Procurem no grande oráculo as análises de Miriam Leitão sobre o polêmico licenciamento do porto construído pela empresa estadunidense Cargil, no município de Santarém, oeste do Pará.
Ela advogava em alto elevado som o azeitamento dos processos de licenciamento ambiental. Sublinhava que os procedimentos atrapalhavam a ação dos investidores e empreendedores.
Não sei que bicho mordeu a jornalista, que antes atentava somente no setor da economia. Ao ler e ouvir os comentários da Leitão sobre o projeto de construção da mega hidrelétrica no rio Xingu, Belo Monte, nota-se um influxo do discurso da global.
Antes a entrincheirada na defesa das grandes empresas, tem optado pela moderação. No derradeiro discurso sobre o atropelamento do IBAMA no licenciamento da obra, ela alertou sobre a violência do estado, o ciclo de oscilação dos rios na Amazônia. Foi prudente, como deve ser qualquer análise sobre megas projetos numa delicada região.
No mais, a violência em diferentes níveis - física e simbólica - e o autoritarismo do estado ainda regem a lógica dos grandes empreendimentos. A assimetria dos agentes envolvidos norteia a peleja, que no Estado o principal financiador via recursos do Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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