O Movimento Brigadas Populares denuncia ameaças do latifúndio em Pau D´Arco contra ativisitas e estudantes
Neste
final de semana (28 e 29/10) a Liga dos Camponeses Pobres realizou um encontro
em Pau D’Arco para discutir a violência contra camponeses no Sul do Pará e
tratar sobre situação as famílias do acampamento na fazenda Santa Lúcia,
naquele município.
Estudantes
dos cursos de Pedagogia, Geografia, História, Ciências Sociais e Direito da
Terra, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, usando de seus
direitos, conseguiram junto a universidade um micro-ônibus da instituição para participarem
do encontro e entenderem melhor a realidade naquela região.
Chegaram
no local e foram calorosamente recebidos por trabalhador@s rurais que estavam
do Encontro. Participaram à tarde e à noite das atividades do evento. Os
estudantes dormiram no local do encontro, já os dois técnicos que acompanhavam
os estudantes procuram um hotel na cidade para dormirem.
Já
era um pouco mais das sete horas da manhã do dia 29, quando chegaram os dois técnicos
ao local do encontro, cada um mais nervoso do que o outro, relatando que haviam
sido ameaçados e que deveriam retornar para Marabá imediatamente. Os estudantes
mesmo insatisfeitos com a determinação e com vontade de resistirem tiveram que
abandonar o encontro.
Um
dos técnicos informou que ao chegarem no hotel foram imediatamente abordados
pelo ex-prefeito, Luciano Guedes, e dois capangas. Partiram para cima dos
técnicos para saber o que eles estavam fazendo ali e porque a UNIFESSPA não
procurou o prefeito da cidade deles para se apresentarem. Insistiram falando de
que não era papel da UNIFESSPA apoiar assassinos e nem comunistas, se referindo
aos trabalhadores Liga. E que os técnicos e estudantes deveriam deixar a cidade
e não participarem do encontro.
Vejam
quanto desaforo: 1 - dizerem que a cidade é deles, pois quem chega tem que se
apresentar ao prefeito; 2 - que eles é que tem que definir o que a universidade
e estudantes tem que fazer, como se a instituição também fosse deles; 3 - que
os trabalhadores são assassinos e bandidos.
Não
é novidade a arrogância deste latifundiário que se sente dono do município de
Pau D’Arco, é um dos dirigentes do sindicato que comanda o assassinato de
trabalhadores no Sul do Pará. Deve ter ficado muito aborrecido com a capacidade
de resistência das famílias de trabalhadores assassinados por covardes
policiais, a serviço dos fazendeiros da região, em maio deste ano. Aborrecido
com a força da Liga dos Camponeses Pobres capaz de juntar trabalhadores rurais,
urbanos e estudantes para discutirem sobre a crueldade imposta pelos latifundiários
aos povos que lutam pela terra.
Nós
das Brigadas Populares repudiamos a atitude coercitiva deste fazendeiro, nos
colocamos solidários às famílias da trabalhadora e dos trabalhadores
assassinados em Pau D’Arco, à Liga dos Camponeses Pobres, aos técnicos e
estudantes da UNIFESSPA, e em defesa d@s despossuíd@s que lutam permanentemente
em defesa de seus direitos.
Esperamos
que a universidade não venha se curvar diante da opressão dos latifundiários e
empresários que querem impor o domínio sobre tudo e tod@s nesta região,
continue cumprindo seu papel a serviço dos povos. Dos povos ela nasceu e para
os povos deverá continuar existindo!
Marabá, 30 de outubro de 2017.
Brigadas Populares - Pará
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