“Essa justiça desafinada
É tão humana e tão errada...”
É tão humana e tão errada...”
Baader – Legião Urbana
Plenária
esvaziada...já era perto de meia noite do dia 20 de outubro de 2001 e
saiu a decisão: por 4 votos a 3 réus foram absolvidos. Quem eram?
Alguns dos representantes da velha oligarquia ruralista (Maneco,
Parazinho e Marcio Cascável), que ainda mandam e desmandam nos rincões
do Pará...terras onde guerrilheir@s do Araguaia ousaram lutar, mas não
tiveram o apoio popular suficiente para continuar.
Porém,
assim como esses guerrilheiros vi ontem que balas não foram
desperdiçadas naquele Júri, realizado pela segunda vez, em decorrência
do primeiro ter sido anulado por ter sido contrária às provas dos autos.
Não
foram desperdiçadas não só pela perfeita atuação de meu colega de
trabalho-militante Marco Apolo, mas por ter sido colocado em cheque o
poderio de gente que não tem outra forma de viver senão colando a vida
em segundo plano, ruralistas e sua corja que se utiliza do medo para
continuarem seu reinado.
A
estrutura a que estes se sustentam é frágil. Tão frágil que ao fim do
Júri era visível a preocupação do único réu fazendeiro (Alexandre
Trevisan), não só porque este iria voltar e
enfrentar uma dívida (pois era o único com advogado particular), mas
principalmente pelo sentimento de revolta do povo, tendo em vista que a
memória do Brasília (sindicalista assassinado em 2002, cujo crime era
objeto do Júri) não é fácil de esquecer naquele pedaço de Brasil chamado
ironicamente de Castelo dos Sonhos (um dia de viajem de Altamira- oeste
do Pará).
Ainda
que seja inconsolável para a família e amig@s do Brasília não terem a
devida punição aos assassinos desse lutador (em especial a D. Santa,
ameaçada hoje), é certo que esse resultado não quer dizer em tudo uma
derrota, pois é mais um retrato cabal para a sociedade da necessidade de
continuar a luta pelas pautas da reforma agrária e contra a impunidade dos crimes no campo.
Esse quadro só muda com a continuidade da denúncia e das ações insurgentes do povo contra esse tipo de injustiça.
Assim,
repassar essa mensagem é preciso não só por esse meio, mas por meio de
nossas ações de educadores populares e agentes sociais organizados e
firmes na luta!
É mais um aprendizado de muitas lições!
Obrigada ao apoio de tod@s.
Em 21.10.11
Sandy Faidherb
Advogada Popular- PA
Membro da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos
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