Washington Novaes destacou a preservação ambiental versus os padrões de consumo
O jornalista Washington Novaes, um dos grandes nomes do jornalismo nacional e uma referência na área ambiental e na questão indígena, esteve em São Luís para participar do Amazontech 2008. Na ocasião, ele comandou a conferência máster, de tema “Limites da sustentabilidade no Brasil e no mundo”, que aconteceu no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana.
O jornalista Washington Novaes, um dos grandes nomes do jornalismo nacional e uma referência na área ambiental e na questão indígena, esteve em São Luís para participar do Amazontech 2008. Na ocasião, ele comandou a conferência máster, de tema “Limites da sustentabilidade no Brasil e no mundo”, que aconteceu no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana.
O jornalista colocou em pauta a preservação ambiental versus os padrões de produção e consumo. Washington Novaes iniciou sua conferência traçando um panorama do clima mundial, destacando que o consumo de energia vai acarretar uma série de mudanças climáticas no mundo todo.
Segundo a Agência Internacional de Energia, esse fenômenodo aumentará 71% no mundo até 2030, e a temperatura média mundial subirá 3 ºC até 2050. “Os países ricos vão ser os principais responsáveis por essas mudanças, pois eles são os maiores emissores de poluentes”, disse Novaes. O protocolo de Kyoto, que regulamentou em 1997 a Convenção do Clima, de 1992, estabeleceu que os países industrializados reduzam suas emissões em 5,2%, entre 2008 e 2012. Mas os Estados Unidos, um dos principais poluentes do mundo, não homologaram as regras da Convenção.
Para Washington Novaes, o problema central é que hoje não existem instituições, nem regras universais, capazes de promover as mudanças necessárias na escala global. “As reuniões de convenções da ONU exigem consenso para tomar decisões, o que acaba se tornando difícil devido aos interesses contraditórios” falou o jornalista. Após expor aos presentes o panorama climático mundial, o conferencista apontou tecnologias que já estão em desenvolvimento e visam o beneficiamento da sustentabilidade.
Entre as principais tecnologias ele destacou o seqüestro e sepultamento de carbono no fundo do mar ou campos de petróleo esgotados; células de combustível; veículos híbridos; energias eólica, solar, de marés e biocombustíveis. Durante a conferência, Washington Novaes ressaltou também que já há sinais de otimismo atualmente. “Avanços já podem ser sentidos principalmente nos países mais poluentes.
A Corte Suprema dos Estados Unidos determinou que o governo defina limites para emissões de produtoras de energia, veículos e grandes indústrias, a Alemanha determinou meta de redução de emissões até 2020 em 40% sobre 1990 e a Grã-Bretanha fixou redução de 80% das emissões até 2050”, reiterou Novaes.Dados do último relatório planeta Vivo e do Greenpeace apontam que o consumo mundial é 30% além da capacidade de reposição do planeta nos recursos naturais. Está se deteriorando os ecossistemas naturais a um ritmo nunca visto na história da humanidade. Quase um terço das espécies conhecidas se extinguiu em três décadas.
O jornalista encerrou a conferência esboçando um cenário futuro para o Brasil, caso a humanidade continue no mesmo ritmo de consumo. Segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa), ao longo deste século, haverá um aumento de 6 a 8ºC na temperatura da Amazônia, de 3 a 4ºC na região Centro-Oeste, além de uma possível perda de 20 a 25% nos recursos hídricos do Semi-árido.
“Precisamos construir uma nova estratégia, e serviços e recursos naturais são o fator escasso no mundo, hoje, precisamos colocar essa realidade no centro e no início de uma estratégia que os valorize e ajude a construir a sustentabilidade”, completou Washington Novaes.
ASCOM UFMA
Rafael Arrais
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