segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Tribo de Jah - uma banda de reponsa


Os mais afoitos invadiram o palco. Não foram poucos. Homens e mulheres queriam cumprimentar Fauzi, o vocalista da banda de reggae Tribo de Jah.  O grupo nascido em São Luís, Maranhão soma mais de duas décadas de estrada.  No Pará o grupo é sucesso de público garantido. Na noite de ontem na casa de show Cangalha, no município de Ananindeua, região metropolitana de Belém a máxima se repetiu. 

A relação de amor com o Pará é tanta que um dos dois DVD´s da banda foi gravado em Belém, no espaço Parque dos Igarapés, o Live in Amazon. E ainda o clipe de duas pedras Roots Reggae Music e The Roots Man. Na ilha de São Luís pedra denomina um reggae considerado top.

As casas de segunda categoria, em bairros e praias populares da ilha foram os primeiros palcos do grupo. O vocalista é o único integrante do grupo que não é maranhense e nem é deficiente visual. Fauzi é paulista que aportou em São Luís para fazer um programa de reggae numa emissora de rádio. Frazão, Neto Enes, Aquiles Ribeiro e João Rodrigues são deficientes visuais.

Operários, desempregados, flanelinhas, feirantes e demais trabalhadores frequentavam os shows, que assim como o brega em Belém veio ganhar as casas consideradas “bacanas” muito tempo depois. Regueiros Guerreiros traduz tal realidade: “Eles descem dos guetos logo cedo. Se concentram nas praças e ruas do centro. Lavando, vigiando  carros, vendendo jornais, Construindo prédios, obras, cuidando de casas e quintas São menores, maiores brasileiros”.
                 
Ao contrário de São Luís as bandas autorais aqui em Belém possuem espaço para tocar. Duas delas abriram o show da Tribo,  Jaafareggae e  Yemanjah. O estilo roots predomina nas canções do grupo. O roots da banda maranhense rompeu as fronteiras da provinciana cidade. Ganhou o país e o espaço nos principais festivais do estilo.  A própria banda morou em São Paulo e Fortaleza. 


A questão de reggae em São Luís deixou de ser apenas uma música cultuada pela população pobre. Já foi tema de doutorado que veio a virar livro.   

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