quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Manoel Conceição, presente!!!

O dirigente devotou toda a sua existência pela classe trabalhadora. Ser plural, ajudou a forjar o PT, a CUT, centros de educação camponesa, a luta sindical, a defesa pelo Cerrado. Tinha lema, "Minha perna é minha classe". 

                                 Foto: Marcelo Cruz

Manoel Conceição passarinhou nesta manhã, na cidade de Imperatriz, oeste do Maranhão, região do Cerrado, encruza onde os rios afloram. Tocantins, Araguaia. Nascido numa vila da cidade de Coroatá, filho e neto de família camponesa, Mané, como é tratado pelas pessoas mais próximas, possui reconhecimento mundial como um dos ativistas mais expressivos na defesa da reforma agrária no Brasil. 

Mané foi, é plural. Ativista partidário, sindicalista, educador, ambientalista, um craque em organizar barricas de resistências, um jardineiro de utopias. Um ser coletivo. O seu nome consta na memória das lutas populares em vários estados do país, entre eles Maranhão, Pernambuco e Minas Gerais.

Foi linha de frente em pelejas áridas no Vale do Pindaré e Buriticupu, no Maranhão, como celebra o igualmente dirigente camponês Luiz Vila Nova, em recente livro de memórias realizado com a jornalista Cláudia Santiago, do Núcleo Piratininga de Comunicação.

Manoel Conceição é uma pessoa rara. O negro com um pouco mais de metro e meio  teve a perna amputada por conta da opção pelos trabalhadores durante o regime militar. Viveu no exílio. Distante de sua terra natal, em suas andanças ganhou de Mao uma prótese.

Mané é um petista histórico. Foi o terceiro nome no livro de fundação do partido no Colégio Sion, no ano de 1980. Movido pela trajetória construída, realizou greve de fome por conta da aliança que o partido firmou com a família Sarney no Maranhão.

 O dirigente ajudou a organizar o partido em vários estados. Em Pernambuco, chegou a ser candidato ao governo. Em 2010 a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) relançou o livro relato, Essa terra é nossa, lançado em sua primeira edição durante o processo de redemocratização do país.

 

Em 2010, por conta de sua trajetória  em defesa da reforma agrária e do meio ambiente, a  Universidade Federal do Maranhão [UFMA] concedeu ao trabalhador rural o título de Doutor Honoris.

No mesmo ano a professora e jornalista Helciane de Fátima Abreu Araújo, lançou o livro “Memória, Mediação e Campesinato: as representações de uma liderança sobre as lutas camponesas da Pré-Amazônia maranhense”. Leia mais AQUI

Nos anos recentes a cineasta Marta Nhering tem empenhado esforços em viabilizar um documentário sobre o dirigente.

Quando Mané somou 40 anos de militância, a edição da revista Democracia Viva, editada pelo IBASE/RJ, de número 19, do ano de 2003, publicou longa reportagem sobre o ativista.  Veja AQUI

Em outra edição da mesma revista, consta uma entrevista. Leia AQUI

Já a revista Ecologia e Desenvolvimento, da extinta editora Cadernos do Terceiro Mundo, abordou a sua atividade em defesa do Cerrado do Maranhão, em edição de nº 107, quando a publicação somava 12 anos de atividade. Leia AQUI

MST e amigos, recentemente realizaram uma live em homenagem a Mané, que pode ser visualizada AQUI.

Manoel Conceição, presente!!!

  


Nenhum comentário:

Postar um comentário