Janeiro. Tempo de
chuvas. As famílias que moram mais próximas aos rios Itacaiúnas ou Tocantins saem de
casa.
Na Obra kolping,
tradicional local de abrigo, o telhado encontra-se no chão. Todo início de ano
o mesmo enredo. Caminhões circulam na cidade com os “trens” do povo.
Janeiro. O rio corre
violento. Arrasta galhos e lixo doméstico. O Tocantins tomou a praia do
Tucunaré. Não há vestígio de barracas maltrapilhas e banheiros fétidos do tempo
do veraneio.
Orla de Marabá. 9h da
manhã. Papudinhos comungam o primeiro trago de vinho barato e pinga na Mercearia
Cruzeiro, ao lado da Geleira Marujo.
Encontro William,
pintor de parede, e artista sempre que pode. Traja bermuda de trabalho e camisa
vermelha. Tem cara de ontem. E bafo de sempre.
Tempo cinza. Alguns comerciantes
montam barracas: água de coco, cerveja, milho, água, bombons. Os restaurantes preparam
a arena.
Adiante um grupo em
círculo faz oração. A maioria é adulta. Parecem felizes.
O flutuante continua no
mesmo lugar. O sertanejo segue imponente. Não é a melhor das canções.
Uma casa flutuante
ocupa uma parte da orla. Parece simpática. Pega energia da rede pública. Tem
churrascaria, sofá e outros mimos.
O rio corre violento. Sufoca
uma canoa. Não sei se lembranças. Segue sem ter começo.
Não fosse o rio a
cidade teria sentido em existir?
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