Centro Histórico de São Luís-MA. Foto: Thulla Esteves
Julho. Calor. Tempo de queimadas e poeira por cá, terras parauaras, nas bandas de Marabá. Assim como o aumento de casos de doenças respiratórias nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Crianças
e idosos são os mais afetados. Em condições normais, as chuvas já deveriam ter
cessado. Entretanto, vez por outra, uma precipita. Climáticas transformações. Sibéria
em chamas.
A
epidemia continua a devorar vidas. Mais de mil pessoas/dia. A estupidez tomou o
país de assalto com as devidas credenciais militares. À cada
final de semana desfila de moto em algum canto.
O
custo é elevado, enquanto milhares disputam ossos para compor alguma refeição
no terreiro do agronegócio. Ruinas ao redor. Recompor os escombros será missão hercúlea.
Gerações em destroços.
Em
oposição ao obscurantismo, manifestantes têm tomado as ruas em todo o país periodicamente.
Na derradeira, dia 24, estávamos em trânsito. Faz uns 15 dias que estamos na estrada.
Neste
intervalo, em Leopoldina, São Paulo, parte da memória do audiovisual nacional virou
cinzas. O diabo tomou conta da terra do sol.
Quantos
fuzis e bravos guerreiros serão necessários para romper o barravento do manto
do retrocesso que irá condenar gerações a vidas secas? Ninguém foi detido pelo crime da Cinemateca.
Contudo, o ato em torrar a estátua de criminoso bandeirante teve desfecho
oposto.
Negros
e pobres das periferias foram detidos no caso do bandeirante. Quantas vezes
favela? Negros e pobres brilham no Japão. Meninas. A contrariar tudo.
Os
dias de estrada possuíam dupla tarefa. A primeira catar as coisas de Docinho em
Marabá. Enfim, escovas reunidas no mesmo cafofo, Santarém. A segunda festejar
Mainha em São Luís, que este ano celebra 90 primaveras. Brava, ereta, lúcida,
como sempre repete.
Desde
maio ela celebra. “Celebrar, é assim que tem de ser”, festejou Chico Science. No
quarto ela ainda guarda os balões e outros mimos. Faz questão de exibir. “A
vida é tão rara”, diria Lenine.
Num
dos dia do festejo de Mainha, regado a violão do sobrinho Jonantha, que vi
tocar pela primeira vez contamos com a alegria do mano Carlos Pereira, o “Pança”,
camarada de velha data, tempos de UFMA. E o senhor Valdir, enamorado de minha
irmã Cristiane. Risos aos montões sobre paradas antigas e recentes. Perda de
óculos, dormir em ponto de ônibus....
Dias
de risos e mar. É tudo água ao redor. O retornou ocorreu na tarde do dia 30. Era
sexta feira. Chovia. 16h partimos do hotel rumo à rodoviária. Até chegar em
casa seriam 25h a serem superadas. Ida até Belém para poder seguir de avião até
Santarém.
A
empresa Jamjoy foi a escolhida para a estrada. A promessa é que não haveria
parada em nenhum ponto até Ananindeua, região metropolitana de Belém. No entanto,
logo de cara ocorreu parada para jantar e em seguida para o café. Sendo que o
busão 9315 partiu de São Luís com mais de 40 minutos de atraso. Havia temor
sobre perder a conexão.
Na
cidade de Castanhal, por volta das 9h, o motorista, um chato sem medidas,
anunciou o prego no veículo. Falei sobre a nossa conexão com uma jovem que
tomava de conta do guichê da empresa. Saber se havia algum gerente. Nadinha de
nada.
Fomos
obrigados a tomar um táxi. O preço da corrida até o aeroporto foi superior que o preço da
passagem da Jamjoy, que não conta com informações sobre SAC (Serviço de
Atendimento ao Cliente) em seu site.
As
informações disponíveis em suas redes sociais sobre email e telefone não
funcionam. E o espaço no site dedicado a reclamações não completa a operação.
A
viagem entre Belém até Santarém dura 60 minutos. Aportamos na cidade por volta
das 14h e uns quebrados. Seguimos direto para uma peixaria.
Aportamos
em casa somente por volta das 17h. Soneca merecida. Como é bom voltar para o
aconchego. Na segunda os pertences de Docinho foram entregues. Ela parece
feliz, apesar de murmurar uma reclamação aqui, outro acolá. Aos poucos o cafofo
ganha a cara da gente. Uns mimos aqui, outros ali.
Daqui
a pouco já será o natal. Contudo, antes, teremos a celebração de nossas
primaveras....”quando entrar setembro, e a boa nova andar nos campos”....
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