quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Comitê Dorothy faz mobilização na passagem de quatro anos da execução da missionária



Faz quatro anos que a missionária Dorothy Stang foi executada no município de Anapu, sudoeste do Pará. A região tem abrigado os números da aguda violência contra camponeses e seus alinhados, antes concentrada no sul e sudeste do estado.

Outras execuções antecederam o assassinato da religiosa, como os casos dos dirigentes sindicais conhecidos como Dema e Brasília.

Registram-se ainda execuções de trabalhadores rurais e médios produtores que contrariaram interesses de grileiros, madeireiros e fraudadores da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM).

No dia de hoje haverá celebração de missas em Belém e no local do crime. Em Anapu a celebração será realizada por D. Erwin, também ameaçado de morte.

O Comitê Dorothy que teve ativa mobilização durante o Fórum Mundial de Teologia e FSM, agenda ainda pressão política junto ao poder judiciário.

O caso Dorothy contrariou a morosidade nos processos que envolvem camponeses e seus apoiadores. Ao contrário do vasto rosário de crimes impunes, o processo foi célere e não durou nem 12 meses.

A praxe em casos que envolvem dirigentes da luta pela reforma agrária ultrapassa a casa de uma década, chegando a beirar até mais de 20 anos, como no caso da Chacina Ubá.

Mas, uma máxima é ratificada, a justiça não tem alcançado os caciques que mandam matar. Regivaldo Pereira Galvão, vulgo “Taradão”, um dos suspeitos, encontra-se preso, talvez por erro tático.

Após ter sido solto em 2006 por força do STF, Taradão voltou a ser preso quando tentava negociar o lote 55 da gleba Pacajá, no fim do ano passado.
O Lote é indicado como o motivador da situação de conflito na região entre camponeses e Taradão.

Vitalmiro de Bastos, vulgo Bida, que chegou a ser preso, julgado e condenado a 30 anos de prisão, foi absolvido num segundo julgamento em maio de 2008.

Apenas o baixo clero envolvido na execução da missionária se encontra na cadeia. Os pistoleiros Rayfran das Neves Sales, o "Fogoió", e Clodoaldo Carlos Batista, o "Eduardo", foram condenados a 27 e 17 anos de prisão, respectivamente.

Amair Feijoli da Cunha, o "Tato", foi condenado a 27 anos de prisão como intermediário.

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