A mineradora brasileira Vale está preparando a construção da maior indústria processadora de óleo de palma para 2015, em um esforço de cortar seus custos elevados com combustíveis e a ajudar no desenvolvimento da região da Amazônia. Para o projeto, que vai custar mais de US$ 500 milhões, a Vale adquiriu uma área de terras desmatadas na Amazônia maior do que Londres, onde vai produzir óleo palma e, então, convertê-lo em biodiesel para usar nas máquinas da companhia, navios, trens e caminhões.
Depois de abrir sua primeira fábrica de óleo de palma neste mês no Estado do Pará, a Vale vai inicialmente vender sua produção para produtores de alimentos até concluir a indústria capaz de converter o óleo em biocombustível, em 2015, disse Eduardo Ieda, chefe da empresa de biodiesel da mineradora, a Biopalma.
Além de promover a redução de emissão de carbono pela Vale, que consome cerca de 1 de cada 33 litros de diesel usados no Brasil, o projeto vai também ajudar a impulsionar a economia da região, criando 6.000 postos de trabalho no Pará e, usando produtores locais, que produzirão cerca de um quarto da palma necessária para o projeto. "Nós estamos ajudando essas famílias na transição da pobreza para a classe média", disse.
Ieda afirmou que o projeto também atende aos próprios interesses financeiros da Vale. A planta da Biopalma vai permitir à mineradora reduzir grande parte de sua conta de energia produzindo o biodiesel a um custo cerca de 30% mais baixo do que os preços atuais do mercado, disse ele.
Energia representou 13,4% do custo total dos produtos vendidos pela empresa no ano passado, de acordo com dados recentes informados pela empresa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Na última sexta-feira, a Vale também anunciou planos de investir R$ 650 milhões (US$ 315 milhões) juntamente com a australiana Pacific Hydro na construir duas usinas eólicas no Nordeste do Brasil para ajudar a suprir as necessidades de energia da mineradora.
A planta de óleo de palma vai também preparar a companhia para uma esperada mudança na legislação brasileira que vai requerer que o diesel tenha mistura de 10% de biodiesel, ante o percentual atual de 5%. Para 2017, a Vale disse que planeja já estar operando com o B-20 - mistura de 20% de biodiesel no diesel.
Ieda disse que a planta de óleo de palma da Vale será capaz de processar 560 toneladas por hora. Ele afirmou que espera que o projeto, que ocupará uma área total de 175 mil hectares no Pará, esteja produzindo 600 mil toneladas de óleo de palma por ano em 2019.
FONTE - Por Samantha Pearson | Financial Times
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