segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ex reitor da UFPA ministra aula magna na Unama

A Amazônia foi o tema central
Tudo na Amazônia tem grandezas retumbantes: maior região do país, com mais de 60% do território nacional, maior biodiversidade, concentra a maior reserva de recurso hídrico do mundo, e por aí vai. Esta derradeira grandeza será o motivo de guerras no novo século, assim sinalizam inúmeros interpretes que investem em entender a região e sua relação com as escalas nacionais e internacionais.
Tais fragmentos integraram a aula inaugural da Universidade da Amazônia (Unama), na noite de hoje, no auditório da Murrafej, do Campus da Alcindo Cacela, em Belém, proferida pelo sociólogo e pós doutor, Alex Fiúza de Melo, ex reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e atual secretário de Ciência do Estado.

“A região é estratégica para o novo milênio que estamos vivendo, somos privilegiados em morar aqui, e tempos uma responsabilidade imensa em buscar construir uma inversão na rota que os elementos econômicos e históricos conferiram para a região”, reflete Melo.
A Amazônia ainda vive na condição de periferia, enfatiza o professor, que coloca o papel do conhecimento como estratégico para reorientar tal condição, tanto em relação aos estados que concentram a economia do país, quanto em relação aos países mais ricos e que concentram o capital econômico e da ciência.

O ex –reitor alerta que a Amazônia tem somente 3% dos doutores do Brasil. “Isso é um contra senso, quando consideramos que a região ocupa o centro de gravidade de inúmeros debates nos mais variados fóruns’, reflete o professor.    
O deslize do professor residiu em tratar a energia produzida a partir da matriz de hidrelétricas como energia limpa. Tal sentido é um ponto de vista produzido a partir dos empreendedores. É um mito. Assim como a presença de Amazonas, tema encontrado em narrativas dos primeiros viajantes.
Parece, que o ex magnífico da UFPA não compartilhou os debates de um seminário internacional de sociologia e barragens acomodado na UFPA ano passado. Nele especialistas dos mais variados campos do conhecimento desmistificaram a ideia de energia limpa. Entre eles, Phillip Feanside (INPA), Célio Berman (USP), Sônia Magalhães (UFPA), entre outros.
As hidrelétricas geram problemas de reassentamento das populações tradicionais (negros e índios), agricultores familiares. Subjuga terras agricultáveis, florestas que abrigam um potencial de prospecção em pesquisa de micro-organismos num vasto leque e produz gás metano. Em nossa região reimprime uma condição colonial, como mero exportador de matéria prima, aqui no caso, o extrativismo de energia.


Nenhum comentário:

Postar um comentário