Em seus reclames o grupo defende a bandeira da sustentabilidade. Soa que os seres humanos não constam nos cálculos.
A Associacão de Moradores e Agricultores
Remanescentes Quilombolas do Alto Acará (AMARQUALTA) vem a público denunciar e repudiar
a ação violenta de seguranças da empresa Brasil BioFulls (BBF) no último dia 12
de abril de 2023.
Neste dia seguranças da BBF adentraram
fortemente armados uma área de pretensão quilombola, que inclusive é objeto de
um acordo em um processo na vara agrária de castanhal.
Por este acordo os seguranças da empresa
deveriam respeitar a área de pretensão quilombola e indígena, o que não vem
ocorrendo. Tem sido frequente a presença de seguranças da empresa fortemente
armados nestas áreas, inclusive com intimidações de moradores que passam na estrada.
Diante da presença destes seguranças, moradores da comunidade, juntamente com lideranças da AMARQUALTA foram questionar a ação ilegal, irregular e abusiva dos seguranças e pedir para que se retirassem, mas estes ao invés de respeitar nosso território passaram a agressões violentas, inclusive com disparos de armas de fogo de grosso calibre, chegando a atingir de raspão alguns quilombolas presentes.
A violência perpetrada pelos
seguranças da BBF foi denunciada à delegacia do Acará, que apura os fatos. E a
comunidade espera e deseja que estes fatos violentos sejam seriamente investigados
e que sejam aplicadas as sanções devidas aos responsáveis, inclusive aos
mandantes. Compreendemos que a ação dos seguranças não se deu por livre
liberalidade, mas que deveriam estar agindo por ordem superior, em completo desrespeito
ao acordo firmado na justiça.
Cabe salientar, que as ações violentas e abusivas por parte dos seguranças tem sido uma constante contra os moradores da comunidade, o que se tornou intolerável. Por isso, a comunidade decidiu paralisar a estrada e fazer uma manifestação em protesto à violência da empresa BBF contra integrantes e lideranças das comunidades.
Diante de mais uma violacão do nosso território, deseiamos e esperamos que as autoridades, principalmente o INCRA, sistema de segurança Pública e Ministério Público estadual e federal adotem as providências necessárias para cessar estes tipos de violências e acelerar o reconhecimento e regularização do território quilombola da AMARQUALTA, que já se arrasta por quase 15 anos.
Acará/PA, 15 de abril de 2023
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