O Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia, da Universidade Federal do Pará, promoveu, na manhã desta quinta-feira, 2, o lançamento do livro O fim do silêncio: presença negra na Amazônia. A autora, professora doutora Patrícia Melo Sampaio, é pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas e, desde o ano passado, é professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia, da UFPA. Leia mais na UFPA
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Uma polêmica sobre o preço forjado da energia da hidrelétrica de Belo Monte, artigo de Marcos Vinícius Miranda
No dia 12 de janeiro de 2012, o Jornal da Ciência divulgou o artigo de minha autoria intitulado ‘Hidrelétrica Belo Monte: a sistemática econômica do governo federal‘. Nele, argumento que o baixo preço de venda da energia da hidrelétrica Belo Monte foi alcançado a partir da utilização de uma sistemática econômica que é composta pelo uso de baixa taxa de desconto; pela adoção de Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (TUST) irreal, particularmente para o caso da transmissão da energia para além do ponto de conexão com a rede do sistema interligado; pelo mecanismo dos leilões reversos, nos quais os vencedores são aqueles que fazem os lances mais baixos para a energia dos empreendimentos licitados; e pelas vantagens econômicas e financeiras proporcionadas pelo governo federal aos empreendedores dessa usina, além do suporte do contrato de concessão e da resignação das empresas estatais em aceitar baixa taxa de remuneração para o capital que será investido na construção de Belo Monte. Publicado no Jornal da Ciência e replicado no Ecodebate
Grupo Móvel liberta 52 pessoas de trabalho análogo ao de escravo em três fazendas no Pará
Ação ocorreu em Tailândia e foram pagos R$ 168,9 mil em verbas rescisórias
Ação realizada por fiscais do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) no município de Tailândia (PA) resgatou 52 empregados encontrados em situação análoga a de escravo, num conjunto de três fazendas. Entre os resgatados, foram encontrados quatro adolescentes: uma garota de 15 anos, cozinheira; dois garotos com idades entre 13 e 14 anos, que lapidavam mourões e estacas com machado; e outro de 16 anos, que roçava o mato com foice para abrir ramal por onde passavam com as toras.
Em um dos acampamentos – num total de sete, espalhados pela fazenda – também foi encontrada uma trabalhadora grávida, de cinco meses, que era cozinheira, além de famílias que residiam com crianças, em barracos de lona, na mata.
Os trabalhadores receberam R$ 168,9 mil em verbas rescisórias. Foram emitidas 15 CTPS, lavrados 24 autos de infração e apreendidas 11 armas.
Fonte: MTE
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
MST\PA lança sexta feira centro de formação em agroecologia
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) do Pará fará, no próximo dia 03 de fevereiro, a partir das 18h30, na sede da SDDH, a apresentação oficial do Centro de Estudos e Formação em Agroecologia e Cultura Cabana (Cefac), que será implantado com a parceria da Universidade de Alicante (Espanha) e da Incubadora de Projetos da UFPA). Leia mais no blog Resistência\SDHH
Justiça e mídia tentam culpar família por morte de liderança indígena
A história se repete: pistoleiros matam uma liderança indígena na frente de seus parentes e as autoridades responsabilizam sua própria família. Foi assim no assassinato de uma das principais lideranças Guarani, Marçal de Souza, em 1983; no assassinato de Marco Verón, em 2003; e agora, no de Nísio Gomes. Leia mais em Carta Maior
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
MPF cobra controle e regularização ambiental na atividade siderúrgica
Todas as siderúrgicas do Pará e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) terão a oportunidade de atuarem em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no combate à produção ilegal de carvão vegetal, responsável por grande parte do desmatamento e do trabalho escravo no Estado. Leia mais em MPF
Mineração - qual é a realidade sobre os Fundos Sociais?
O professor Rodrigo Santos, da Universidade Federal de Juíz de Fora, realizou recentemente um estudo aprofundado comparando as experiências de Fundos Sociais da mineração em vários países do mundo. Objetivo do estudo, realizado com o apoio de Justiça nos Trilhos, Ibase, FASE, FUP e Greenpeace em nome do Observatório do Pré Sal e da Indústria Extrativa Mineral, é abrir um debate político sobre a reforma do Código de Mineração do Brasil. Leia mais em Justiça nos Trilhos
Coreto Chinês no Rodrigues Alves, abandono
Assaltei a foto publicada no facebook pelo fotógrafo Miguel Chikaoka. Para quem não mora em Belém, o Rodrigues Alves é um bosque da cidade. Não tenho certeza, mas, creio ser um remanescente de floresta primária.
Fórum de Mídia Livre articula lutas nas redes e nas ruas
Bia Barbosa
A agenda das lutas em torno da comunicação tem crescido significativamente no Brasil desde 2008, quando aconteceu, no Rio de Janeiro, o I Fórum de Mídia Livre (FML). De lá pra cá, inúmeros coletivos, iniciativas e redes, principalmente na internet, surgiram em torno da defesa e da prática do midialivrismo; ao mesmo tempo em que as reivindicações por transformações na estrutura do sistema midiático brasileiro também avançaram, sobretudo com o impulso de diferentes movimentos sociais na I Conferência Nacional de Comunicação, em 2009. Aproximar essas duas frentes de luta foi um dos desafios do III FML, que aconteceu em Porto Alegre, no bojo do processo do Fórum Social Temático. A percepção ao longo de dois dias de debates foi comum: era preciso ir além das reivindicações e construir ações em conjunto para, de fato, consolidar esses laços. Leia mais em Carta Maior
Sustentando a Insustentabilidade: Comentários à Minuta Zero do documento base de negociação da Rio+20, artigo de Carlos Walter Porto-Gonçalves
Há de se destacar as enormes dificuldades para se construir um documento capaz de abarcar toda a complexidade que a questão ambiental requer, em parte devidas aos contraditórios interesses nela implicados. Justamente por isso devemos estar atentos criticamente ao senso comum que vem tomando conta desse debate onde a vagueza conceitual e a falta de rigor filosófico e/ou científico impera e, assim, contribui para sua perpetuação. Leia mais no Ecodebate
MPF/RO quer saber impactos de hidrelétricas e ferrovia em terras indígenas
O Ministério Público Federal (MPF) em Ji-Paraná (RO) está questionando diversos órgãos públicos para saber quais serão os impactos de três futuros empreendimentos nas terras indígenas Igarapé Lourdes e Rio Branco. Os empreendimentos são duas hidrelétricas (Ribeirão e Tabajara) e a Ferrovia Transcontinental.Leia mais Ecodebate
Leilão da transmissão de Belo Monte fica para 2013
O leilão das linhas de transmissão para a usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, deve acontecer no fim do ano ou início de 2013. A afirmação foi feita pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que participou ontem do congresso de geração de energia, EngerGen LatAn 2012. Já a licitação para a transmissão da energia produzida pela usina Teles Pires, no rio Teles Pires, em Mato Grosso, está prevista para este ano. Leia mais em Amazônia
Prêmio Agente Jovem: Inscrições prorrogadas até 29 de fevereiro
O Agente Jovem de Cultura vai reconhecer 500 jovens entre 15 e 29 anos, em todo o Brasil, que atuam e trabalham em suas comunidades com ações culturais nas categorias de comunicação, articulação e mobilização cultural; cultura e tecnologia; pesquisa, acervo e diálogos intergeracionais; formação cultural; produção e expressão artística e cultural; intercâmbios e encontros culturais; cultura e sustentabilidade. Leia mais AQUI
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Eleição para cacique de Belém - a disputa já começou
Já tem gente fazendo marchinha com o pessoal da Assembleia do Pará (ALEPA), que a cada semana, como num resultado de vestibular, aguarda a lista do Ministério Público do Pará (MPE), que investiga a hemorragia com o dinheiro público que os nobres parlamentares cometeram, e seguem a cometer.
Nomes antes celebrados nas colunas sociais agora figuram na página policial. Couto (pai e filha), Hage, Duboc, Feijó, Matos, Pinto lá estão, como que enfileirados como um time de futebol. Na derradeira lista do MPE são 11 os nomes. Tem gente do Remo e do Papão.
Nelson Pereira Medrado é nome do promotor que vem dedicando dia e noite na empreitada de caça aos piratas que saqueiam o erário. E tem tirado o sono deles. Caso não sejam condenados, ao menos já sofreram o constrangimento nas páginas dos jornais.
É tempo de carnaval, o verso inaugural que celebra a ação do promotor já nasceu: “Neste carnaval só vai rolar indiciado. Na Assembleia do Pará todos temem o Medrado.” Duboc, Couto, Hage, Feijó, Matos...todos irão usar fantasia de listrado. Pará é terra de obreiro. Tapioqueiro vira engenheiro.”
PSDB e PMDB comandam o saque. Os ex caciques da Assembleia ALEPA Domingos Juvenil (PMDB) e Mario Couto Filho (PSDB) devem prestar contas das denúncias. A máxima diz: filho de peixe......Além de Mário, consta na lista o nome da filha do hoje senador tucano, a ex assessora da ALEPA, Cilene Lisboa. Isso que é família unida.
O escândalo integra o DNA da cena política nacional. E como o ano é de eleição, a guerra nos jornais locais já começou. Desde domingo dedica linhas em detonar a possível candidatura a chefe da prefeitura do petista Puty.
Na edição dominical deu destaque. E na de hoje noticiou a denúncia do MPE contra os pares de governo, mas requentou informação sobre o deputado federal do PT.
O PMDB é fiel da balança para se vencer as eleições em terras paraoras. Assim foi com o PT, e o mesmo se deu na última eleição com o PSDB.
Os ex governadores Almir Gabriel e Simão Jatene (em segundo mandato) nasceram da costela de Jader.
O PMDB é bom de dobradinha. E nenhuma aliança (independente do verniz do partido) lhe causa náusea.
A guerra para ocupar o assento borrado de denúncias do executivo de Belém já começou. A sujeira vai piorar?
Modelo de desenvolvimento para a Amazônia- para onde ir?
Não é de hoje que estudos constatam problemas sociais, ambientais, culturais entre outros, provocados pelos grandes projetos de infraestrutua na Região Amazônia, estendendo à Panamazônia.
Guilherme Carvalho descreve em seu texto: “Grandes obras de infraestrutura na região amazônica: histórico, tendências e desafios”, as conseqüências provocadas por esses projetos, os quais causam impactos nos territórios, provocam reordenamento, trazendo o “desmantelamento de comunidades inteiras a partir de deslocamento compulsório”. E é possível afirmar que essa constatação aplica-se a todos os tipos de projetos: do mineral ao hídrico.
Fazendo uma relação entre observações de pesquisas junto a inúmeros projetos, entre eles os projetos relacionados a recursos hídricos, podemos citar autores como Jesus (2010), no caso tratado pelo autor, para projetos hídricos, onde observa que para esses projetos, "há a privação dos segmentos atingidos, tornando-os invisíveis às práticas e políticas impostas pelas obras de infraestrutura, e por conseguinte pelo Estado". E essa invisibilidade dos segmentos aplica-se aos demais projetos de infraestrutura.
E como bem destaca Carvalho (2011): “O Governo Federal ignora as denúncias da sociedade civil sobre as diversas ilegalidades cometidas pelo Estado brasileiro para garantir a construção das Usinas”, e aqui não mais somente usinas, pois os demais projetos acabam afetando inúmeras populações.
Para qualquer projeto que se instala na Amazônia quer brasileira como Panamazônia, a situação que se tem é posta, em que comunidades, localidades totalmente indefesas, ficam sem amparos legais, e as legislações que surgem, vem com mais orientações para desampará-las e não defedê-las, provocando rompimento de relações sociais, de uma simbologia e de valores construídos, gerados, interferindo portanto em seus modos de vida.
Como conseqüência instalam-se cenários de desigualdade, desrespeito, de criminalização. E mesmo diante de um cenário desanimador, e de crise, as ações coletivas podem e precisam intervir sobre o destino do mundo e da humanidade.
Vivemos um momento de incertezas, onde é possível dar uma outra direção, fazendo com que os movimentos possam se fortalecer e tomar um outro rumo, uma outra dinâmica.
Guilherme Carvalho descreve em seu texto: “Grandes obras de infraestrutura na região amazônica: histórico, tendências e desafios”, as conseqüências provocadas por esses projetos, os quais causam impactos nos territórios, provocam reordenamento, trazendo o “desmantelamento de comunidades inteiras a partir de deslocamento compulsório”. E é possível afirmar que essa constatação aplica-se a todos os tipos de projetos: do mineral ao hídrico.
Fazendo uma relação entre observações de pesquisas junto a inúmeros projetos, entre eles os projetos relacionados a recursos hídricos, podemos citar autores como Jesus (2010), no caso tratado pelo autor, para projetos hídricos, onde observa que para esses projetos, "há a privação dos segmentos atingidos, tornando-os invisíveis às práticas e políticas impostas pelas obras de infraestrutura, e por conseguinte pelo Estado". E essa invisibilidade dos segmentos aplica-se aos demais projetos de infraestrutura.
E como bem destaca Carvalho (2011): “O Governo Federal ignora as denúncias da sociedade civil sobre as diversas ilegalidades cometidas pelo Estado brasileiro para garantir a construção das Usinas”, e aqui não mais somente usinas, pois os demais projetos acabam afetando inúmeras populações.
Para qualquer projeto que se instala na Amazônia quer brasileira como Panamazônia, a situação que se tem é posta, em que comunidades, localidades totalmente indefesas, ficam sem amparos legais, e as legislações que surgem, vem com mais orientações para desampará-las e não defedê-las, provocando rompimento de relações sociais, de uma simbologia e de valores construídos, gerados, interferindo portanto em seus modos de vida.
Como conseqüência instalam-se cenários de desigualdade, desrespeito, de criminalização. E mesmo diante de um cenário desanimador, e de crise, as ações coletivas podem e precisam intervir sobre o destino do mundo e da humanidade.
Vivemos um momento de incertezas, onde é possível dar uma outra direção, fazendo com que os movimentos possam se fortalecer e tomar um outro rumo, uma outra dinâmica.
A pergunta iniciada aqui se finaliza, “Para onde ir?”
Belém, 31.01.2011
Belém, 31.01.2011
Elen Pessôa
Ensecadeira se estende de ponta a ponta em canal do rio Xingu, inundando trechos florestados de ilha e terra firme
Nas margens do Arroz Cru, região onde se concentrava o maior número de ribeirinhos, pescadores, seringueiros e agricultores da Volta Grande, no Rio Xingu, casas habitadas e abandonadas se misturam ao cenário de ficção científica da construção da primeira barragem de Belo Monte. Em algumas das casas vazias, é possível ver vacas e bois abandonados e cachorros sem o que comer. Nas residências ribeirinhas, onde domingo era dia de reunião nas casas mais espaçosas, silêncio. Leia mais em Xingu Vivo
MPE acusa cacique do PSDB de desviar mais de 13 milhões na ALEPA
11 pessoas são indiciadas pelo MPE. No esquema, produtora de tapioca virava construtora de prédios
O esquema criminoso desvendado pelo MPE - conhecido na imprensa paraense como “Tapiocouto” – consistia em uma série de fraudes nas licitações na Comissão Especial de Licitação de Obras (Celo/Alepa), entre o período de 2004 até janeiro de 2007. Ao todo, foram identificadas fraudes em cento e um procedimentos licitatórios para a contratação de serviços de engenharia no único prédio daquele poder e que, no período apontado atingiu o montante de R$-13.310.502,72.
As investigações realizadas pelo MPE, após colher uma série de documentos e depoimentos, concluíram que onze pessoas participavam desse esquema e por isso são citadas na ação: o ex-presidente da casa Mario Couto Filho, Haroldo Martins e Silva, Cilene Lisboa Couto Marques, Rosana Cristina Barletta de Castro, Augusto José Alencar Gambôa, Dirceu Raymundo da Rocha Pinto Marques, Sandra Lúcia Oliveira Feijó, Daura Irene Xavier Hage, Sandro Rogério Nogueira Sousa Matos, Jorge Kleber Varela Serra e Sérgio Duboc Moreira. Leia mais no MPE
Juraci Siqueira lança livro premiado pelo MinC
O mais recente trabalho do poeta volta a mergulhar no universo do cordel, que vem caracterizando a trajetória do artista. O livro “O Chapéu do Boto e O Bicho Folharal” foi contemplado no Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa do Assaré e está sendo publicado pela editora Paka-Tatu. O lançamento será lançado nesta quarta-feira, 01, no Instituto de Artes do Pará, a partir das 19h. Leia mais no Holofote Virtual
Sustentabilidade: tentativa de definição
Leonardo Boff
Há hoje um conflito entre as várias compreensões do que seja sustentabilidade. Clássica é a definição da ONU, do relatório Brundland, (1987) "desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem a suas necessidades e aspirações”. Esse conceito é correto mas possui duas limitações: é antropocêntrico (só considera o ser humano) e nada diz sobre a comunidade de vida (outros seres vivos que também precisam da biosfera e de sustentabilidade. Leia mais em Adital
Estudo destaca situação de vulnerabilidade de crianças indígenas
Karol Assunção
"O pertencimento a um povo indígena põe as crianças e os adolescentes em uma situação de maior vulnerabilidade”. Essa é uma das conclusões destacadas pelo Ministério de Desenvolvimento Social do Chile e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no estudo Incluir, Somar e Escutar – Infância e Adolescência Indígena. Baixe o documento em Adital
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Quilombolas do Marajó – o duro caminho
Egon Dionísio
Dona Estelina, de quase 80 anos fala com dificuldade e dor sobre a piora da situação de sobrevivência no quilombo de Bairro Alto, município de Salvaterra. "Hoje a gente passa mais de semana sem comer peixe. Tem muita rede sendo colocada no rio, impedindo o peixe a subir o igarapé. Antigamente tinha fartura de peixe. Também a gente botava roça. Hoje não tem mais terra pra gente roçar e plantar. Antigamente nós tinha muita melancia, jerimum, maxixe, banana. Hoje as crianças nem mais conhecem isso. E quando a gente ainda tenta plantar um pouco, é provável que os búfalos vão lá e acabam com tudo. As terras pro norte são do americano. Uma terra enorme. Do outro lado é da juíza. Do lado sul é da Embrapa. Então não tem mais terra pra gente plantar”. Leia mais em Adital
Ex reitor da UFPA ministra aula magna na Unama
A Amazônia foi o tema central
Tudo na Amazônia tem grandezas retumbantes: maior região do país, com mais de 60% do território nacional, maior biodiversidade, concentra a maior reserva de recurso hídrico do mundo, e por aí vai. Esta derradeira grandeza será o motivo de guerras no novo século, assim sinalizam inúmeros interpretes que investem em entender a região e sua relação com as escalas nacionais e internacionais.
Tais fragmentos integraram a aula inaugural da Universidade da Amazônia (Unama), na noite de hoje, no auditório da Murrafej, do Campus da Alcindo Cacela, em Belém, proferida pelo sociólogo e pós doutor, Alex Fiúza de Melo, ex reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e atual secretário de Ciência do Estado.
“A região é estratégica para o novo milênio que estamos vivendo, somos privilegiados em morar aqui, e tempos uma responsabilidade imensa em buscar construir uma inversão na rota que os elementos econômicos e históricos conferiram para a região”, reflete Melo.
A Amazônia ainda vive na condição de periferia, enfatiza o professor, que coloca o papel do conhecimento como estratégico para reorientar tal condição, tanto em relação aos estados que concentram a economia do país, quanto em relação aos países mais ricos e que concentram o capital econômico e da ciência.
O ex –reitor alerta que a Amazônia tem somente 3% dos doutores do Brasil. “Isso é um contra senso, quando consideramos que a região ocupa o centro de gravidade de inúmeros debates nos mais variados fóruns’, reflete o professor.
O deslize do professor residiu em tratar a energia produzida a partir da matriz de hidrelétricas como energia limpa. Tal sentido é um ponto de vista produzido a partir dos empreendedores. É um mito. Assim como a presença de Amazonas, tema encontrado em narrativas dos primeiros viajantes.
Parece, que o ex magnífico da UFPA não compartilhou os debates de um seminário internacional de sociologia e barragens acomodado na UFPA ano passado. Nele especialistas dos mais variados campos do conhecimento desmistificaram a ideia de energia limpa. Entre eles, Phillip Feanside (INPA), Célio Berman (USP), Sônia Magalhães (UFPA), entre outros.
As hidrelétricas geram problemas de reassentamento das populações tradicionais (negros e índios), agricultores familiares. Subjuga terras agricultáveis, florestas que abrigam um potencial de prospecção em pesquisa de micro-organismos num vasto leque e produz gás metano. Em nossa região reimprime uma condição colonial, como mero exportador de matéria prima, aqui no caso, o extrativismo de energia.
Sindicato acusa Embrapa do Amazonas de trabalho escravo
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), Vicente Almeida, os trabalhadores eram mantidos em cárcere privado e sem condições apropriadas de higiene e trabalho. “A carga horária semanal deles é de 40 horas, no entanto, a empresa não fornecia o transporte para eles retornarem a suas casas. Os trabalhadores eram obrigados a permanecer no setor de trabalho sem o devido descanso, nem compensação das horas trabalhadas”, ressaltou Almeida. Leia mais AQUI
FSM refletiu sobre o combate ao trabalho escravo
Desde 1995, cerca de 42 mil brasileiros foram libertados pelos grupos de fiscalização contra o trabalho escravo. Não se sabe quantos cidadãos ainda vivem sob essa condição, mas o governo já definiu uma estratégia para chegar a eles: parcerias entre o poder executivo, o judiciário e a sociedade civil. Leia mais em Carta Maior
Boaventura de Sousa Santos: Acesso à água desencadeará as grandes guerras do século
Se as guerras do século XX foram motivadas pela exploração do petróleo, os conflitos do século XXI estarão centrados no controle dos hídricos, previu o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos. “Quem controla a água controla a vida”, disse. Leia mais em Ecodebate
domingo, 29 de janeiro de 2012
A Vale, os miseráveis e a mídia
Fiquei chafurdando na rede a procura de alguma matéria especial sobre o premio “Oscar da Vergonha” conferido a empresa Vale, no derradeiro dia 27, em Davos pela Publics Eye Awards, prêmio organizado anualmente pelas organizações internacionais Greenpeace, da e Declaração de Berna. A edição de domingo é considerada o filé mignon dos diários. Não encontrei nada nos grandes jornais, e menos ainda nos impressos locais.
Fiz o mesmo com as revistas, e a caça teve o mesmo desfecho. Na Veja havia uma nota em defesa da Vale, a base reside em cifra estratosférica que a mesma vai empenhar na área de meio ambiente. Com os meus botões fiquei a matutar sobre o silêncio nos principais meios de comunicação.
Indaguei: como pode nenhum veículo empenhar uma equipe para investigar as denúncias que os zés e marias ninguém realizaram em escala planetária sobre uma das principais empresas do planeta? A eleição da Vale como pior empresa do mundo agrupa inúmeros elementos considerados relevantes na teoria do jornalismo.
No jornalismo considerado do campo democrático, a revista paulista Caros Amigos vem dedicando páginas significativas sobre a empresa. Na edição de dezembro foram umas cinco páginas que narram a delicada situação em que vivem as populações impactadas pela ampliação da Ferrovia de Carajás: prostituição infantil, indiferença aos direitos de populações quilombolas e agricultores figuram entre as denúncias.
A revista continua a iluminar os problemas ambientais e sociais da região de Carajás na edição de janeiro. A capa destaca a situação em que vivem as famílias que moram próximas do polo de gusa, no município de Açailândia, no oeste do Maranhão. Foi de lá que nasceu em 2007 o coletivo Justiça nos Trilhos, o responsável pelas denúncias internacionais. Num dos estados mais pobres do Brasil.
A cidade é cortada pela rodovia Belém-Brasília. A exploração madeireira foi uma das primeiras atividades econômicas, antes da instalação das guseiras, que incentivam o desmatamento para a produção de carvão. A reboque promove o trabalho escravo. O município fica numa zona de transição da Amazônia e do Cerrado. A pistolagem integra a história do lugar.
Neste solo nasceu o Justiça nos Trilhos, que realizou ações em rede, e conseguiu agrupar funcionários e famílias que sofrem algum tipo de impacto de empreendimentos da Vale no Canadá, Brasil, Moçambique e outros países. O mesmo mobilizou esforços na produção de artigos acadêmicos e jornalísticos, dossiês, livros, revistas, livros e filmes sobre as dinâmicas da empresa.
O grupo empreendeu ainda encontros nas quebradas do Maranhão e Pará, e uns três eventos internacionais. A empreitada da rede e o feito merecem uma análise mais cuidadosa dos setores da academia em diferentes campos, ou como dizem os doutores: interfaces e interdisciplinaridades.
A administração da marca é uma ação reconhecida da empresa pelo mercado. E alvo de análises de especialistas. O canal fechado de notícias da TV Globo informa que a Vale produziu uma página na internet para contrapor as acusações do Justiça nos Trilhos.
Soa estranho todos os meios de comunicação celebrarem as insurreições do mundo Árabe, a mobilização de jovens desempregados e empobrecidos contra os governos autoritários, e os mesmos veículos fazerem ouvido de mouco com os miseráveis afetados pelos empreendimentos da mega corporação nacional.
Aqui no Pará, onde a Vale controla ou é acionária de algumas cadeias de produção, entre elas a alumínio e a de ferro. As empresas de comunicação não costumam contemplar as agendas negativas da mineradora. Ela costuma bancar projetos especiais de alguns jornais, patrocinar programas que são semanais. Os tratados da academia atestam que a atividade minerária engendra passivos sociais e ambientais, e não dinamiza as economias locais. Salve engano, a economia chama isso de enclave.
Ocorre na lembrança o filme o Informante. O longa trata de um fato verídico que envolve uma questão de saúde pública, conhecimento e uma empresa de tabaco. O poder da empresa de cigarros acaba por constranger a produção da notícia. Mas, no final, ah o final......peguem o filme numa locadora....
Justiça Federal vai julgar morte de ambientalistas
Atendendo pedido do Ministério Público Federal, em Marabá, o Tribunal Regional Federal (TRF) definiu que o assassinato dos ambientalistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, ocorrido em Nova Ipixuna, em 24 de maio de 2011, deve ser julgado pela Justiça Federal. Falta notificar apenas o juiz Murilo Lemos, da Justiça Comum em Marabá, sobre a decisão.Ao ser comunicado, o juiz poderá acatar a decisão, mas também poderá discordar dela. Se isso ocorrer, será criado um conflito de competência, que só poderá ser definido pelo Superior Tribunal. Leia mais no Amazônia
Vale - edição da Caros Amigos, matéria narra sobre os passivos na região de Carajás
Reunião integra Encontro Tripartite (Brasil, Canadá e Moçambique), que luta contra os danos da mineradora
Militantes pelos direitos humanos e representantes de organizações do Brasil, Canadá e Moçambique se reuniram em Açailândia (MA) durante o Encontro Tripartite, que luta contra os danos provocados pela mineradora. Leia mais AQUI
Congresso internacional de Sociolinguística será realizado na UFPA
O II Congresso Internacional de Dialetologia e Sociolinguística (CIDS) de 2012 será realizado na Universidade Federal do Pará (UFPA). As inscrições para mesas-redondas, apresentações orais e painéis de pesquisas estão abertas para acadêmicos de todo o mundo. O evento é bienal e será realizado de 24 a 27 de setembro, com o tema “Diversidade Linguística e Políticas de Ensino.” Leia mais na UFPA
A sabedoria do boêmio
Ana Ferraz
Noite dessas, Paulo Vanzolini sonhou com uma poesia de Olavo Bilac que decorou quando ainda era rapazote. Os versos, que são muitos, vieram por inteiro. Aos 88 anos, o autor de composições que atravessaram gerações sem perder a força, como Ronda e Homem de Moral, conserva a prodigiosa memória e se mantém imperturbável diante da fama. Leia mais em Carta Capital
Terras, grilagens e guerra na mídia
Matérias veiculadas pelo grupo ORM ligam moradores a grilagem (Foto: Thiago Araújo)
Inconformados em terem indeferida pela Justiça a sua tentativa de grilar terras públicas da União, as Organizações Rômulo Maiorana (ORM), da qual são proprietários os irmãos Rômulo e Ronaldo Maiorana, partiram para o jogo do tudo ou nada. Ao mesmo tempo que perseguem e aterrorizam as mais de 800 famílias da ocupação “Newton Miranda”, no bairro Fama, em Outeiro, os jornais “O Liberal” e “Amazônia” e a TV Liberal, que integram o grupo, iniciaram uma campanha midiática para difamar moradores e lideranças da ocupação, incluindo reportagens de TV e jornal forjadas. As vítimas das falsas matérias denunciaram o caso à polícia, que já investiga o caso. Leia mais no DOL
Belo Monte. ''O capital fala alto, é o maior Deus do mundo''. Entrevista especial com Ignez Wenzel
Há 35 anos, Irmã Ignez Wenzel deixou as atividades que desenvolvia no Colégio São João, em Porto Alegre, onde trabalhava junto aos lassalistas, para abraçar a causa dos colonos que migraram para o Pará em função da construção da Rodovia Transamazônica (BR-230). Em Medicilândia (PA) e Altamira (PA), iniciou os trabalhos pastorais, visitando mais de 80 comunidades, onde pôde observar de perto o abandono do Estado e os problemas sociais que se arrastam há anos na região. Leia mais no IHU
Pendências tributárias da Vale chegam a R$ 9,8 bilhões
A Vale informou que foram proferidas, na esfera administrativa, decisões desfavoráveis em processos concernentes a imposto de renda sobre lucros no exterior. O valor total é de R$ 9,8 bilhões, acrescidos de juros e multa. A Vale apresentará os recursos necessários nas instâncias administrativas e judiciais superiores, com o objetivo de suspender a exigibilidade dos valores envolvidos, até que o julgamento do mérito apresentado por sua área jurídica ocorra. Leia mais em Brasil Mineral