"Só sairemos daqui após negociação com a direção da Funai", defendem os lideres
Faz mais de uma semana que lideranças do povo kayapó, da aldeia Baú, decidiram pela obstrução da rodovia da soja, a BR 163. A rodovia liga Cuiabá, no Mato Grosso, a Santarém, no oeste do Pará.
Eles reivindicam energia elétrica, melhoria nas estradas e um posto da Funai na região. Atualmente eles são obrigados a percorrer mais de mil quilômetros até Redenção, no sul do estado, onde fica o posto da Funai responsável pela demanda do oeste paraense.
A região promete nos próximos anos mais situações de tensão entre as inúmeras categorias das sociedades locais, consideradas como tradicionais: indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores e demais categorias, e os grandes grupos nacionais e internacionais dos setores de energia, construtores de barragens e portos, garimpeiros, mineradoras, grileiros de terras e madeireiros.
A região é um eixos da política nacional de integração (energia, transporte e comunicação), para onde estão agendados o complexo hidrelétrico do Tapajós/Teles Pires, o complexo de portos do Lago do Maicá, no município de Santarém, este sob interesse da empresa Embraps (grupo de sojicultores).
A região do oeste paraense é considerada a de maior concentração de ouro do estado. Informes preliminares atestam que existe uma conjunto significativo de pedido de exploração de grandes empresas junto ao Departamento Nacional de Produção Mineração (DNPM), onde a Vale desponta como líder em solicitações.
Soma-se ainda ao cenário, portos em Miritituba, na cidade de Itaituba, de interesse da Bunge, sem falar na duplicação e asfaltamento da BR 163.
A rodovia criada pela ditadura civil militar, faz parte de um modal de transportes, que visa a agilizar a circulação de commodities (minério, energia e grãos) com custos menores e em menos tempo, via o porto da Vila do Conde, no município de Barcarena.
Atualmente o produção de grãos Centro Oeste do país, onde um dos lideres é o grupo Maggi, é exportado via o porto de Santos/SP, ou Paranaguá/PR.
Abaixo vídeo do Povo kayapó, que exige a presença do presidente da Funai na região.
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