terça-feira, 10 de novembro de 2020

Santarém: pautas comuns e trabalho de base consagram iniciativa de chapas coletivas

 Mulheres indígenas e quilombolas e jovens protagonizam o fazer político em região marcada por interesses de grandes corporações. 


Em poema Cecília Meirelles adverte: “A vida só é possível reinventada! ”. Em tempos eclipsados pelo obscurantismo, urge a vida reinventar.  Já a canção Cio da Terra, autoria de Milton Nascimento e Chico Buarque, defende: “Debulhar o trigo, recolher cada bago do trigo para que todos se fartem de pão”. 

Quão necessário faz-se o se fartar de pão, ternura, delicadeza em dias tão brutais. Dias e noites de desalentos. Perdas de entes queridos pela pandemia. Dias e noites de desencantamento fomentado por mentiras, disseminação do ódio em rede, de ignorâncias celebradas em ruas, defendidas em como fossem verdades únicas.  

Reinventar a vida, debulhar cada bago do trigo, fecundar a terra é o que têm feito as duas chapas coletivas do Psol da cidade de Santarém, que pleiteiam assento no Legislativo eivado de representantes do poder oligárquico e corporativo que ameaçam as terras ancestrais de indígenas, quilombolas e campesinos.

As chapas coletivas nascem do chão, do cuidado coletivo, para além dos vícios do personalismo e tantos outros, como as tretas, que tanto favorecem interesses capitais. Dolores, dólares....

Na cidade de Santarém, a trama da revisão do plano diretor é o exemplo mais vivo, quando o interesse privado se sobrepôs sobre ao interesse público e coletivo.

As chapas psolistas da cidade de Santarém, - bela cidade cotejada pela pujança dos rios Amazonas e Tapajós - brotam do chão da necessidade coletiva em travar o bom combate em defesa do bem comum. Bem comum daqueles sujeitos que historicamente têm arcado com toda com o ônus da festa dos palácios.

A chapa das mulheres é composta por indígenas e quilombolas.  Achapa dos jovens defende o Bem Viver. Ambas possuem os pés fincados na rica sociodiversidade que compõe o território do município.

É com elas que sigo em marcha, a reinventar a vida, debulhar o trigo, tocar o tambor, celebrar e lutar com as bandeiras nas ruas, a alegria, a solidariedade, porque a vida só é possível reinventada, o que ela deseja da gente é coragem.   

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