terça-feira, 20 de maio de 2014

Ao pôr do sol no Tapajós

13 bombas enfeitam a orla da cidade de Santarém. Elas possuem a missão de colocar a água do rio Tapajós de volta ao local de origem. O comércio fica ali perto. Nele os proprietários improvisam passarelas de madeira. Ao molde de palafitas, saca?
Os mosquitos fazem festa em lojas e lanchonetes. Árdua tarefa tomar uma cerveja. Em alguns trechos é possível o deslocamento de carros. As 13 bombas ao longo do rio soam obra de vanguarda, fosse uma instalação da bienal em Sampa seria ovacionado o autor. Genial, exclamariam os especialistas.
Musgos  proliferam em poças de água. É bonito ver o pessoal pescando sob o céu cor de rosa de fim de tarde, enquanto outros caminham. O rio é a vida do lugar. Nesta época  do ano a noite demora a chegar. É mais de 19h, e o dia arde. Urubus, gaivotas e andorinhas em revoada.
 
Aborrecentes fazem algazarra. Como a gente é barulhento nesta fase.  Despeço-me do rio. Atravesso a avenida. Uma poça de água aqui. Outra ali. E ao fundo a música das bombas brigando com água do belo Tapajós, prestes a ser ferido de morte por um monte de barragens.

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