Celebração
com Dom Erwin Kräutler, bispo do Xingu, deu início à saída de cerca de
55 barcos com mais de 200 pescadores que irão participar da grande
pescaria em defesa do rio Xingu. Até segunda-feira, 14 de março, mais
barcos se somarão ao ato.
Uma
mística com a benção do bispo do Xingu e presidente do Conselho
Indigenista Missionário (CIMI), Dom Erwin Kräutler, marcou hoje, 11 de
março, a saída de 55 barcos com mais de 200 pescadores que irão
participar da “Grande Pescaria em Defesa do Xingu e contra Belo Monte”. A
ação no rio Xingu, organizada pelo Movimento de Pescadores e Pescadoras
do Xingu, com o apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), CIMI, FASE,
Prelazia do Xingu e demais organizações, receberá ainda hoje e amanhã o
reforço de mais 25 barcos com cerca de 100 pescadores vindos das cidades
de Medicilândia, Belo Monte e Brasil Novo, no Pará.
Segundo
Fábio Barros, da CPT Pará, o grupo de pescadores chegará em Altamira
(PA) na segunda-feira, dia 14, por volta das oito horas da manhã, onde
farão uma grande Romaria fluvial. Ao desembarcarem na orla da cidade, em
frente à empresa Eletronorte, os pescadores, pescadoras, movimentos e
organizações sociais e moradores da cidade farão um grande ato político,
com a exibição de filmes e atividades culturais com a finalidade de
conscientizar a população e chamar a atenção das autoridades para os
impactos da construção de uma hidrelétrica em pleno Xingu. Após o ato,
será realizada uma coletiva de imprensa com a presença dos pescadores e
pescadoras que participaram da grande pescaria, e, logo em seguida, um
grande almoço será servido com os peixes trazidos pelos barcos, que se
estima seja entre 10 e 13 toneladas. Os peixes
que não forem consumidos nesse almoço serão doados para instituições de
caridade em Altamira.
Comunidades tecem a união para a resistência
Durante
a organização e articulação das comunidades ribeirinhas e de pescadores
para esse grande ato contra a construção da usina hidrelétrica de Belo
Monte, foi entregue a cada comunidade linha de náilon e agulha,
instrumentos necessários para tecer uma rede de pesca, para que sejam
tecidos pedaços de uma grande rede de pesca comunitária, que terá entre
200 e 300 metros, simbolizando a união de todas as comunidades em seu
processo de resistência.
De
acordo com Fábio, “a intenção é que seja construído, a partir dessas
ações, um movimento mais orgânico desses pescadores e pescadoras. Com
uma articulação mais consolidada, iremos realizar uma Assembleia dos
Pescadores e Pescadoras do Xingu, entre os dias 25 e 27 de março, na
cidade de Vitória do Xingu, a 45 km de Altamira, com a presença de 600 a
700 pescadores e pescadoras, para definir linhas de ação e táticas do
movimento daqui para frente”.
Maiores informações:
Fábio Barros (CPT) – (93) 9146-6932
Luiz Cláudio (CIMI) - (91) 8298-5716
www.cptnacional.org.br
@cptnacional
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