O registro do professor Thiago Martins adota como recorte temporal a instalação dos grandes projetos anos de 1980
Bem antes do tema meio ambiente ser alçado à pauta
no conjunto da socidade, e palco de disputas por variados setores, já na década
de 1980, na transição política, nas paragens do sudeste do Pará, a questão
ambiental inquietava um grupo de pessoas articuladas em torno do Centro de
Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (Cepasp), ONG sediada na
cidade de Marabá.
Os tempos eram marcados pelo avanço do grande
capital sobre a floresta sob a ideologia desenvolvimentista amparada na ideia
de polos de desenvolvimento.
Nesta direção exploração de madeira, pecuária, extrativismo
mineral e geração de energia foram alçados como prioriidades. Tempos do
Programa Grande Carajás, na época, classificado como a rendenção do país.
O modelo concetrador de terra e renda, socializou
entre a sociedade toda ordem de passivo social e ambiental. Assim, a região
consagraou-se como o locus onde mais de mata gente na luta pela terra, trabalho
escravo e desmatamento. Situação que se
agravou quando da efetivação de um polo de produção de ferro gusa.
O documentário Marabá 40º, do professor Thiago
Martins, recupera uma fração neste período e atualiza com os dias atuais. Educadores,
trabalhadores rurais, moradores das periferias integram a polifonia do registro.
O documentário aponta como as altas temperaturas que tem tornado quase que inabitável a vida localmente, bem como as constantes secas, que comprometem a reprodução econômica, política, social e cultura do diverso universo camponês da região.
Os relatos advertem sobre as dificuldades na produção das roças com a agravamento a cada ano das crises climáticas, os problemas de saúde provocados em idosos e crianças. Espia AQUI
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