Começou hoje em
Belém, no Hangar Centro de Convenções, o II Congresso de Mineração da Amazônia.
Ironia das ironias, o tema do evento é a “natureza sustentável da indústria
mineral”.
Tudo parece não passar
de mero marketing verde. A cadeia produtiva da mineração é indutora de
desmatamento, trabalho escravo e degradação ambiental. Pressiona territórios de
comunidades tradicionais : quilombolas, indígenas, ribeirinhos e reservas
ambientais. Polui e destrói nascentes, furos e rios.
Os projetos de
reassentamento não garantem as condições econômicas, sociais e culturais das
comunidades afetadas. No caso do Pará, a Lei Kandir isenta o recolhimento de
impostos. Nos tratados da economia a atividade é considerada como enclave. Em
outras palavras, não dinamiza a economia local.
O Estado é o
principal indutor da atividade. No caso da extração de bauxita em Juruti, cabe
ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o financiamento
para a empresa estadunidense Alcoa.
A atividade
antes centralizada na região de Carajás, que abriga a maior mina de ferro de
mundo, tem transbordado para outros municípios. A Vale mantém a hegemonia. No município
de Marabá ergue uma empresa que visa dinamizar a cadeia de produção de ferro.
No primeiro
semestre um coletivo internacional organizou o primeiro encontro internacional de atingidos pela Vale, uma das maiores empresas do setor. O encontro apresentou uma
série de documentos de diferentes partes do mundo.
Quando da abertura do I Congresso em 2008, também realizado em Belém, 51 pessoas foram libertas da condição de trabaho escravo em carvoaria no sudeste do Pará.
O carvão alimenta as empresas de gusa no Pará e no Maranhão.
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