quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Mineração na Amazônia - 28 organizações populares realizam seminário no sudeste do PA


O regime ainda era militar quando o Programa Grande Carajás (PGC) reconfigurou a feição econômica, social, política e física do sudeste do Pará na década de 1980.

Os polos de produção (madeira, pecuário e minério) baseados no uso intensivo dos recursos naturais foram turbinados com recursos públicos da Sudam e do Basa. Na mesma época a hidrelétrica no município de Tucuruí ganhou vida, e ainda hoje é a maior do país.

Tais metas ligaram em definitivo o Pará ao resto do país e do mundo.

A Ferrovia de Carajás carrega toneladas de minério do belo vale da região até a ilha de São Luís. Até outro dia, o extrativismo mineral foi concentrado no município de Parauapebas.

Mas, desde a década passada o sul e o sudeste passam por uma nova reestruturação do cenário do extrativismo mineral, que tende a gerar riquezas além rio-mar. 

Além do ferro, níquel e o cobre integram a cadeia. Sem falar na bauxita, explorada em frentes nos municípios como Paragominas e juriti, como  em outros cantos do estado.

No sul e sudeste do Pará cidades como Canaã, Ourilândia do Norte, Conceição do Araguaia, São Félix do Xingu, Floresta do Araguaia dentro outros passaram a fazer parte do complexo contexto da mineração do estado, que sangra o estado em inúmeras fazes do processo, sendo a isenção do reconhecimento de impostos da Lei Kandir uma delas.   

Além das cidades, outras empresas além da Vale configuram o mapa de megas corporações, dentre elas constam Reinarda, Anglo, Colosso e o Grupo Votorantim.

Tais projetos de extrativismo, ladeados pelas obras de infraestrutura, dentre elas as hidrelétricas, tendem a pressionar território em certa medida já definidos, tais como: áreas indígenas, reservas ecológicas de várias modalidades, projetos de assentamento, quilombos e fazendas, num universo fundiário marcado pelo caos.

Atualmente a Ferrovia de Carajás passa por uma duplicação, por conta demanda externa do minério, e a extração do ferro em outras minas, como a Serra Sul.

É sobre o presente cenário que 28 organizações do sul e sudeste do estado estarão reunidas nos dias 26 e 27 de janeiro, no Centro Formação Cabanagem. A iniciativa aglutina organizações como a Fetagri, MST, CPT e Cepasp.     
O objetivo do evento é realizar um nivelamento das informações sobre os inúmeros projetos de mineração das regiões, debatendo sobre o papel do cpital na Amazônai e do estado e as formas de enfrentamento com os mesmos dos movimentos sociais.

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