrico do rio Xingu. Leia a íntegra AQUI

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Emissões do setor agropecuário aumentam em 30%

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta terça-feira (27/10) a nova estimativa de emissões de CO² do setor agropecuário. O estudo mostra que o setor passou a emitir 30% a mais de dióxido de carbono e gases equivalentes no período de 1994 a 2007. Segundo os dados, as emissões da pecuária aumentaram 25%, enquanto o uso do solo provocou acréscimo de 39%. O estudo destaca ainda que as emissões também aumentaram na área de energia (54%), nos processos industriais (56%) e no tratamento de resíduos (32%). Leia mais no Amazônia

Novos e sutis discursos acadêmicos reforçam ataques aos movimentos sociais

As críticas frontais àquilo que seria considerado vandalismo, desordem ou uma afronta ao direito de propriedade sempre foram a reação imediata e notória da mídia corporativa e dos poderosos interesses econômicos a ela atrelados. O ‘outro lado’ surge no máximo ali nos cantos ou pés de página, em rasas e insuficientes pinceladas. Leia mais no Correio da Cidadania

Sustentabilidade: uma disputa política e ideológica

Começou ontem em Belém no Teatro Gasômetro o III Encontro Anual do Fórum Amazônia Sustentável (FAS).

Nascido em 2007 o FAS tenta conciliar no mesmo balaio os principais agentes indutores de passivos socioambientais e os que socializam os mesmos, as populações locais.

O encontro gravita sobre os temas: desenvolvimento includente e sustentável, desenvolvimento sustentável na Amazônia e mudanças climáticas. Ao nascer da cria, produzi um artigo, veja AQUI.

Grafite- OSGEMEOS


As figuras amarelas de olhos separados, já exibidas na fachada da Tate Modern, em Londres, e agora no cartaz da 33ª Mostra de Cinema de São Paulo (da qual a dupla também participa com uma animação), surgiram de maneira curiosa. Num fim de tarde de 1995, enquanto desenhavam à luz de vela em casa, uma iluminação alaranjada tomou conta do ambiente. Leia mais na Carta Capital

Confecom: Altamira faz conferência no fim de semana

Enquanto a mídia grandalhona silencia
Os meios de comunicação da capital continuam a silenciar sobre a realização das conferências regionais de comunicação. O sul e sudeste iniciaram a rodada regional no fim de semana passado em Marabá, 24. Alguns veículos regionais deram visibilidade.

Meios de comunicação para construção de direitos e de cidadania na era digital é o tema da Conferência Estadual de Comunicação do Pará (Confecom). Depois do sul e sudeste é a vez da região sudoeste sediar no próximo fim de semana a Confecom. O município de Altamira vai servir como base nos dias 31 de outubro e 01 de novembro.

A violência na disputa pela terra antes centralizada no sul e sudeste tem se espraiado por todo o estado, em particular na região de Altamira. Desde o início da década vem ocorrendo execuções e chacinas. Lá foram executados os dirigentes sindicais Ademir Federicci (Dema), Bartolomeu Morais (Brasília) e a missionária Irmã Dorothy. A região hegemoniza as fraudes na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM).

Conheça toda a programação AQUI

Sociólogo avalia que Lula concluiu ''legado reacionário'' de Vargas

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva concluiu a "modernização reacionária" do Brasil iniciada por Getúlio Vargas nos anos 30, quando o projeto de industrialização não foi acompanhado por reformas na estrutura agrária. O diagnóstico foi feito ontem pelo sociólogo Luiz Werneck Vianna, um dos principais nomes das ciências sociais brasileiras, na abertura do 33º encontro anual da Anpocs (Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), em Caxambu (MG). Deu na FOLHA

''Belo Monte pode ser muito danosa''. Entrevista especial com Hermes Fonseca de Medeiros

O biólogo Hermes Fonseca de Medeiros é veemente quando opina que o projeto de Belo Monte não deve ser realizado, assim como nenhum barramento ao longo do rio Xingu. No entanto, ele pondera: “Se o projeto for feito de qualquer forma, existem estudos que embasariam medidas mitigatórias que poderiam resultar em menos impactos negativos”. Em entrevista à IHU On-Line, concedida por telefone, o professor analisa os resultados do Painel de Especialistas. Leia mais no site da UNISINOS

Amazônia e a cobertura jornalística



É o exótico que tem servido de baliza na leitura sobre a região na mídia hegemônica do país. “A Amazônica selvagem”, “a Amazônia exuberante”, “terra sem lei” são os enquadramentos mais recorrentes. A (s) Amazônia (s) ainda é algo estranho aos brasileiros da própria região e em particular nas redações dos veículos de comunicação dos estados do centro da economia, Rio e São Paulo. Na região não existe nenhuma sucursal de veículos do centro-sul do país. A cobertura é marcada por episódios, onde não se compreende a complexidade que conforma a região.

Eis algumas ponderações levantadas no debate sobre a cobertura jornalística sobre a Amazônia, ocorrido no auditório da Federação das Indústrias do Pará (FIEPA), na noite de ontem, 27, numa iniciativa do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. O jornalista Lúcio Flávio Pinto, o professor Manuel Dutra e o repórter Gustavo Costa (Rede Record) foram os debatedores do tema: Adalberto Marcondes, diretor da agência de notícias Envolverde fez a moderação.

Lúcio Flávio Pinto costuma creditar ao Estadão a melhor cobertura realizada sobre a região, num período do estado exceção, entre 1975 a 1978. Advoga que naquele momento coordenou uma sucursal que garantia correspondentes em vários pontos da Amazônia com bons salários para a realidade da região. “Tínhamos jornalistas em São Luís, Belém, Macapá, Marabá e outros pontos,” recordou Pinto.

O renomado jornalista da Amazônia ponderou que o acervo era tão bom que o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso produziu um livro sobre a região tendo como principal base de dados as reportagens do jornal paulista. Lúcio avalia que além da visão limitada dos proprietários das empresas de comunicação, existe com relação aos jornalistas um mix de autocensura, covardia e apatia com relação às agendas históricas que permeiam a Amazônia.

“A Vale é a principal empresa do estado e da América Latina e não se tem uma cobertura sistemática sobre as ações da mesma. Ela tem oito mil queixas trabalhistas no município de Parauapebas, nessa lógica de terceirização radical, tem ampliado a produção de alumínio no município de Barcarena. A empresa não publiciza mais o balanço no formato anual, mas, sim trimestral, e não se diz nada nos grandes veículos locais”, reflete Pinto.

Ao tratar sobre a formação nas universidades professor Dutra sublinha que alguns cursos fazem pouco para possibilitar uma visão ampla sobre a região. O professor dispara que o ranço da colonização impera nas cabeças da elite local e que há uma burocratização nos cursos de jornalismo.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Irregularidades são apontadas em projeto de siderúrgica da Vale no Pará

A mineradora transnacional Vale já planeja sua expansão em Marabá (PA), com a instalação de uma siderúrgica. Para a construção, o governo paraense tem adiantado a desapropriação das terras de 26 fazendeiros – foi aí que surgiu uma das polêmicas do caso. Dois fazendeiros estariam recebendo um preço proporcionalmente muito superior aos outros 24. Além disso, ao revender as terras à Vale, o governo iria ter um prejuízo de mais de R$ 46 milhões. A denúncia foi feita pela Procuradoria da República. Leia a íntegra na Agência NP

Usina de Belo Monte. Moção de repúdio à Funai

“É preciso deter a máquina que empurra o planeta e a humanidade para o abismo. É preciso dar fim ao sistema que transforma a natureza em mercadoria e sobrevive às custas da exploração e humilhação de bilhões de seres humanos”. A afirmação se encontra na moção de repúdio ao parecer técnico emitido pela Funai favorável a construção da Usina de Belo Monte. Leia a íntegra AQUI

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Ferrovia de Carajás

É comum nas estações da Ferrovia de Carajás a comercialização de comida, água, frutas e lanche.
O tempo de paralisação para embarque e desembarque costuma ser exíguo.
Mulheres e crianças passam sob os vagões. O que as vezes termina em óbito.
Em áreas atravessadas pela ferrovia não raro animais são mortos e pessoas atropeladas.
Os interessados nos números oficiais de alguns casos podem acessar o site da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Veja AQUI

Marabá-modestas impressões

A cidade parece mais quente. O mercado informal soa mais intenso.

Mesmo transitar em algumas partes do centro comercial do núcleo urbano Marabá Pioneira parece mais complicado.

Tornou-se comum o desfile de ônibus de empresas como do frigorífico Bertin, das siderúrgicas e de outras prestadoras de serviço.

O aspecto rude ainda pulsa. A mendicância parece se associar à paisagem do lugar. Faz um calor intenso. Mas, pela manhã caiu uma chuva.

Panfletos de propaganda de loteamentos perambulam pelas ruas. Território em disputa.

No fim de semana a cidade celebrou a 2ª Parada do Orgulho Gay. No ano anterior ocorreu a discriminação em alguns meios de comunicação da cidade.

Pontos comerciais afloram na orla, agora devidamente reformada e ampliada. É o rio Tocantins que salva a cidade?

O bar de sucesso é o Candeias. Ao menos aos que curtem um som que não seja brega ou sertanejo.

Algumas barracas ainda resistem na Praia do Tucunaré. Apesar do veraneio ter sido celebrado em julho.

Camionetes e carros pesados são os veículos mais comuns nas ruas da cidade. Alguns enfeitados com adesivos separatistas, exigindo a criação do estado de Carajás.

Triste, na informalidade não achei uma camisa do Águia.

Mais triste é verificar a persistência de piadas discriminatórias contra maranhenses e sem terra.

Morreu a matriarca da família Canuto

Dona Geraldina, a matriarca da família Canuto morreu no dia último dia 15. A família Canuto é conhecida pela militância pela reforma agrária no município de Rio Maria, sudeste do Pará.

Teve inúmeros entes executados a mando de fazendeiros da região na década de 1980, entre eles João, marido de dona Geraldina.
Todos também militavam no PC do B.
Eram dias da União Democrática Ruralista (UDR), representação da intolerância dos ruralistas tocada por Ronaldo Caiado.

Dona Geraldina partiu sem ter visto os mandantes da execução de João irem para a cadeia, os fazendeiros Vantuir Gonçalves de Paula e Adilson Laranjeiras. Apesar de condenados em 2003, quase 18 anos após a execução do militante.

Os fazendeiros escaparam da prisão graças às brechas da Lei. O argumento da defesa foi bons antecedentes, residência fixa e essas outras coisas mais.....

O derradeiro depoimento de dona Geraldina foi dado a jovens realizadores, que produzem um documentário sobre as viúvas e mães de trabalhadores rurais da região.
A família já solicitou uma cópia do último registro em vídeo.
Em nota a CPT lamentou a morte da viúva de João Canuto

Marabá sem luz

Tem sido comum a queda no fornecimento de energia no município. A cada domingo tem virado rotina. Na manhã de hoje já ocorreram duas interrupções.
Uma explicação dada tem sido a multiplicação da via de acesso ao núcleo urbano da Marabá Pioneira, que obriga o desligamento da rede.

A ampliação do pólo de gusa do município, e várias obras de infra-estrutura incentivam a migração tanto de abastados quanto de menos favorecidos.
A cidade parece inchada. Os engarrafamentos antes raros, hoje se multiplicam.

Conferência de Comunicação do Pará: sul e sudeste dão o pontapé inicial


25 delegados irão representar a região de Marabá, sudeste e sul do Pará, na etapa estadual da 1ª Conferência Estadual de Comunicação. A conferência regional ocorreu no último fim de semana, no município de Marabá. na escola Judite Gomes.

Cerca de 60 pessoas participaram do evento. As rádios comunitárias predominaram. Representantes de 38 municípios foram convidados para a plenária regional.

Segundo a coordenação da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (ABRAÇO), seção sul e sudeste do Pará, Antônio Marques (Gordo), 16 emissoras estão em operação.

Algumas já possuem a outorga de funcionamento, a exemplo das emissoras dos municípios de Gioanésia do Pará e Rondon do Pará.

Umas verdadeiramente de caráter comunitário, outras, nem tanto. Gordo argumenta que é complicado escapar da sagacidade de algumas pessoas que visam o mero interesse pessoal. Via de regra, político eleitoral.

A Conferência de Comunicação do Pará foi uma iniciativa do poder executivo, explicaram os representantes do governo na solenidade de abertura do evento e durante os debates. Três eixos nortearam os trabalhos: produção de conteúdo, meios de distribuição e cidadania e deveres.


Trabalho de grupo
A fatia de 40% para os empresários e outros itens considerados engessamentos foram pontos de critica da plenária. Foi recorrente em todos os grupos a reflexão sobre a concentração dos meios de comunicação, em particular de vários veículos nas mãos de poucas famílias.

O quadro é avaliado como um desvio da democracia. A realização quase no fim do governo Lula da Conferência foi outro ponto de inflexão dos participantes.

Érika Morhy, assessoria da Casa Civil, esclareceu que a Conferência surgiu a partir de decreto da governadora do estado, Ana Júlia Carepa (PT). E que o governo tem se esforçado para manter diálogo com as iniciativas populares de comunicação.

A assessora pontuou algumas iniciativas do governo com a realização de oficinas de comunicação (vídeo, grafite e diagramação de jornal impresso) em inúmeros municípios.

E ainda a construção de infocentros, 54 instalados e a realização de 15 cidades digitais através do programa Navegapará, festejado como o maior programa de inclusão digital do país.

O programa utiliza a estrutura de fibra ótica da Eletronorte para poder possibilitar acesso à rede mundial de computadores em alta velocidade. O programa tem uma versão regional do Youtube, onde é inserida a produção de vídeo do estado.
Erika Morhy, assessoria do governo do estado Um pouco da história – A Conferência de Marabá ocorre 10 anos após a realização do primeiro encontro de comunicação das regiões sul e sudeste do Pará, animado pelo Movimento de Educação de Base (MEB), Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (Cepasp) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (FETAGRI), entre outras organizações.

Coube a Antonio Marques contextualizar os ricos processos econômicos, históricos e políticos que regem a região. Marques sublinhou os ciclos do extrativismo: caucho, castanha do Pará, madeira e minério.

Recuperou ainda a presença dos grandes projetos na região, que reorientaram a feição territorial, econômica e social e consolidou a Vale como o principal agente econômico e político.

Não menos importante é a efetivação das representações das organizações camponesas. O campesinato regional hoje controla mais de 50% do território da região.

Ao recompor a cena da comunicação popular da região Marques destaca os jornais populares de caráter combativo, editados durante o regime de exceção e mesmo durante a redemocratização do país. Entre eles: Mandi, Ouriço, Arca, Grito da PA 150 e o Boletim do Cepasp.


Antonio Marques (Gordo), Abraço/PA

Ao tratar das rádios comunitárias recordou a passagem dos oito anos da invasão da Rádio Alternativa FM, sediada em Marabá, pela PF e a apreensão dos equipamentos, numa operação considerada de guerra.

A experiência da Alternativa serviu como irradiador de vários encontros regionais, como os realizados nos municípios de Rio Maria, Xinguara, Parauapebas e Nova Ipixuna, entre outros.

No debate sobre as emissoras comunitárias sobraram críticas sobre a legislação para as mesmas, considerada uma verdadeira camisa de força, que empurra para o fracasso as iniciativas de comunicação popular.

Salientou-se ainda que para a Amazônia o espectro de alcance tem de ser diferenciado. A geografia tem especificidades que devem ser consideras: as distâncias e a densidade democrática.

Os ativistas da comunicação popular da região também advogam pela reorientação das cotas de mídia do governo.
Conheça toda a programaçao da CONFECOM Pará AQUI.