terça-feira, 7 de agosto de 2012

Jornalistas do site Pública realizam grande reportagem sobre Carajás


Não é somente os desafios geográficos que tornam a cobertura jornalística na Amazônia um desafio. O aspecto exuberante e exótico ainda predomina em boa parte da limitada e precária cobertura sobre a região considerada estratégica em várias dimensões.  Má formação profissional, distância física entre as regiões, condição de periferia mesmo em relação ao país, o que poderia explicar o cenário?

Os principais veículos quando fazem alguma cobertura acabam reeditando a perspectiva das primeiras narrativas dos colonizadores. E contemplam a região como algo estranho, atrasado e que necessita ser enquadrada sob os auspícios da civilização.  Há exceções. É certo. Mas, até entre os veículos considerados “alternativos” a região é invisibilizada. 

Neste sentido a jornalista Marina Amaral e o fotógrafo estadunidense Jeremy Bigwood ficaram uns 18 dias percorrendo a região de Carajás, sudeste do Pará, oeste do Maranhão e norte do Tocantins.  Os dias aqui são de sol extenuante. Uma sensação de mais de 40º. Ambos estão vinculados ao site Pública, que tem como pauta a defesa dos direitos humanos.
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Amaral foi repórter por uns 10 anos da revista Caros Amigos. E teve o texto lapidado pelo craque e inventor de publicações Sérgio de Souza, já falecido.  Bigwood cobriu guerras em alguns países da América Latina. O conteúdo sobre os grandes projetos é multimídia. Os jornalistas conheceram entre outras cidades Marabá, Canaã dos Carajás e Parauapebas no estado do Pará e Açailândia no estado Maranhão. Ambos são cortados pela Ferrovia de Carajás, que escoa o minério extraído na serra paraense.

A dupla percorreu perto de 2.500 km entre rodovias e estradas vicinais. Ouviram autoridades, militantes de movimentos sociais, assessores de ONG´s e pessoas de alguma forma impactadas pelos grandes projetos na região, que tem como principal ponta de lança a mineradora Vale, numa jornada de labuta que durava até 12h por dia. Horas que os jovens candidatos a jornalistas dedicam ao cibermundo.  

Amaral conta que foram  coletadas mais de trinta horas em vídeo e trinta e sete em áudio. Um excelente material a ser decupado num momento em que a região passa por um cipoal de redefinições no plano econômico e político. É como se outro projeto Carajás estivesse sendo editado: ampliação do processo de extração mineral na própria região e em outros municípios, duplicação em quase sua totalidade da Ferrovia de Carajás, projeto de porto e hidrelétrica em Marabá, duplicação da capacidade da hidrelétrica de Tucuruí. 

Antes da pauta sobre Carajás o Pública veiculou uma série de matérias sobre educação. O conteúdo é aberto e pode ser replicado, desde que citada a fonte.

A dupla agora faz o processo de apuração, e em breve irá disponibilizar o conteúdo resultado da empreitada.  Aguardemos.                                                                                             

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