O sul e o sudeste do
Pará configuram uma fronteira agromineral. A pecuária extensiva e o
extrativismo mineral conformam as realidades locais, marcadas pela expropriação
das populações nativas e a população migrante.
Os processos econômicos
engendraram desmatamento, violência e miséria, num cenário marcado pela hipertrofia do poder do capital,
induzido e facilitado pelo Estado.
Neste sentido, a
Comissão Pastoral da Terra (CPT) em parceria com a União Europeia, mediada com
a Cafod, um instituição ligada à Igreja Católica, buscam em certa medida
reverter o quadro de exclusão de parte da população expropriada pelos grandes
projetos na região.
O lançamento ocorreu na semana passada no auditório da UFPA de Marabá.
Ao longo de mais de
quatro décadas de lutas pela terra, o sul e o sudeste paraense concentram a maior parte de projetos de
assentamento da reforma agrária do país (PA). São mais de 400.
Parte destes PA´s pode
deixar de existir, caso uma série de obras de infraestrutura e projetos de
extrativismo mineral sejam efetivados.
Caso o projeto da
hidrelétrica de Marabá seja efetivado, conforme dados oficiais e declarações de pesquisadores,
mais de 120 PA´s deixarão de existir.
O estado, ao mesmo que
reconhece algumas bandeiras dos movimentos sociais, como a efetivação dos PA´s,
no sentido de minimizar os conflitos na luta pela terra, opera em direção oposta,
incrementando a circulação do capital.
A latitude conhecida
como a mais violenta na luta pela terra do Brasil tem hoje perto de 120 ocupações,
com um contingente de 10 mil pessoas.
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