segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Elevados de Belém


 Belém somou ontem 398 anos no dia de ontem, 12. Como outras metrópoles o trânsito é um dos gargalos da cidade.

Choveu por mais de 10 horas no dia dos anos de Belém. A cidade ficou um alagado só. Submersa.

O entroncamento, perímetro que separa a cidade da região metropolitana, talvez seja o ponto mais crítico.

Monge budista sai do nirvana e solta a baiana ao enfrentar o trecho, menos brutalizado por conta de obra do celebrado comunista Oscar Niemeyer.

A arte ocupa o centro do espaço. É uma homenagem a uma das principais insurreições populares da História do país, a Cabanagem.  

No vão do túnel vidas sucumbem. Sob o túnel colchões surrados abrigam dependentes de álcool e outras drogas.

Ali três elevados foram inaugurados. Eles integram um complexo que visa implantar um sistema de ônibus rápido na região metropolitana, e desafogar o engarrafamento comum em qualquer hora do dia.

A parte inaugurada celebra o carro, apesar das pessoas que moram no entorno e o significativo número de operários que transitam de bicicletas.  Não existem ciclovias ou faixas.

Desumano, demasiadamente. O humano não foi considerado no desenho da obra.

No primeiro dia útil de uso do recurso foi marcado por queixas dos pedestres.

Alguns motoristas consideram que o elevado é muito estreito. E coloca em risco a vida dos mesmos.   

Na fila do TRE


O voto é obrigatório. Meia dúzia de famílias controla os meios de comunicação. A concentração de renda tem indicadores similares a países africanos. O direito não é universalizado.

Figuras de coronéis impregnam a cena política por mais de quatro décadas. Morre-se em cadeias, unidades de saúde e ruas de Norte a Sul. Estranha democracia.

No ano de eleição casado com a Copa do Mundo de Futebol, o eleitor é obrigado a passar pelo processo técnico de biometria.

Recurso que deve acelerar ainda mais o exame eleitoral. A parada não é em todo país.

Duas horas sob um sol inclemente até alcançar o ar do prédio do TRE da cidade de Ananindeua. O município é o segundo mais importante do estado do Pará.

O herdeiro do Barbalho, Helder, que deve sair candidato a governo desmandou no município em duas ocasiões.

No Pará o cacique é o fiel da balança. Bem sabem o PT e o PSDB.  

Brasileiro que é brasileiro tem de deixar tudo para a derradeira hora. A missão do TRE no município encerra daqui a uma semana.

Pelo menos perto de 50 pessoas atendem os eleitores. Assinatura eletrônica e foto da criatura integram o rito.

Imagina o semblante de felicidade após mais de duas horas de fila....

A fila é a instituição mais séria da nação?  As intimidades são trocadas como se as pessoas se conhecessem há décadas.

A parte mais legal são as tiradas politicamente incorretas, como uma sugestão de uma senhora ao meu lado. Saiu com a pérola que a pessoa podia alugar bebês para furar a fila. Entrar como prioridade. Taxa de R$10,00. Metade para a cesta básica da criança e a outra para a cerveja.

À porta do prédio vende-se de tudo: água, água de coco, plastificação do documento, picolés e coisa e tal. Faltou sombrinha.  

A fila tem forma de caracol. Gente de tudo que é jeito. Ninfetas, moçoilas, senhoras serelepes, outras nem tanto.

Senhores magros, gordos, nanicos, negros, pardos, clarinhos, cabeludos, calvos, desgrenhados e os assépticos.  

A diferenciação de classe é estampada nas grifes. Nos badulaques eletrônicos.  

A fila do TRE converteu-se num verdadeiro fest food para a Antropologia. Moças enfeitadas como se fosse a um evento com algum glamour.

Algumas excessivamente coloridas. Enfeitadas. Mais felizes que uma tela de Romero Brito.

E tome foto e redes sociais. Sadomaso geral.    

domingo, 12 de janeiro de 2014

Maranhão: sistema penitenciário entrou em colapso

Como em outros estados da União, a superlotação é um dos problemas que conformam a situação drástica do complexo penitenciário do Maranhão.

Rogério Almeida e Nonato Masson


É a agenda negativa marcada por péssimos indicadores sociais, concentração de renda, seca, conflito por terra, trabalho escravo e corrupção que costuma conferir visibilidade ao estado Maranhão, um dos mais empobrecidos da União. No entanto, no ano passado, com o agravamento da crise no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na região metropolitana de São Luís, colocou o estado no centro das atenções nacionais e internacionais, em particular pelas cenas de barbárie de decapitação de presos. Leia mais em Carta Maior.