A pasta da saúde, administrada por uma pessoa sem qualificação com o tema, tem se recusado a negociar com a categoria, acusa Sindisaúde.
Em uma das tentativas de negociação, no primeiro plano, o deputado Priante (MDB) em passagem pela cidade, a representante do sindicato e o prefeito Tom Farias (MDB).
Quando da
decretação da greve do setor de saúde da cidade de Alenquer, no Baixo Amazonas,
em outubro do ano passado, o alerta sobre o incremento dos casos de covid,
viroses e a dengue não havia ligado o sinal de alerta.
O setor
festejado pelas gestões e a sociedade em geral, por conta do ápice da pandemia,
hoje padece com a total falta de respeito, queixam-se os grevistas durante
reunião na sede do sindicato no final de janeiro.
Passados quase
quatro meses, a gestão do setor do município continua indiferente às demandas
da categoria, que amarga perdas salarias por conta de preenchimentos equivocados
da pasta no site do Ministério da Saúde, péssimas condições de trabalho, não
pagamento do piso nacional de Enfermagem, instituído em agosto de 2023 com
caráter retroativo, e o não cumprimento do PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e
Remunerações).
A Lei nº 14.434/2022
Institui o piso de R$ 4.750,00 para enfermeiros(as), 70% desse valor para
técnicos(as) de enfermagem e 50% para parteiras e auxiliares de enfermagem. Em
setembro a emenda constitucional normatiza que a União deve colaborar com os
custos para as unidades da federação.
O Sindsaúde
esclarece que neste sentido, a gestão do senhor Paulo Rocha, um técnico e
professor em informática, ou seja, sem conhecimentos da pasta, tem preenchido
os dados no sistema do site do Ministério de forma equivocado.
Ao invés de
colocar o salário base, a secretaria tem inserido o salário base mais os
penduricalhos, a exemplo de adicional de insalubridade, tempo de serviço, entre
outras compensações. Ato que acarreta prejuízo na composição de salário, bem
como no recebimento de retroativos.
O PCCR aprovado
desde 2020, com agenda para ser viabilizado a partir de 2022 padece de
cumprimento. O sindicato denuncia que o mesmo vem sido cumprido parcialmente,
onde a progressão por triênio e a insalubridade não têm sido respeitados.
“A única implementação das pautas do PCCR
realizada pela Administração do Município foi garantir o reajuste do piso
salarial dos servidores da saúde com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao
Consumidor), contudo, todos os demais pontos estão sendo descumpridos, tais
como, gratificação de função, progressão de carreira, concessão de função
comissionada apenas a servidores efetivos, adicional de tempo de serviço, entre
outros” informa documento do sindicato encaminhado ao Ministério Público.
Os
trabalhadores da Saúde avaliam que a gestão além de não ter conhecimento e
formação sobre o tema, tem se esquivado continuamente no equacionamento da
situação dos servidores. Em documento que decreta o estado de greve, consta que
“a medida do secretário Paulo Rocha tem sido em não apresentar nenhuma contra
proposta às reivindicações. Ele usa a reunião, para marcar outra reunião, em
que nunca sinaliza para a solução do problema, além de se ausentar de muitas
agendas que ele mesmo indica”.
Na cidade de
que não conta com um hospital público, e sim um privado/conveniado, as condições
de trabalho são consideradas as piores possíveis. Profissionais informam que no
Centro Municipal de Saúde a sala usada para realização de testes de covid fica
em frente a sala de atendimentos de diabéticos e hipertensos, usando assim o
mesmo ambiente de espera, colocando todos em risco.
Geralmente os
espaços não contam com a ventilação adequada, estão suscetíveis a vazamento de
esgoto e funcionam sem ar-condicionado. Faz
seis anos que o laboratório não funciona, afirma uma técnica em laboratório.
A secretaria
tem um quadro funcional estimado em 337 funcionários, sendo perto de 40% dos
cargos ocupados com nomeação sem concurso público. O sindicato avalia que o
movimento é legítimo e legal. A prefeitura já foi derrotada em três ocasiões no
Tribunal de Justiça do Pará, na tentativa em deslegitimar o movimento.
Além de buscar
negociações junto à pasta, conselho de saúde e mesmo acionado o Ministério
Público, a situação continua num impasse, por conta da ausência de vontade
política do atual gestor.
No Legislativo,
composto por 15 vereadores, a categoria conta com apoio de parte dos edis. Destes,
três possuem parentes na pasta. O que os torna impedidos de participação da
votação do projeto de lei na Câmara, contudo, os mesmos, ainda que impedidos
por conta de conflito de interesse, votaram.
Durante todo este período de greve os servidores têm
realizado atos públicos em frente ao prédio poder legislativo, secretaria de
saúde, prefeitura, ministério público, praças e audiência pública com vistas a
esclarecer a sociedade local.
Maiores
informações
Ariane
Araújo da Silva (Enfermeira) 93 991930859
Ana
Cristina Primo (Técnica em Laboratório) 991656358
Perfeito texto, agora recente o laboratório está em reforma,o funcionamento, não se tem prazo!
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