O regime ainda era
militar quando o Programa Grande Carajás (PGC) reconfigurou a feição econômica,
social, política e física do sudeste do Pará na década de 1980.
Os polos de produção
(madeira, pecuário e minério) baseados no uso intensivo dos recursos naturais foram
turbinados com recursos públicos da Sudam e do Basa. Na mesma época a hidrelétrica
no município de Tucuruí ganhou vida, e ainda hoje é a maior do país.
Tais metas ligaram em
definitivo o Pará ao resto do país e do mundo.
A Ferrovia de Carajás
carrega toneladas de minério do belo vale da região até a ilha de São Luís. Até
outro dia, o extrativismo mineral foi concentrado no município de Parauapebas.
Mas, desde a década
passada o sul e o sudeste passam por uma nova reestruturação do cenário do
extrativismo mineral, que tende a gerar riquezas além rio-mar.
Além do ferro, níquel e
o cobre integram a cadeia. Sem falar na bauxita, explorada em frentes nos municípios
como Paragominas e juriti, como em
outros cantos do estado.
No sul e sudeste do
Pará cidades como Canaã, Ourilândia do Norte, Conceição do Araguaia, São Félix
do Xingu, Floresta do Araguaia dentro outros passaram a fazer parte do complexo
contexto da mineração do estado, que sangra o estado em inúmeras fazes do
processo, sendo a isenção do reconhecimento de impostos da Lei Kandir uma
delas.
Além das cidades, outras
empresas além da Vale configuram o mapa de megas corporações, dentre elas
constam Reinarda, Anglo, Colosso e o Grupo Votorantim.
Tais projetos de
extrativismo, ladeados pelas obras de infraestrutura, dentre elas as
hidrelétricas, tendem a pressionar território em certa medida já definidos,
tais como: áreas indígenas, reservas ecológicas de várias modalidades, projetos
de assentamento, quilombos e fazendas, num universo fundiário marcado pelo
caos.
Atualmente a Ferrovia
de Carajás passa por uma duplicação, por conta demanda externa do minério, e a
extração do ferro em outras minas, como a Serra Sul.
É sobre o presente
cenário que 28 organizações do sul e sudeste do estado estarão reunidas nos
dias 26 e 27 de janeiro, no Centro Formação Cabanagem. A iniciativa aglutina
organizações como a Fetagri, MST, CPT e Cepasp.
O objetivo do evento é realizar um nivelamento das informações sobre os inúmeros projetos de mineração das regiões, debatendo sobre o papel do cpital na Amazônai e do estado e as formas de enfrentamento com os mesmos dos movimentos sociais.
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