segunda-feira, 16 de março de 2009

Trabalho escravo: é fantástico?


O juiz de direito do Maranhão, o paulista Testa, fazendeiro na região oeste do estado foi flagrado pela fiscalização do Ministério do Trabalho mantendo trabalhadores em condições análogas à escravidão.
O mesmo teve o nome incluído na Lista Suja” do ministério. Eis o fato que ancorou a reportagem sobre a questão no Maranhão, no município de Açailândia e exibida na edição de ontem do programa Fantástico da Rede Globo.

O oeste maranhense faz parte da pré-Amazônia e desde a década de 1960 é impactado pela implantação de grandes projetos. A região integra área de atuação da Vale.

Bem interessante lançar luzes sobre as ações empresariais de quem deveria zelar pela lei. Mas, um desperdício se considerar as tensões no sudeste do Pará.
O segundo estado em extensão territorial da Amazônia é líder absoluto em trabalhadores libertados de carvoarias e fazendas em condições de trabalho degradante.

Mais interessante poderia ter sido a reportagem ainda, pelo fato de inúmeras fazendas ocupadas no sudeste paraense terem registrado a prática da escravidão.
Entre elas a Espírito Santo, no município de Xinguara, propriedade em nome da Agropecuária Santa Bárbara, empresa sob a tutela do banqueiro Daniel Dantas.

A reportagem poderia ter investigado o fato da justiça federal ter condenado 27 fazendeiros no Pará de uma só vez. Fato ocorrido no mês de março.
Capítulo inédito na história da justiça e que não teve a atenção devida pelos veículos locais, agendados em criminalizar as ações de ocupações dos sem terra, sem fazer a devida contextualização do complexo mundo rural paraense.

A viagem do oeste do Maranhão até o sudeste do Pará é possível de ser realizada até de carro sem demandar tanto tempo, como era antes.

Seria uma oportunidade de verificar como anda a situação das fazendas em nome da família Mutran, que recebeu a maior multa do país no ano de 2004.
Algumas das fazendas multadas já foram desapropriadas para fins de reforma agrária.

A mesma família negociou áreas com o grupo Santa Bárbara, fazendas que estão sendo investigadas pelo estado quanto à legitimidade da titularidade das terras.

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