O dirigente devotou toda a sua existência pela classe trabalhadora. Ser plural, ajudou a forjar o PT, a CUT, centros de educação camponesa, a luta sindical, a defesa pelo Cerrado. Tinha lema, "Minha perna é minha classe".
Foto: Marcelo CruzManoel Conceição passarinhou nesta
manhã, na cidade de Imperatriz, oeste do Maranhão, região do Cerrado, encruza
onde os rios afloram. Tocantins, Araguaia. Nascido numa vila da cidade de
Coroatá, filho e neto de família camponesa, Mané, como é tratado pelas pessoas
mais próximas, possui reconhecimento mundial como um dos ativistas mais
expressivos na defesa da reforma agrária no Brasil.
Mané foi, é plural. Ativista
partidário, sindicalista, educador, ambientalista, um craque em organizar
barricas de resistências, um jardineiro de utopias. Um ser coletivo. O seu nome
consta na memória das lutas populares em vários estados do país, entre eles
Maranhão, Pernambuco e Minas Gerais.
Foi linha de frente em pelejas áridas
no Vale do Pindaré e Buriticupu, no Maranhão, como celebra o igualmente
dirigente camponês Luiz Vila Nova, em recente livro de memórias realizado com a
jornalista Cláudia Santiago, do Núcleo Piratininga de Comunicação.
Manoel Conceição é
uma pessoa rara. O negro com um pouco mais de metro e meio teve a
perna amputada por conta da opção pelos trabalhadores durante o regime militar.
Viveu no exílio. Distante de sua terra natal, em suas andanças ganhou de Mao
uma prótese.
Mané é um petista
histórico. Foi o terceiro nome no livro de fundação do partido no Colégio Sion,
no ano de 1980. Movido pela trajetória construída, realizou greve de fome
por conta da aliança que o partido firmou com a família Sarney no Maranhão.
O
dirigente ajudou a organizar o partido em vários estados. Em Pernambuco,
chegou a ser candidato ao governo. Em 2010 a Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) relançou o livro relato, Essa terra é nossa, lançado em sua
primeira edição durante o processo de redemocratização do país.
Em 2010, por conta de sua
trajetória em defesa da reforma agrária e do meio ambiente,
a Universidade Federal do Maranhão [UFMA] concedeu ao trabalhador
rural o título de Doutor Honoris.
No mesmo ano a professora e
jornalista Helciane de Fátima Abreu Araújo, lançou o livro “Memória,
Mediação e Campesinato: as representações de uma liderança sobre as lutas
camponesas da Pré-Amazônia maranhense”. Leia mais AQUI
Nos anos recentes a cineasta Marta
Nhering tem empenhado esforços em viabilizar um documentário sobre o
dirigente.
Quando Mané somou 40 anos de
militância, a edição da revista Democracia Viva, editada pelo IBASE/RJ, de
número 19, do ano de 2003, publicou longa reportagem sobre o
ativista. Veja AQUI
Em outra edição da mesma revista,
consta uma entrevista. Leia AQUI
Já a revista Ecologia e
Desenvolvimento, da extinta editora Cadernos do Terceiro Mundo, abordou a sua
atividade em defesa do Cerrado do Maranhão, em edição de nº 107, quando a
publicação somava 12 anos de atividade. Leia AQUI
MST e amigos, recentemente realizaram
uma live em homenagem a Mané, que pode ser visualizada AQUI.
Manoel Conceição, presente!!!
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