segunda-feira, 2 de maio de 2011

Amazônia – Belém sedia encontro internacional para debater a disputa pelo território


 A disputa pela terra e os recursos nela existentes nas Amazônia (s) coloca ao centro a disputa pelo projeto de desenvolvimento em que estão em oposição grandes corporações do setor do agronegócio, mineradoras, construtoras de barragens, base de lançamento de foguetes de Alcântara, empresas de cosméticos e farmácia; e noutro extremo camponeses, indígenas e quilombolas e demais modos de vida considerados tradicionais. E um Estado que arbitra sob a pressão do capital e de lobby.  

Para debater o assunto Belém sedia em novembro o V Simpósio Internacional de Geografia Agrária do Brasil e VI Simpósio Nacional de Geografia Agrária. A coordenação é de um pool de universidades, entre elas a Federal do Pará, a Federal do Oeste do Pará, a Federal do Amazonas e Acre. A disputa pelo território norteará as atividades dos encontros que serão abrigados na UFPA, Campus do Guamá.

A Jornada Jean Hébette discutirá os conflitos entre capital e campesinato na Amazônia. O eixo é uma homenagem ao belga radicado no Pará desde a década de 1960 do século passado, e que investiga as dinâmicas camponesas há 30 anos. O doutor vinculado ao departamento de Sociologia da UFPA é considerado uma das autoridades na temática. Recentemente teve parte da obra compilada em quatro volumes.

Além da jornada dedicada ao pesquisador da UFPA, os encontros terão como eixos de discussões os conflitos em territórios considerados tradicionais na Pan- Amazônia por conta da Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul-americana, IIRSA e as tensões com o paradigma de desenvolvimento sustentável. A derradeira linha de orientação dos debates reside sobre o modelo de apropriação dos recursos naturais.

Entre os debatedores há uma interdisciplinaridade que contempla a participação de jornalistas, antropólogos, sociólogos, e geógrafos. Ariovaldo Umbelino, Lúcio Flávio Pinto, Leonildes Servolo de Medeiros, Alfredo Wagner Berno de Almeida, Gilberto Rocha, Bernardo Fernandes Mançano, Boaventura de Souza Santos, Gutemberg Guerra e representantes de movimentos sociais organizados em torno da disputa pela terra estão entre os indicados.

Os eixos visam contemplar uma ampla reflexão sobre o avanço do capital a partir da lógica do agronegócio, dos grandes projetos na região, o campesinato, a relação do estado com a sociedade e a questão fundiária. O último item é apontado como um grave limite para a definição de políticas públicas para a região.     

Os interessados para a apresentação de trabalho podem enviar resumo expandido até o dia 16 de maio. Saiba mais sobre os encontros AQUI


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