Belo Monte gastará mais com juros do que com preservação

João Carlos Magalhães

A empresa que construirá a usina de Belo Monte gastará mais com os juros de empréstimos do que com as ações para suavizar os impactos socioambientais da obra no rio Xingu (PA). Matéria da Folha replicada no IHU

A MAJESTADE FICOU ÓRFÃ

William Santos de Assis (Lasat/NCADR/UFPA).

Vi a frase acima num vídeo do cortejo fúnebre do Zé Cláudio e D. Maria. A faixa era carregada por parentes do casal. Para quem ouviu Zé Cláudio falando sobre a convivência com a floresta embaixo da copa da Majestade, pode imaginar a força dessa expressão. Ele se referia à castanheira centenária como sua irmã. Durante a conversa ele acariciava a Majestade, explicava que ela ultimamente produziu poucos frutos, porque andava meio cansada, mas que nos próximos anos voltaria a sua força máxima. 

“É assim mesmo, um ano ela produz muito, no outro diminui um pouquinho, mas sempre produz”, dizia. Zé Cláudio parecia entender perfeitamente as razões da variação de produção da Majestade e não reclamava. Lição primordial para a convivência com a floresta: aceitar seus limites e transformá-los em vantagem. 

Zé Cláudio e D. Maria não deixaram órfãos apenas a Majestade. Todos os que acreditam numa sociedade diferente, regida por outros princípios, estão de certa maneira com esse sentimento. 

No entanto, as manifestações de indignação no Pará, no Brasil e no mundo mostram que não temos muito tempo para chorar a dor. No mesmo dia do assassinato do Zé e D. Maria foi aprovado na Câmara Federal um Código Florestal que retrocede em seus atos de regulação do uso dos recursos naturais.

Antes da aprovação do Código Florestal, deputados e assistentes vaiaram o anuncio da morte do Zé Cláudio e D. Maria, numa atitude de extrema insensibilidade e de desvalorização da vida humana, para dizer o mínimo. 

Se esses “representantes do povo” reagem dessa maneira frente a um brutal assassinato, imaginem a preocupação que terão com as árvores, nascente e margens de rios, animais silvestres, microorganismo do solo e aéreos e outros viventes da floresta.

Alguns dias depois do assassinato do Zé Cláudio e D. Maria, tombou Adelino Ramos na divisa de Rondônia com o Amazonas. Adelino também era líder de um Projeto de Assentamento Florestal (PAF). Assim como Zé e D. Maria, Adelino já havia sofrido ameaças. Por trás da culatra os mesmos algozes, madeireiros ávidos de lucro fácil com a exploração ilegal das espécies florestais de alto valor econômico. 

Que sociedade é essa: onde quem luta pelo bem comum é penalizado? Onde o direito de optar por uma vida mais equilibrada com a natureza é cerceado! Onde o poder econômico decide sobre a vida e a morte? Onde a perda da vida por uma causa justa é vaiada na “Câmara do povo”!?Onde a vítima é mutilada com o intuito de gerar uma prova do ato desumano?

Definitivamente, não é essa a sociedade que queremos para nossos descendentes. Vamos fazer o que Zé Cláudio e D. Maria certamente fariam: lutar sem medo por uma sociedade diferente. Não podemos recuar diante dessa ofensiva da barbárie. Vamos à luta com as nossas armas: a denúncia, a palavra, a atitude, o estudo, o ensino e a coragem. 

São Leopoldo – RS, 28 de maio de 2011

Mais repercussão internacional sobre a execução dos camponeses no Pará

Huffpost Green leia AQUI
The Cristian Post leia AQUI
GlobalVoices leia AQUI
Renewables Research and Policy Institute leia AQUI
Contacto Latino News leia AQUI
Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) leia AQUI
Reverend Manny in the Twiligt Empire leia AQUI
The Guardian leia AQUI
Aljazeera leia mais AQUI

O Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT) repercute a execução dos camponeses do PA

José Claudio Ribeiro da Silva and his wife Maria do Espirito Santo da Silva, were executed in an ambush by gunmen on the road close to their home at Nova Ipixuna (Para state, Brazil). They were active and friendly collaborators of the AMAZ Project in which CIAT participated with sites in Caqueta (Colombia). Farmers and leaders of the Projeto Agroextrativista, they were an example for those who defend forest biodiversity with dignity in integrated collective projects. Members of the Conselho Nacional das Populaçes Extrativistas (CNS), ONG funded by Chico Mendes, they lived and produced in sustainable ways in a farm with 80% preserved forest, extracting Brasil nut and fruits from native plants (cupuaçu, açai). They had repeatedly informed the national and international communities of the threats they received from forest loggers and coal fabricants. In the name of the AMAZ research group, we express our profound sadness in front of this crime that adds to a long list and solidarity and friendship to their families, friends and associates. Fonte CIAT

TRÁFICO DE PESSOAS NO PARÁ

Dom José Luiz Azcona Bispo do Marajó *ameaçado de morte por denunciar o tráfico de pessoas e a prostituição No Pará e respondendo a denúncias da Igreja do Regional, a Câmara Legislativa tem instalado um CPI contra o tráfico de pessoas que entre nós apresenta uma incidência alta de casos e de perversidade especifica. As características fronteiriças tanto geográficas como de regiões em desenvolvimento acelerado possibilita uma freqüência enorme de crimes poucas vezes conhecidos suficientemente pelas autoridades de nosso Estado e dificilmente reprimidas de modo eficaz. Leia a íntegra no site da CNBB

Reuters maior agência de notícias do mundo repercute a morte dos camponeses do Pará

Nesta semana, o líder extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva e sua mulher, Maria do Espírito Santo, foram executados no Pará. A presidente Dilma Rousseff pediu à Polícia Federal uma investigação do caso. Leia a íntegra AQUI

El País, maior jornal da Espanha repercute assassinados de camponeses na Amazônia

El martes, en el también amazónico estado de Pará, fue asesinado a balazos el matrimonio compuesto por José Claudio Ribeiro da Silva y María do Espírito Santo, reconocidos ambientalistas de la región y exlíderes del Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra. Leia a íntegra AQUI

 

Farra na assembleia – OAB realiza agora ato público

A farra na Assembleia deve ter desviado pelo menos 80 mil reais. No enredo fábrica de tapioca fazia obra de engenharia.

O ex deputado Robgol nomeou 20 parentes que moram no interior da Paraíba. O mesmo ex - parlamentar foi flagrado com 500 mil reais e 70  mil em tíquetes de alimentação.

As estrelas do espetáculo são: P MDB, com a vedete Domingos Juvenil e o PSDB, representado por Mário Couto.

 

A OAB coleta assinatura para pressionar a implantação de uma CPI. Pioneiro (PSDB), que preside a casa, é contrário a investigação.

Fórum de Educação do Campo homenageia ambientalistas assassinados no PA

O Fórum de Educação do Campo do Sul e Sudeste do Pará fez uma homenagem aos ambientalistas José Cláudio e Maria do Espirito Santo, assassinados no dia 24 de maio no município de Nova Ipixuna.

No conjunto de fotos, imagens do protesto, da marcha, da ocupação da ferrovia de Carajás e do sepultamento. Dona Maria era estudante de Pedagogia do Campo. 

O projeto é uma associação da Universidade Federal do Pará (UFPA), com o INCRA e os movimentos sociais.

Dona Maria iria colar grau no próximo mês de julho. O link foi enviado pela professora Idelma Santiago. Veja AQUI

Julliana Borges interpreta a peleja entre o PIB X IDH

Nota da ONG Rio Ambiental sobre as mortes na Amazônia

Amig@s da UFPA,

Aqui de uma região do Rio de Janeiro, nos solidarizamos com sua dor.

Quantos mais pagarão com as próprias vidas, o seu amor ao próximo, a Natureza, a nossa Mãe Terra?

Ha 2011 anos essas histórias se repretem. Há 2011 anos os des-governos, se mostram incompetentes para seguir o que lhes  deveria ser o óbvio: o respeito aos direitos humanos.

Até quando teremos que insistir na luta contra a ambição e o egoísmo de poucos, que se soprepuja à miséria de muitos?

Que cada gota de sangue derramada de nossos companheir@s, não seja em vão. 

Que cada gota deste sangue abençoado, derramado de forma vil e covarde, sejam sempre o alento para persistirmos em nossa caminhada coletiva e árdua.

E que em nossa caminhada a paz, a solidariedade e a dignidade sempre sejam nossas companheiras.

Também clamamos por justiça por estas mortes tão cruéis e que seu governo consiga encontrar, prender e julgar os assassinos tão vis.

Que Deus consiga confortar seus corações tanto quanto for a sua dor. E tenham a certeza que ambos, José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, estão em companhia do Senhor.

Partilhamos de sua dor e enviamos nossos abraços e todos os votos de consolo aos amig@s e à família de nossos companheir@s.

 --
*"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-se, perdemos também a felicidade" .
Drumond      ''.'*

Abraços fraternos, solidários e libertários
Luz,
Maria Augusta Ferreira Miguel
Presidente da Ong Rio Ambiental

Líder de assentamento do Amazonas é assassinado por pistoleiros

Agricultor foi assassinado enquanto vendia verduras em município do Estado de Rondônia

 Elaíze Farias

O agricultor e líder de assentamento Adelino Ramos já havia feito várias denúncias sobre as ameaças de morte que vinha sofrendo (Divulgação Sepror/Jimmy Maciel ).

 

O agricultor Adelino Ramos, 57, líder do Projeto de Assentamento Florestal (PAF) Curuquetê, localizado no município de Lábrea (a 701,62 quilômetros de Manaus), foi assassinado na manhã desta sexta-feira (27). Foram desferidos seis tiros contra o agricultor. Leia mais em A Crítca

Jornalismo Científico - UFOPA abre inscrição para a primeira turma de especialização no estado

A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) oferta 25 vagas para a primeira especialização em Jornalismo Científico no estado. As inscrições estão abertas até o dia 17 de junho.  

O experiente professor e jornalista Manuel Dutra da Faculdade de Comunicação (FACOM) da Universidade Federal do Pará (UFPA), irá coordenar o curso com duração prevista para nove meses.

O objetivo do curso é incrementar o repertório de conhecimentos dos jornalistas para a produção de informação sobre ciência para o grande público em linguagem acessível para o conjunto de mídias existentes. E assim aproximar o conhecimento acadêmico da sociedade em geral.

O curso se instala no oeste do Pará, uma região que hoje integra o portfólio do governo federal para a instalação de grandes projetos: geração de energia, monocultura de grãos e extrativismo mineral. Abriga um conjunto de unidades de conservação e palco de intensos conflitos em torno da exploração da floresta.

No município de Santarém, cidade pólo da região, a empresa estadunidense Cargil, ergueu um porto para o escoamento de grãos ao arrepio da lei. 

Lá foram executados a irmã Dorothy e os dirigentes sindicais Bartolomeu dos Santos (Brasília) e Almir Federicci (Dema). Em setembro de 2010 três militantes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf) foram assassinados.

O curso chega em boa hora, posto ser comum a má qualidade da informação sobre a complexidade das disputas em diferentes níveis que conformam as realidades da Amazônia. Em particular as realidades que envolvem a disputa pela terra entre as populações originárias e grandes corporações.  

A região é um extraordinário laboratório, que aglutina um leque de possibilidades de produção do conhecimento. Ela reivindica a separação do Pará para a criação do estado do Tapajós, nome do rio que banha a cidade de Santarém, que abriga a UFOPA. 

A maioria das terras griladas numa ação que envolveu o Ministério Público Federal (MPF) e outras instituições é da região, assim como as fraudes flagradas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM).  

Sobre as terras griladas o caso mais escabroso foi da empreiteira C.R Almeida, do empresário paraense radicado no Sul do país e já falecido, Cecílio do Rego Almeida.  A empresa conseguiu numa “passe de mágica” grilar cinco milhões de hectares.

A UFOPA resulta da confluência de outras instituições de ensino superior existentes. Hoje passa por um delicado processo de disputa política, onde a reitoria é acusada de hipertrofia de poder. 

Conheça o EDITAL

''Nossas florestas vão estar menos protegidas do que em 1934

"Desde 1934 temos uma regra que fala que as beiras de rios têm que ser protegidas, porque são frágeis e importantes. Agora aprovou-se uma regra dizendo que nesse lugar pode ter atividade agropecuária", afirma Raul Silva Telles do Valle, advogado do Instituto Socioambiental, em entrevista concedida a Daniela Chiaretti. Leia a matéria do Valor replicada no IHU

Defensoria Pública do Pará

Deu na Voz do Brasil : Estado é obrigado  a chamar os concursados.