segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mineração na Amazônia - grandes empresas fazem encontro em Belém


Começou hoje em Belém, no Hangar Centro de Convenções, o II Congresso de Mineração da Amazônia. Ironia das ironias, o tema do evento é a “natureza sustentável da indústria mineral”.  

Tudo parece não passar de mero marketing verde. A cadeia produtiva da mineração é indutora de desmatamento, trabalho escravo e degradação ambiental. Pressiona territórios de comunidades tradicionais : quilombolas, indígenas, ribeirinhos e reservas ambientais. Polui e destrói nascentes, furos e rios.

Os projetos de reassentamento não garantem as condições econômicas, sociais e culturais das comunidades afetadas. No caso do Pará, a Lei Kandir isenta o recolhimento de impostos. Nos tratados da economia a atividade é considerada como enclave. Em outras palavras, não dinamiza a economia local.

O Estado é o principal indutor da atividade. No caso da extração de bauxita em Juruti, cabe ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) o financiamento para a empresa estadunidense Alcoa.  

A atividade antes centralizada na região de Carajás, que abriga a maior mina de ferro de mundo, tem transbordado para outros municípios. A Vale mantém a hegemonia. No município de Marabá ergue uma empresa que visa dinamizar a cadeia de produção de ferro.

No primeiro semestre um coletivo internacional organizou o primeiro encontro internacional de atingidos pela Vale, uma das maiores empresas do setor. O encontro apresentou uma série de documentos de diferentes partes do mundo.

Quando da abertura do I Congresso em 2008, também realizado em Belém, 51 pessoas foram libertas da condição de trabaho escravo em carvoaria no sudeste do Pará.

O carvão alimenta as empresas de gusa no Pará e no Maranhão.

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