sábado, 5 de março de 2011

Feira, chuva, cerveja e dedos de prosa....


É tempo de chuva. Ontem à tarde teve uma linda. Tudo cinza na baía do Guajará. Os barcos protegidos com lona azul para não molhar os viajantes que seguiam rumo à Barcarna, Ilha das Onças e tantos outros lugares.  O município abriga as maiores fábricas de alumínio do Brasil.  


Ver o Peso. O vento era forte. A água da chuva cobria todo o mercado. Tempo de muitas frutas. Um colorido entusiasmante: tinha cupuaçu, bacuri, pupunha, banana, mangustão, uva, maçã, taperebá, mamão, melancia e maracujá. 


Sexta de carnaval. Uma bandinha fazia a animação das bancas que vendem cerveja. Dois reais e o pedido é atendido. O chato era ouvir partes dos hinos de clubes de futebol. Um casal beijava-se apaixonado. Os velhos aumentavam feitos pretéritos. Ou simplesmente inventavam?


Um dizia-se militar dos tempos da ditadura, e agente na área de segurança nacional no sudeste do estado. O discurso animado por várias cervejas transbordava para a delação de nomes conhecidos da sociedade local. “Prestei serviço para as famílias ......mas, não matei ninguém....”O militar da reserva não cessava de falar. O militar recebia “por fora” para prestar serviço privado para os ricos da região


Contou dos cabarés antigos, dos tempos de garimpo e da pistolagem.....diz ter morado na região entre 1977 a 1988. Ao apagar das chamas da Guerrilha do Araguaia, quando os castanhais foram apropriados indevidamente. Dias em que a região registrou o maior número de execuções e chacina de camponeses....


Ao lembrar de Sebastião da Terezona, um reconhecido  pistoleiro da região, fala com solidariedade: o coitado  foi morto covardemente. Nunca fez mal a ninguém....matava somente quem não prestava

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