quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Futebol na quebrada


Um time de futebol do Pará passou 12 horas até alcançar a cidade onde se daria uma peleja do combalido esporte no estado. 

Barco, ônibus e avião foram necessários para superar a hercúlea distância.

O escrete do município de Cametá, cidade do Baixo Tocantins, foi disputar três pontos contra o São Raimundo, no município de Santarém, oeste do estado.

A cidade é irrigada pelo belo Tapajós, onde o governo federal deseja erguer um mundo de barragens.

Soa que a Amazônia não passa de um almoxarifado aos olhos da maioria.  

Não fosse o estado, as esquadras estariam em óbito. É ele quem subsidia boa parte das despesas dos times, repassando verbas em troca do direito de transmissão das partidas.

E tem gente que acompanha.

O erário público irriga e garante a sobrevida no futebol nessas paragens.  

O estado de coma marca o cenário do futebol local, onde quase sempre Remo e Paysandu alternam a conquista do caneco.

O estado não conta com nenhum representante na primeira divisão do campeonato nacional. 

Vez ou outra um clube do interior faz uma graça e chega a alcançar o vice-campeonato. Casos de Águia, da cidade de Marabá, sudeste do Pará e São Raimundo.  

Os saudosos adeptos do Paysandu, quando em troca de deboches com os torcedores do Remo, rememoram a passagem do “Papão” na Copa Libertadores de América. 

Na ocasião o escrete paraora bateu o Boca Juniors por 1XO, em plena Argentina. Gol do ex- atacante do Timão, Iarlei.  

O feito é histórico, a se considerar que até mesmo para os grandalhões do país a empreitada é  considerada  difícil.  

Mas, no jogo de volta, apanhou como um cão sem dono. E o sonho findou. Nesses dias o time somou noventa e tantas anos. Um milagre....

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