domingo, 29 de maio de 2011

Execução de camponeses\as: até quando?


Daqui a pouco a Comissão Pastoral da Terra (CPT), organização ligada à Igreja Católica, que acompanha as tensões do campo desde a década de 1970, emitirá uma nota sobre as execuções de camponeses no Pará.

Com o assassinato de ontem de Eremilton Pereira dos Santos, no município de Nova Ipixuna, sudeste do estado, são três  os casos no Pará e quatro na Amazônia, com a morte  de Rondônia, Adelino Ramos, que foi sepultado hoje.

Tudo ocorre na semana de aprovação de forma atabalhoada da reforma do  Código Florestal, processo marcado pela grande pressão dos ruralistas, que desde a década de 1980 vence tudo que pleiteia no Congresso Nacional.  

A reforma do Código segue e mesma linha dos projetos de desenvolvimento indicados para a Amazônia, marcados pela irracionalidade e à indiferença ao conhecimento. É o muque e o grito que prevalecem.

Uma ironia é notar o PC do B, que fomentou a Guerrilha do Araguaia na década de 1970, no Pará, ser o protagonista de um projeto que tende a favorecer um setor que ao longo dos séculos na história vem se beneficiando das benesses do Estado.

Há uma tese sobre o assassinato sistemático de trabalhadores rurais no país, a impunidade. Isso se ratifica com o retorno dos pistoleiros ao Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Praialta Piranheira para “terminar” o trabalho e fazer a queima do arquivo das testemunhas na mesma semana da execução do casal José Cláudio e D. Maria.

Os pistoleiros desconsideraram até o momento em que o Estado costuma ter uma ação reativa nessas situações, quando envia ao local das tragédias os seus agentes e representantes. 

Na imprensa o tema é naturalizado, e as pessoas menos informadas tendem a fomentar comentários desastrosos. Vale a frase da canção: o Brasil não conhece. E a ética que tem imperado desde a presença do colonizador tem sido a força bruta.

Até quando?

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