quarta-feira, 6 de abril de 2011

O Brasil conhece a Amazônia?


Um dirigente da CUT deu entrevista a uma grande rede de TV sobre as degradantes condições de trabalho que resultaram em revoltas dos trabalhadores nas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no estado de Rondônia.


Assim como inúmeras outras análises disparadas dos mais variados cantos e das mais diferentes instituições, a do dirigente sindical é inundada de má informação e equívocos sobre as realidades que conformam a região, e do significado dos grandes projetos para a mesma.


Não bastasse isso, o sindicalista ainda reiterou uma interpretação realizada pela mídia grandalhona, que afirmou que tudo não passou um conflito entre os próprios operários.


Noutro episódio, desta feita no Pará, outro dirigente ao avaliar a perda de um sindicato de uma categoria empregada numa grande corporação, creditou às peças de comunicação a derrota. Uma miopia hercúlea.   

O sindicato conseguiu por conta própria relações com inúmeras redes locais, nacionais e internacionais sem a mediação de nenhuma central. 

Deu visibilidade aos abusos e impactos dos grandes projetos tanto com relação aos operários, quanto ás comunidades afetadas.  Era estratégico para a grande corporação cooptar a entidade.

A ausência de leitura e consequentemente de conhecimento sobre a região desfila nas mais diferentes frentes.

O que torna a assimetria de poder entre as partes envolvidas nas pelejas pela terra, as riquezas ainda cá existentes, e o projeto (saque) de desenvolvimento mais desigual.  

Ao ocupar um espaço de disputa tão importante, e não tratar dos desastres que tais projetos internalizam, do papel autoritário do Estado em diferentes escalas é de um retumbante despreparo.

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