O procurador Felício Pontes, do Ministério Público Federal em Belém, é a pedra no sapato dos defensores da hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, a mais importante obra do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC.
Defensor de indígenas, quilombolas, ribeirinhos e populações amazônicas
tradicionais, Pontes assina cinco das 11 ações civis públicas movidas
contra a usina. Ele tem dito que 40% das condicionantes impostas pelo
Ibama não foram cumpridas - continuam faltando postos de saúde, escolas e
saneamento. O intenso fluxo migratório à região - seriam 97 mil pessoas
seduzidas pela obra -, somado à explosão dos preços de imóveis e
terras, e a escassez de infraestrutura, pode criar um caldo com
potencial explosivo. "O caos que pode se instalar em Altamira é maior do que ocorreu em Rondônia, porque a região já é conflituosa", diz, lembrando a confusão de março no canteiro de Jirau,
no rio Madeira, e os vários assassinatos de lideranças rurais na região
de Altamira. "Sem resolver esses conflitos fundiários, onde isso vai
parar?", alerta. O índice de violência em Altamira cresceu 28% de 2010 a
hoje.Leia mais no IHU
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