Daqui a pouco a Comissão Pastoral
da Terra (CPT), organização ligada à Igreja Católica, que acompanha as tensões
do campo desde a década de 1970, emitirá uma nota sobre as execuções de
camponeses no Pará.
Com o assassinato de ontem de
Eremilton Pereira dos Santos, no município de Nova Ipixuna, sudeste do estado,
são três os casos no Pará e quatro na
Amazônia, com a morte de Rondônia, Adelino Ramos, que foi sepultado hoje.
Tudo ocorre na semana de aprovação
de forma atabalhoada da reforma do Código Florestal, processo marcado pela grande
pressão dos ruralistas, que desde a década de 1980 vence tudo que pleiteia no
Congresso Nacional.
A reforma do Código
segue e mesma linha dos projetos de desenvolvimento indicados para a Amazônia,
marcados pela irracionalidade e à indiferença ao conhecimento. É o muque e o
grito que prevalecem.
Uma ironia é notar o PC do B, que
fomentou a Guerrilha do Araguaia na década de 1970, no Pará, ser o protagonista
de um projeto que tende a favorecer um setor que ao longo dos séculos na
história vem se beneficiando das benesses do Estado.
Há uma tese sobre o assassinato
sistemático de trabalhadores rurais no país, a impunidade. Isso se ratifica com
o retorno dos pistoleiros ao Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE)
Praialta Piranheira para “terminar” o trabalho e fazer a queima do arquivo das
testemunhas na mesma semana da execução do casal José Cláudio e D. Maria.
Os pistoleiros desconsideraram
até o momento em que o Estado costuma ter uma ação reativa nessas situações,
quando envia ao local das tragédias os seus agentes e representantes.
Na imprensa o tema é
naturalizado, e as pessoas menos informadas tendem a fomentar comentários
desastrosos. Vale a frase da canção: o Brasil não conhece. E a ética que tem
imperado desde a presença do colonizador tem sido a força bruta.
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