sexta-feira, 30 de março de 2012

Cultura para a Cidadania - Bairro da Guanabara abriga Mutirão Cultural de vários coletivos neste sábado

Registro da Traumas Vídeo - Mutirão Cultural do Tapanã- Belém-PA
O universo marginalizado é o mais recorrente quando a pauta dos jornais lança luzes sobre as realidades que conformam as periferias da metrópole Belém.  
No entanto, de forma silenciosa, jovens organizados em vários coletivos do campo da cultura pop mobilizam esforços em realizar ações nas baixadas da capital.  
Neste sábado será a vez do bairro da Guanabara, no município de Ananindeua, abrigar o Mutirão Cultural, que ocorre a partir da 09h, na Praça Central do bairro.   
O objetivo do evento reside em afirmar uma identidade de matriz africana, e a reflexão sobre cidadania.  Cospe Tinta, Casa Preta, Traumas Vídeos estão entre  os animadores.  Oficinas de grafite, cultura hip hop, literatura marginal, trançado de cabelo afro são alguns eixos do trabalho.
Outro elemento bacana é a confecção de camisetas com signos que exaltam elementos da cultura africana. Há uma estética de resistência que busca rivalizar com a grande indústria.
O bairro da Guanabara é o terceiro da região metropolitana a realizar o evento, que alcança pessoas de todas as faixas etárias, mas que prioriza crianças e adolescentes. Antes receberam a manifestação o bairro  Tapanã e a Terra Firme.
Tudo é organizado a partir de uma ação coletiva das pessoas envolvidas. Não há recurso oficial, informa Preto Michel, um dos ativistas que ministra oficinas de grafite e literatura marginal. “A gente faz contato com o pessoal da quebrada, acerta horário, local, o material necessário, e cotiza”, esclarece Michel.
Conforme o educador social, o projeto dos coletivos vai se estender por todo ano de 2012. “Tudo tem sido registrado em foto e vídeo”, esclarece Michel, que espera apresentar o resultado no fim do ano com a realização de um grande evento.  

Um primeiro olhar sobre os subterrâneos do que vem acontecendo em inúmeros momentos e locais da cidade, faz-nos lembrar das reflexões do geógrafo Milton Santos, numa obra que trata sobre globalização.

O “negão” laureado com o título de doutor honoris em vários países alertava que, uma nova civilização pode emergir a partir das formas de solidariedade do universo periférico do capitalismo. Parece que a marcha já deu os primeiros passos.  
Mais informações
Preto Michel - 8828 7469 
pretomj@yahoo.com.br 
http://www.dabaixada2.blogspot.com.br/

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