No dia 19, 4ª feira, a
partir das 9h ocorre no Auditório do
Centro de Eventos Benedito Nunes da UFPA a mesa que debate a relação da Mídia e Meio Ambiente. A coordenação será da Dra Neusa Pressler, professora da Universidade
da Amazônia (UNAMA). Os debatedores serão Isaltina Araújo (Universidade
Federal de Pernambuco – UFPE), Antonio Almeida (Universidade de São Paulo –
USP) e Luciana Miranda (Universidade Federal do Pará – UFPA). A mesa integra a programação do Mídia Cidadã e da Associação Latinoamericana de Investigadores em Comunicação (Alaic).
A relação da mídia com a região a partir do viés ambiental
tem sido pauta de investigação em inúmeros trabalhos de pesquisa. Dentre eles
podemos nomear os tratados do professor Manuel Dutra, Otacílio do Amaral e da
Luciana Miranda, todos da UFPA.
E recentemente a pesquisa para obtenção de título
de doutoramento na Universidade Federal Fluminense (UFF) da professora Ivana
Torres da Universidade da Amazônia (UNAMA).
Em comum em algumas investigações sobre a
construção de sentidos sobre a (s) Amazônia (s) ocorrem pontos como a
perspectiva homogênea sobre as diversas realidades que integram a região. Os
horizontes do exótico, do exuberante ou do estranho são recorrentes.
O professor Dutra adverte que o processo colonial que
a região experimentou explica algumas construções sobre a Amazônia. Em
particular as visões sobre os modos de vida
locais. Neste sentido as populações consideradas tradicionais são consideradas
representações do atraso, e que por isso devem sucumbir ao discurso do
progresso e do desenvolvimentismo.
As populações indígenas, quilombolas, as várias
modalidades de extrativistas são enquadradas como incompetentes em gerir as
riquezas locais. Perspectiva que vem sendo sedimentada desde os relatos de
naturalistas, viajantes, religiosos e mesmo na literatura. E que a mídia atual revigora
nos mais diversos suportes.
O antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida ao tratar das
principais disputas que envolvem os megas projetos que regem a agenda
desenvolvimentista e as populações tradicionais, sublinha o cenário conservador
da mídia local.
Como o nacional, a contextualização regional é marcada pelo
controle dos meios de comunicação em mãos de interesses politico partidário e
de grupos familiares. O que acaba redundando numa cobertura parcial sobre o
interesse público.
Um exemplo já considerado clássico é a cobertura sobre os
conflitos de terra, marcados pela execução de dirigentes da reforma agrária, os
que defendem o meio ambiente e camponeses que lutam pela terra. Tais conflitos
costumam ocupar as páginas dos cadernos policiais, sem a devida
contextualização da complexa situação do assunto.
Apesar da Amazônia ser uma pauta internacional em múltiplos fóruns,
os jornais locais não possuem um espaço que privilegie a reflexão séria sobre a
região. É neste vazio que o nanico Jornal Pessoal, um quinzenário editado pelo
jornalista Lúcio Flávio Pinto se consolidou como a principal referência no
jornalismo sobre os temas que ele considera históricos, e que nunca estão nas
páginas dos principais diários do estado.
Registre-se que a produção do mesmo é tema de pelo menos uns
três trabalhos que serão apresentados no encontro de Mídia Cidadã e da Alaic. O
reconhecimento no espaço acadêmico de Lúcio pode ainda ser observado na
participação do mesmo numa das mesas do evento.
Saiba mais sobre o encontro AQUI
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