quarta-feira, 5 de maio de 2021

Invasão do STTR de Santarém - Nota do Sindicato

A DIREÇÃO DO SINDICATO DE TRABALHADORES RURAIS, AGRICULTORES E AGRICULTORAS FAMILIARES DE SANTARÉM - STTR -, repudia e lamenta profundamente o fato ocorrido na manhã desta segunda-feira, dia 03 de maio de 2021, quando um grupo de pessoas de comunidades da Resex Tapajós Arapiuns, liderados por representantes de cooperativas, entre as quais, uma que já iniciou a exploração e comercialização de madeira e duas que pretendem executar projetos não madeireiros da sociobiodiversidade, com foco voltado para o fortalecimento das cadeias produtivas dentro da Reserva Extrativista.

Essas pessoas se arvoraram e decidiram invadir as dependências do nosso Sindicato, na tentativa de fazer pressão, de intimidar e ameaçar a Diretoria do STTR de Santarém, na pessoa do Presidente Manoel Edivaldo.

O episódio lamentável se deu em razão de uma Ação Civil Pública (ACP) movida pelo STTR e pelo Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA), que acionaram a justiça objetivando a suspensão dos procedimentos de aprovação dos planos de manejo florestal dentro da Resex Tapajós Arapiuns, até que seja realizada a consulta prévia, livre e informada, nos moldes da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, das 78 Comunidades Tradicionais e Aldeias Indígenas, que vivem na Reserva.

Esclarecemos que somos a favor do desenvolvimento das nossas comunidades e aldeias, desde que os projetos sejam feitos, dentro da legalidade, respeitando os protocolos ambientais, com transparência, em função da melhoria de vida das populações locais, refutando a prática de segmentos madeireiros, que agem com ganância, tentando manipular pessoas e organizações em função de seus interesses espúrios.

 

O STTR como representante da categoria, no exercício de suas prerrogativas, está fazendo o seu papel de lutar pelo interesse coletivo dos diversos territórios que compõem a sua base social.

Nesta manhã, a tentativa de diálogo com tais representações das cooperativas, foi realizada uma reunião com as três cooperativas, mas infelizmente, a COOPRUNÃ se recusou de responder alguns questionamentos e se retirou antes dos encaminhamentos formalizados.

Da reunião resultou os seguintes encaminhamentos:

- uma reunião com o Ministério Público Federal, com a diretoria do STTR, CITA e as condenações das cooperativas COOPERMARÓ e COOPERRIOS afim de discutir o fortalecimento das cadeias produtivas nas áreas de abrangência  de atuação das referidas  cooperativas;

- o STTR estará buscando parceria com órgãos do governo e outros atores no sentido da geração de renda e a sustentabilidade do território;

- um outro encaminhamento firmado foi a realização de futuras reuniões institucionais para a continuidade aos diálogos.

Agradecemos profundamente todos os apoios de inúmeras entidades e pessoas que se solidarizaram com a nossa luta e afirmamos nossa decisão de continuar lutando pelos interesses das populações Tradicionais e Indígenas.

“NOSSA FORÇA É A NOSSA UNIÃO”

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