A construção de Belo Monte representa um dos maiores abusos do poder econômico contra as populações consideradas tradicionais da Amazônia na história contemporânea
O processo financiado pelo
Estado, espolia e expropria pescadores, agricultores, indígenas e outras
modalidades de sociodiversidade do mundo do Xingu.
Fere de morte formas de
solidariedade, detona mecanismos de garantia de segurança alimentar, como a
pesca, a agricultura e inúmeras formas de extrativismos e culturas locais.
Belo Monte encarna a
mais brutal e violenta ação contra as populações indígenas, como tem alertado a
professora Sônia Magalhães, entre outros intelectuais que acompanham o caso.
Autoritarismo é a
principal marca do projeto, que chegou a contar com a Força de Segurança
Nacional para coagir mobilizações contra a Norte Energia, consórcio responsável
por Belo Monte.
É justo com esse
segmento que o Conselho Nacional de Seringueiros (CNS) resolveu fazer par para
garantir a realização do III Chamado da Floresta, na reserva do Tapajós
Arapiuns, no município de Santarém.
Região, como o Xingu, igualmente ameaçada pela sanha do grande capital
do setor de mineração e de construção de barragens.
Com o presente ato o
CNS joga para a vala da história o caráter combativo da defesa dos territórios
das populações originárias, que deu origem à instituição no século passado.
Será que se faz
necessário a realização de um empate contra o CNS por declinar de sua representativa
e histórica jornada?
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