terça-feira, 3 de agosto de 2021

O retorno para casa - uns apanhados


                                                Centro Histórico de São Luís-MA. Foto: Thulla Esteves

Julho. Calor. Tempo de queimadas e poeira por cá, terras parauaras, nas bandas de Marabá. Assim como o aumento de casos de doenças respiratórias nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Crianças e idosos são os mais afetados. Em condições normais, as chuvas já deveriam ter cessado. Entretanto, vez por outra, uma precipita. Climáticas transformações. Sibéria em chamas.

A epidemia continua a devorar vidas. Mais de mil pessoas/dia. A estupidez tomou o país de assalto com as devidas credenciais militares.   À cada final de semana desfila de moto em algum canto.

O custo é elevado, enquanto milhares disputam ossos para compor alguma refeição no terreiro do agronegócio. Ruinas ao redor. Recompor os escombros será missão hercúlea. Gerações em destroços.

Em oposição ao obscurantismo, manifestantes têm tomado as ruas em todo o país periodicamente. Na derradeira, dia 24, estávamos em trânsito.  Faz uns 15 dias que estamos na estrada.

Neste intervalo, em Leopoldina, São Paulo, parte da memória do audiovisual nacional virou cinzas. O diabo tomou conta da terra do sol.

Quantos fuzis e bravos guerreiros serão necessários para romper o barravento do manto do retrocesso que irá condenar gerações a vidas secas?  Ninguém foi detido pelo crime da Cinemateca. Contudo, o ato em torrar a estátua de criminoso bandeirante teve desfecho oposto.

Negros e pobres das periferias foram detidos no caso do bandeirante. Quantas vezes favela? Negros e pobres brilham no Japão. Meninas. A contrariar tudo.  

Os dias de estrada possuíam dupla tarefa. A primeira catar as coisas de Docinho em Marabá. Enfim, escovas reunidas no mesmo cafofo, Santarém. A segunda festejar Mainha em São Luís, que este ano celebra 90 primaveras. Brava, ereta, lúcida, como sempre repete.

Desde maio ela celebra. “Celebrar, é assim que tem de ser”, festejou Chico Science. No quarto ela ainda guarda os balões e outros mimos. Faz questão de exibir. “A vida é tão rara”, diria Lenine.

Num dos dia do festejo de Mainha, regado a violão do sobrinho Jonantha, que vi tocar pela primeira vez contamos com a alegria do mano Carlos Pereira, o “Pança”, camarada de velha data, tempos de UFMA. E o senhor Valdir, enamorado de minha irmã Cristiane. Risos aos montões sobre paradas antigas e recentes. Perda de óculos, dormir em ponto de ônibus....



Dias de risos e mar. É tudo água ao redor. O retornou ocorreu na tarde do dia 30. Era sexta feira. Chovia. 16h partimos do hotel rumo à rodoviária. Até chegar em casa seriam 25h a serem superadas. Ida até Belém para poder seguir de avião até Santarém. 

A empresa Jamjoy foi a escolhida para a estrada. A promessa é que não haveria parada em nenhum ponto até Ananindeua, região metropolitana de Belém. No entanto, logo de cara ocorreu parada para jantar e em seguida para o café. Sendo que o busão 9315 partiu de São Luís com mais de 40 minutos de atraso. Havia temor sobre perder a conexão.

Na cidade de Castanhal, por volta das 9h, o motorista, um chato sem medidas, anunciou o prego no veículo. Falei sobre a nossa conexão com uma jovem que tomava de conta do guichê da empresa. Saber se havia algum gerente. Nadinha de nada.

Fomos obrigados a tomar um táxi. O preço da corrida  até o aeroporto foi superior que o preço da passagem da Jamjoy, que não conta com informações sobre SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) em seu site. 

As informações disponíveis em suas redes sociais sobre email e telefone não funcionam. E o espaço no site dedicado a reclamações não completa a operação.  

A viagem entre Belém até Santarém dura 60 minutos. Aportamos na cidade por volta das 14h e uns quebrados. Seguimos direto para uma peixaria.

Aportamos em casa somente por volta das 17h. Soneca merecida. Como é bom voltar para o aconchego. Na segunda os pertences de Docinho foram entregues. Ela parece feliz, apesar de murmurar uma reclamação aqui, outro acolá. Aos poucos o cafofo ganha a cara da gente. Uns mimos aqui, outros ali.

Daqui a pouco já será o natal. Contudo, antes, teremos a celebração de nossas primaveras....”quando entrar setembro, e a boa nova andar nos campos”....

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