sábado, 15 de outubro de 2011
Povos da Raposa Serra do Sol não querem hidrelétrica em suas terras
Representantes das 500 comunidades indígenas localizadas no Estado de Roraima redigiram documento questionando a construção da hidrelétrica do Cotingo, no rio de mesmo nome, no interior da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, e que está sendo estudada pela Eletronorte. Leia a íntegra no IHU
Brasil se indigna contra Belo Monte neste dia 15
Na esteira da convocatória mundial dos “indignados” espanhóis por
manifestações simultâneas em defesa de variadas bandeiras pró-democracia
– uma “acampada”, como chamam – neste 15 de outubro, várias cidades
brasileiras estão organizando atos pelo país. E em três delas, as
ocupações levantarão a bandeira contra a usina de Belo Monte. Leia mais no IHU
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Partido dos Trabalhadores: da reforma agrária ao agronegócio. Entrevista especial com Clifford Andrew Welch
“O processo de tomada de poder do PT foi pautado na luta pela verdadeira reforma agrária, mas a conquista real de poder criou forças que acabaram com este compromisso”, avalia Clifford Andrew Welch em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail. Para o pesquisador, a gestão petista priorizou as questões econômicas e aliou-se ao agronegócio. “Lula investiu muito no crescimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA até que seu orçamento não ficou tão distante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Foi assim que tentou beneficiar a reforma agrária e a Dilma não saiu muito deste caminho marcado por Lula”. Leia mais AQUI
Impacto das queimadas no efeito estufa
Fábio de Castro
Um grupo de pesquisadores de diversas instituições brasileiras realizou, na última semana de setembro, uma queimada controlada para análise científica em quatro hectares de floresta na região de Rio Branco (Acre). O estudo, que faz parte do Projeto Temático “Combustão da biomassa em florestas Tropicais”, financiado pela FAPESP, tem o objetivo de avaliar o impacto das queimadas na atmosfera, na regeneração da floresta e no solo da Amazônia. Leia mais em Amazônia
Julgamento do TRF-1 pode definir procedimentos para hidrelétricas na Amazônia
Confirmar o direito de povos indígenas à consulta prévia pode determinar mudanças em vários empreendimentos que o governo federal projeta na região
O julgamento da próxima segunda-feira, 17 de outubro, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, pode determinar mudanças em várias usinas hidrelétricas que o governo brasileiro projeta para os rios da Amazônia. Será julgado o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que povos indígenas afetados sejam consultados antes da autorização legislativa prevista na Constituição para esse tipo de empreendimento. Leia mais MPF
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Hidrelétricas: Ministério Público vai ao CNJ para evitar que julgamentos só ocorram quando danos já são irreversíveis
Pedido é para que casos sejam julgados em no máximo um ano em primeira instância e em seis meses nos tribunais
O Ministério Público Federal (MPF) no Pará encaminhou ao Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) nesta quinta-feira, 13 de outubro, comunicado
em que informa apoiar integralmente pedido de providências feito pela
promotora de Justiça no Mato Grosso Audrey Ility ao conselho para que
sejam julgados com maior rapidez os processos judiciais sobre
irregularidades no licenciamento ambiental de projetos de usinas
hidrelétricas. Leia mais no MPF
Justiça suspende trafego de bi-trem da mineração Floresta do Araguaia
O
promotor de Justiça e curador do meio ambiente da comarca de Rio Maria,
Ney Tapajós Ferreira, entrou com ação cível contra as mineradoras –
Floresta do Araguaia S.A do Grupo SIDEPAR e Reinarda Mineração Ltda,
ambas no município de Floresta do Araguaia, por descumprimento ao
Relatório de Impacto do Meio Ambiente (RIMA), que determina o trato com a
fauna e flora em projetos de exploração de minério. Leia mais no blog do Otávio Araújo
Com Belo Monte, violência sexual contra criança e adolescente cresce 138%
Na esteira da endemia que explodiu em Rondônia com as obras das
usinas de Jirau e Santo Antonio, Belo Monte também está se tornando um
vetor de crimes de violência sexual contra a criança e o adolescente.
Segundo dados do Conselho Tutelar de Altamira, somente no primeiro
trimestre deste ano já foram registrados 32 casos, o que significa uma
projeção para o final do ano de mais de 100 ocorrências – em 2009, foram
denunciados 28 casos e em 2010, 42. Leia mais no Amazônia
No PA, vida de extrativista vale R$ 80 mil
Para grileiros e
madeireiros que aos poucos voltam a invadir a reserva extrativista
Riozinho do Anfrísio, 736 mil hectares protegidos em Altamira (PA), a vida de Raimundo Belmiro
vale R$ 80 mil. Para ele, líder extrativista nascido e criado na
região, a vida da floresta não tem preço. "A floresta é a nossa vida." Matéria do Estadão replicada no IHU
Campus flutuante percorre o oeste do Pará
O
Programa Campus Flutuante, da Universidade Federal do Pará, apresenta a
proposta da 15ª edição de um evento que já é considerado uma das mais
importantes ações Educacionais, Culturais e Ambientais do Estado do
Pará, o Encontro Internacional IFNOPAP/ Campus Flutuante 2011, tanto no
que tange a participação sistemática de estudantes, professores,
pesquisadores, profissionais dos mais diversos setores da sociedade como
no que incide sobre a formação científica, ética e extensionista dos
estudantes das diversas áreas do conhecimento da UFPA, já que consegue
agregar a proposta acadêmica com a dinâmica intensa e complexa do
mercado, na tentativa de minimizar problemas sociais e ambientais nos
municípios aos quais visita. Leia mais AQUI
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
TRF1 julgará Ação Civil Pública que pode paralisar Belo Monte
Na próxima segunda feira, dia 17, o Tribunal Federal Regional da
Primeira Região (TRF1) em Brasília deve votar a Ação Civil Pública (ACP)
2006.39.03.000711-8, que exige o cumprimento do artigo 231 da
Constituição Federal – a realização, pelo Congresso Nacional, das
oitivas indígenas (consulta prévia, livre e informada às comunidades
indígenas impactadas por Belo Monte) no caso de aproveitamentos
hidrelétricos que afetem estas populações. Leia mais no AQUI
Carta de 30 entidades critica "governo da floresta" por mercantilização da natureza
Altino Machado
Um grupo de 30 organizações sociais de defesa ambiental e dos direitos humanos na Amazônia divulgou nesta terça-feira (11), em Rio Branco (AC), uma carta em que criticam duramente a política do “governo da floresta”, como é conhecida a administração estadual. Leia mais no Amazônia
Um grupo de 30 organizações sociais de defesa ambiental e dos direitos humanos na Amazônia divulgou nesta terça-feira (11), em Rio Branco (AC), uma carta em que criticam duramente a política do “governo da floresta”, como é conhecida a administração estadual. Leia mais no Amazônia
Morre em Londres, aos 77 anos, o cineasta da floresta
A notícia da morte de Adrian Cowell, na noite de ontem (10/10), por
complicações respiratórias, surpreendeu familiares e amigos. Conhecido
como incansável defensor da floresta, Adrian celebrizou-se pelos
documentários que fez para a televisão britânica sobre a destruição da
floresta amazônica e seus impactos sobre as populações indígenas e
ribeirinhas. Escreveu livros também nos quais, tais como nos
documentários, registrou a colonização da Amazônia e sua destruição nas
décadas de 1980 e 1990. Leia mais no Amazônia
terça-feira, 11 de outubro de 2011
MPF/TO propõe ação contra Ceste por mortandade de peixes no lago de Estreito
Consórcio empreendedor da UHE Estreito teria como prever a
mortandade de aproximadamente 7 toneladas de peixes durante teste de
máquina e não promoveu nenhuma ação mitigatória
O
Ministério Público Federal no Tocantins (MPF/TO) propôs ação civil
pública contra o consórcio empreendedor da Usina Hidrelétrica de
Estreito pelo não cumprimento de obrigações assumidas para o
licenciamento ambiental do empreendimento, ao não realizar nenhuma ação
mitigadora para evitar a mortandade de peixes durante testes de unidade
geradora. Segundo a ação, o próprio Ceste emitiu relatório que previa o
aprisionamento de peixes dentro da máquina durante os testes, ao
contrário do que informou depois da ocorrência. Leia mais no Amazônia
Fraudadores de convênio da Sudam condenados a devolver R$ 2,7 milhões
Altino Machado
A empresa Agropecuária Vale
do Rio Acre S.A. e o pecuarista José Tavares do Couto Neto foram
condenados pela Justiça Federal no Acre a devolver solidariamente R$ 2,7
milhões obtidos a partir de fraudes em convênio com a Superintendência
de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Leia mais no Amazônia
MPF/TO recomenda imediata paralisação do processo de licenciamento ambiental da UHE de Serra Quebrada
O Ministério Público Federal no Tocantins recomendou ao Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
que paralise imediatamente o andamento do processo de licenciamento
ambiental da UHE de Serra Quebrada, determinando seu arquivamento e
comunicando ao empreendedor a impossibilidade legal de construção da
obra. Leia mais no Ecodebate
Sudeste do PA - a luta pela terra anima tensões
O clima no sudeste do Pará continua tenso. Há registro de execução de dirigentes camponeses em Rondon do Pará, prisão de militantes da reforma agrária e a acusação de sequestro de capangas por agricultores em fazendas na região de Marabá. Leia mais no blog Quaradouro
A política agrícola brasileira e o incentivo aos agrotóxicos. Entrevista especial com Flávia Londres
O elevado e “alarmante consumo” de agrotóxicos no Brasil é resultado “de
um conjunto de opções políticas adotadas pelo país, que remonta aos
anos 1960”, esclarece Flávia Londres, autora do livro lançado na semana passada, Agrotóxicos no Brasil – um guia para ação em defesa da vida.
Segundo ela, há 50 anos o Brasil potencializou investimentos em um
modelo agrícola de monocultura que incentiva o uso de agrotóxicos nas
plantações.Leia mais no IHU
Os novos porteiros da notícia
Carlos Castilho
Depois de muita gente, inclusive eu, anunciar o fim da função jornalística chamada pelos norte-americanos de gatekeeper
(em português, porteiro), tornam-se cada vez mais fortes os indícios de
que o cargo simplesmente trocou de dono. Deixou de ser parte da
hierarquia jornalística para transformar-se numa atividade exercida por
programas eletrônicos que movem sites como a rede social Facebook e o
site de buscas Google. Leia mais no OI
A corrupção como fenômeno político
Francisco Fonseca |
Urge
analisarmos a corrupção como um fenômeno intrinsecamente político, que
se refere, portanto, à maneira como o sistema político brasileiro está
organizado. A lógica do sistema político brasileiro é marcada pela
privatização da vida pública, não em termos moralistas, e sim quanto às
estruturas que o sustentam. Leia mais em Le Monde Brasil
|
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Repórter Brasil: 10 anos ao lado dos que ficaram de fora
Leonardo Sakamoto
O site da Repórter Brasil foi ao ar no dia 9 de
outubro de 2001, data que consideramos o nascimento da organização. Ela
nasceu com o objetivo de fomentar a reflexão e ação sobre a violação aos
direitos dos povos e trabalhadores do campo no Brasil por meio da
informação de qualidade.Leia mais RB
Mais estímulo ao desmatamento. Entrevista especial com André Lima
Sobre o texto do novo Código Florestal que tramita no Senado, o
advogado André Lima tem uma opinião convicta: “o projeto facilita a vida
e cria um ambiente de estímulo aos novos desmatamentos ao permitir, por
exemplo, que quem desmatar, depois da entrada em vigor da lei, vai
poder compensar fora do estado”. Na entrevista que concedeu por
telefone à IHU On-Line ele expõe os principais problemas jurídicos do
projeto de lei do Código Florestal, bem como o relatório sobre ele
elaborado pelo senador Luiz Henrique (PMDB/SC). Leia mais no Amazônia
Inpa possui o maior acervo virtual de plantas, frutos e madeiras da Amazônia
O herbário do Inpa associado a outros dois acervos está
totalmente digitalizado e, juntos possuem mais de 400 mil imagens de
espécies da Amazônia que podem ser consultadas on line
Wallace Abreu
Atualmente,
o herbário do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI)
possui mais de 240 mil amostras de plantas da Amazônia. Associadas ao
acervo do herbário estão as coleções de frutos amazônicos (carpoteca),
com aproximadamente 2,5 mil amostras e, a coleção de madeiras (xiloteca)
com mais de 10 mil amostras registradas. Todas as imagens das plantas,
frutos e madeiras que compõem este acervo estão disponíveis na internet
e suas informações podem ser acessadas livremente. Leia matéria de A Crítica em Amazônia
O desenvolvimento regional brasileiro
Paulo Daniel
No decorrer do século XX, o Brasil vivenciou um rápido processo de crescimento econômico, notadamente a partir da década de 30, em plena crise mundial. Esse crescimento foi mais acentuado em determinadas regiões do país do que em outras e, como consequência, as disparidades inter-regionais aumentaram. Leia mais em Carta Capital
No decorrer do século XX, o Brasil vivenciou um rápido processo de crescimento econômico, notadamente a partir da década de 30, em plena crise mundial. Esse crescimento foi mais acentuado em determinadas regiões do país do que em outras e, como consequência, as disparidades inter-regionais aumentaram. Leia mais em Carta Capital
''Nossas cidades são insustentáveis''. Entrevista especial com Luciana Ferrara
Historicamente, os investimentos destinados à habitação
favoreceram o financiamento da casa própria para a classe média,
acentuando a desigualdade social e favorecendo o crescimento urbano de
baixa qualidade. Na avaliação da arquiteta e urbanista Luciana Ferrara,
essa situação gera uma contradição: “Quando se melhora um espaço, ele
se valoriza, promovendo um ciclo de expulsão das famílias mais pobres em
direção as bordas. (...) Compete, nessa disputa por espaço urbano entre
áreas valorizadas e infraestruturadas, um mercado imobiliário atuante,
um setor que consegue adquirir e transformar esse espaço numa velocidade
assustadora”. Leia mais em IHU
Seminário Mundial contra Belo Monte-25 à 27 de outubro em Altamira/PA
Atendendo ao chamado dos povos do Xingu, em especial dos pescadores que,
sem ter respostas do governo querem saber o que realmente acontecerá
com suas vidas, com a vida da floresta, com a vida do rio se a usina de
Belo Monte for construída, diversas organizações, movimentos sociais,
fóruns e indivíduos se reuniram para construir um grande seminário
mundial denominado “Territórios, ambiente e desenvolvimento na Amazônia:
a luta contra os grandes projetos hidrelétricos na bacia do Xingu”. Leia mais em Ecodebate
Estado do Pará é condenado a pagar indenização de 700 mil reais por não punir responsáveis por crime no campo
A Juíza, Maria Aldecy de Sousa, da 3ª Vara Cível da Comarca de
Marabá, condenou o Estado do Pará a pagar uma indenização de 700 mil
reais, aos familiares do Advogado Gabriel Sales Pimenta, assassinado em
18 de julho de 1982, em Marabá. A sentença de primeiro grau foi
publicada hoje no Diário da Justiça. A ação foi proposta pelos advogados
da Comissão Pastoral da Terra – CPT da diocese de Marabá em 1997, em
razão de o crime ter prescrito no ano de 2006. Foram 24 anos de
tramitação do processo e nenhum dos acusados foi submetido ao tribunal
do júri para ser julgado. O mandante do crime, Manoel Cardoso Neto, o
Nelito, irmão do Ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso, chegou a
ser preso no ano de 2005 mas foi posto em liberdade após o Tribunal de
Justiça do Pará declarar que tinha ocorrido a prescrição. Leia mais em Ecodebate
domingo, 9 de outubro de 2011
Todo dia é dia de criança
Elaine Tavares
Dois homens, os quais amo muito, disseram coisas muito
semelhantes sobre a criança. Um deles foi Jesus. Ao verem o mestre, numa de
suas paradas, entre os caminhos poeirentos das estradas da Palestina, ser
rodeado pelos pequenos barulhentos, os seus companheiros decidiram enxotá-los,
acreditando que era isso que Jesus desejava. Mas, o Rabi fez foi enxotar os
apóstolos. "Deixai vir a mim as criancinhas, porque é delas o reino do meu
pai”. Daquela cena fala Lucas, em seu evangelho: "O reino de Deus é dos que se
parecem com as crianças. O que não receber o reino como uma criança, não
entrará nele”, ( Lucas.18:15).Leia mais em Adital
Código Florestal: Senadores apontam pagamento por serviços ambientais como saída para recompor florestas
O projeto de reforma do Código Florestal (PLC 30/2011) deve ser
modificado para incluir instrumentos de pagamento por serviços
ambientais visando incentivar a recomposição e manutenção de Áreas de
Preservação Permanente (APP) e de reserva legal, na opinião dos
senadores que participaram de debate nesta quarta-feira (5) na Comissão
de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT). Leia mais no Ecodebate
A DIVISÃO DO ESTADO DO PARÁ NÃO É A SOLUÇÃO SUSTENTÁVEL PARA A REGIÃO DE CARAJÁS
*Por Raimundo
Moura
Retomo o debate sobre a divisão do Estado do
Pará para contribuir do ponto de vista histórico e político com essa discussão
tão importante para os povos dessa região.
Nesse sentido faço algumas provocações para
o debate: que concepção de modelo de desenvolvimento “os separatistas” estão
defendendo para a região? Pretendem dividir para continuar o mesmo modelo de
dependência econômica do capital especulativo? Os poderes constituídos no
modelo atual (executivo, legislativo e
judiciário) estão atendendo as expectativas do povo? Ou às expectativas
individuais de pequenos grupos que esbanjam as mordomias no congresso, no
planalto, nas assembléias legislativas e nas câmaras de vereadores?
Precisamos entender que a história da nossa
região sempre foi uma história de dependência econômica, política, social e
cultural. Essa dependência não tem nada a ver com a questão geográfica ou
territorial, mas com uma questão econômica e política que é histórica. As
condições gerais do povo são resultantes do modelo expropriador, concentrador e
corrupto que se instalou na região, onde uma minoria lucra em cima de uma grande
maioria.
A crise que a região vive da falta de
políticas públicas para a maioria do povo não é uma crise geográfica, mas
política e de gestão administrativa, por isso não será superada com a divisão
do Estado, pois os mesmos que querem dividir hoje, também ajudaram a
administrar mal o Estado do Pará ao longo desses anos, portanto não tem moral
político e nem competência administrativa para administrar o novo Estado caso o
plebiscito seja favorável a divisão.
As elites daqui sempre exploraram os
recursos naturais e os povos humildes dessa região com o consentimento e o
apoio das elites de Belém. Se hoje querem dividir o Estado do Pará é por puro
interesse de crescer o seu exercito no congresso e no senado (crescer a bancada dos empresários e
latifundiários) para continuar degradando social e ambientalmente a região,
sobretudo porque desde a década de 1980, a luta dos povos indígenas, das comunidades
camponesas, dos trabalhadores da cidade e das organizações ambientais, vem se
renovando e ocupando espaço e lugar no campo dos direitos humanos e da política.
Não vamos nos deixar seduzir pelo “canto da
sereia”! Esse discurso do “sim” é ultraconservador e reacionário, não tem
fundamentação histórica e já foi colocado em prática na região com a
implantação dos grandes projetos e das várias cidades criadas no final da
década de 1980, e o povo amarga o resultado hoje: muitas cidades são na verdade bolsões de miséria e exploração, periferias
da periferia do Estado. Não é verdade que só a região metropolitana é
beneficiada com o recurso do Pará, se assim fosse, Belém e Anananideua não
estariam entre as 10 piores cidades em Saneamento Básico.
Outro exemplo que não podemos deixar de
lembrar é Parauapebas. O município desde quando foi emancipado em 1988, passou
a contar com todas as condições políticas e econômicas para ser modelo para o
Estado em termo de serviço público, no entanto, padece com a incompetência
administrativa e a corrupção de seus governos e vereadores. Só para ter uma
idéia, mais de 80% da população não é atendida com saneamento básico.
Se o Estado for dividido nesse mesmo modelo
de política governamental, um modelo viciado na corrupção, no paternalismo e na
violência, terá continuidade à concentração das terras nas mãos de poucos,
surgindo novos latifúndios e muitos pequenos agricultores serão expulsos de
suas terras como já vem acontecendo hoje. Vale ressaltar que agora não são mais
somente os fazendeiros que expulsam, mas também as empresas multinacionais, a
exemplo da Mineradora Vale que remanejará centenas de famílias de suas terras
com a ampliação da ferrovia.
Se os recursos públicos usados nos
financiamentos passados não geraram o desenvolvimento regional sustentável, nem
melhoraram a vida do povo é porque foram desviados ao longo desse tempo, e quem
estava à frente da gestão desses recursos são os mesmos que querem dividir o
Pará.
Enquanto isso, o acirramento da miséria, da
violência e do desemprego assola a vida do povo do Sul e Sudeste do Pará que
estão sendo mais uma vez iludidos pela esperança de dias melhores. A divisão no
modelo adotado será mais uma colonização oficializada da região pelas elites
regionais, as quais somarão força com a elite nacional para continuar
explorando de forma insustentável a Amazônia em beneficio do super
enriquecimento de um pequeno grupo do agronegócio, representado hoje pelos
senhores Giovani Queiroz (região Carajás) e Lira Maia (região Tapajós), raposas
velhas na política do Estado.
Nós da Amazônia amadurecemos no sofrimento e
na luta. Aqui no Estado do Pará, especialmente nessa região, para enfrentar com
vida a luta, nos organizamos coletivamente e estudamos para não continuar sendo
enganados pelo discurso do “progresso e do desenvolvimento”, propagado por uma
elite que sempre dominou a região, por isso, ver na divisão, a possibilidade de
continuar dominando e defendendo os seus interesses de classe (empresarial e
latifundiária).
Não podemos arcar com mais um ônus na
história política da nossa região, a exemplo do que aconteceu no passado quando
as empresas anarquizaram a região com “os grandes projetos esperançosos” para a
Amazônia, os quais foram responsáveis pela a enorme degradação social e
ambiental que a região sofreu nesses últimos 30 anos.
A política que o momento requer não é
puramente uma divisão territorial, como propõe os “separatistas”, mas da moralização da política brasileira para
fazer com que os recursos públicos sejam de fato investidos em educação, saúde,
habitação, saneamento básico e estradas. Ou será que um novo Estado evitará os
desvios exorbitantes que acontecem nos processos licitatórios dos orçamentos
públicos tanto a nível local como nacional?
Cabe
a nós, paraenses de Carajás, criar uma nova alternativa para essa região da
Amazônia que não se esgota na divisão do Estado, mas pelo contrário, trata-se
de um serviço de respeito ao desenvolvimento real e sustentável em favor da
população, pessoas humildes que vieram para cá ou que aqui nasceram nos últimos
100 anos e que vem na labuta do dia a dia, construindo a história da região,
conquistando o reconhecimento de seus direitos através de suas lutas
organizadas.
Como diz sempre o meu amigo Raimundinho do
Cepasp: “não é verdade que o Estado não está presente na região. Ele nunca
esteve tão presente quanto agora, mas a serviço de uma classe social - empresários
e latifundiários”.
Defender a divisão do Estado sem entender a
história de desenvolvimento da região de Carajás é retroceder na história
amazônica e deixar de verificar os seus antecedentes. Por isso tomei a
liberdade do conhecimento para contribuir melhor com este debate e esclarecer a
população que a divisão do Estado não é a melhor alternativa sustentável para
região.
As
condições de interesses que estão em jogo nessa disputa pelo poder na Amazônia
são irreconciliáveis, ou seja, essas situações concretas de confronto estão na
base do processo de luta nas fronteiras da Amazônia, trata-se da disputa de classe.
Portanto, o momento é de unir o povo do Pará
no combate à marginalização e da distribuição desigual dos recursos e das
riquezas, melhorando a qualidade das relações humanas, satisfazendo as
necessidades básicas da população e respeitando a diversidade cultural,
propiciando assim a autoconfiança e a capacidade de autogestão das comunidades
locais e regionais. Para fazer isso não precisa o Estado ser dividido!
* Pedagogo e Pós Graduando da
Especialização em Educação Ambiental, Cidadania e Desenvolvimento Regional pela
UFPA/NEAm, educador da rede municipal e estadual de educação no município de
Parauapebas/PA.
Mineração no sudeste do PA : camponeses e Vale em rota de colisão
Em Orilândia do Norte, região sul do Pará, a mineradora Vale é
pressionada por movimento de trabalhadores(as) rurais dos projetos de
assentamento Campos Altos e Tucumã, da Colônia Santa Ria e vila
Minerasul, para acordarem um Termo de Acordo no sentido de remanejamento
das famílias que se encontro no entorno do projeto. Trata-se de um projeto para extração de níquel em duas serras
denominadas de Serra Onça e Serra Puma, onde desde 1982 familias de
agricultores chegaram para se instalarem e que depois foram
transformados em projetos de assentamento, pelo INCRA – Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária.Leia mais no Mineração no Sudeste do PA
Depois da Light, Cemig confirma negociações para entrar em Belo Monte
Empresas devem entrar no lugar de construtoras, que detêm participação de 12,56% na Norte Energia
Alexandre Canazio
A
Cemig confirmou nesta quinta-feira, 6 de outubro, que está "em trativas
para eventualmente adquirir participação minoritária" na hidrelétrica
de Belo Monte (PA-11.233 MW). O anúncio veio um dia depois do
presidente da Light, Jerson Kelman, também ter confirmado está em
negociações para entrar na Norte Energia, controladora da usina. "A
negociação em andamento só será concretizada se as condições permitirem a
captura de sinergias que resultem em agregação de valor", salientou a
empresa mineira em comunicado enviado ao mercado. Leia mais no Amazônia
Educação brasileira: ''É hora de um levante em defesa do Piso Nacional para professores''. Entrevista com Roberto Franklin Leão
A luta por melhorias na educação pública brasileira e por um salário
digno aos professores é histórica, e há 200 anos, ainda no Brasil
colônia, houve a tentativa de determinar um piso salarial para a categoria.
“Antes de o Brasil se tornar Império, houve proposta de se criar um
piso salarial para os professores, para a instituição pública, como eles
chamavam na época”, disse Roberto Franklin Leão à IHU On-Line. Leia mais AQUI