terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Barcarena: produção de alumínio entra em queda e a Vale vai demitir

A Alumina do Norte do Brasil S/A (Alunorte) deve demitir pelo menos 200 funcionários ainda esta semana. São os informes incertos das pessoas que trabalham na fábrica e de ex-dirigentes sindicais.

O número pode ser menor ou maior. Há quem acredite que o número poder chegar a 500. O argumento dado tem sido a crise, narram os informantes.

A empresa passa por uma reestruturação. Os cargos de gerente de divisão e gerente operacional foram extintos.

A Vale também centralizou a parte administrativa das empresas que controla no município de Barcarena, Pará, a 40 km de Belém.

Além da Alunorte a Vale administra a Alumínio Brasileiro S/S (Albrás) e a Pará Pigmentos, que beneficia o caulim, usado na produção de livros e cadernos.

A refinaria Alunorte, fundada em 1978, transforma bauxita em alumina que alimenta a Albras, que produz os lingotes de alumínio.

Expansão e declínio

A Alunorte em franca expansão desde 2006 mantém cinco linhas de produção. Fala - se em paralisação de duas delas.

O clima no município é tenso e de incerteza. Tudo estratosférico, como os números que conformam a Amazônia.

Recentemente a Vale obteve licença ambiental para a construção de um novo tanque de rejeitos e uma termoelétrica.

102.2 hectares é o tamanho estimado de uma bacia de rejeitos, o que implica em desmatamento.

O número de funcionários da Albras e Alunorte são aproximadamente de 1300 e 1600, respectivamente.

As duas linhas de produção que devem parar foram festejadas em marco de 2006 e incrementaram a produção de 2.5 para 4.4 milhões de toneladas de alumina por ano.

A produção alçou a empresa de quarto para o primeiro lugar no ranking mundial. O projeto de expansão que durou três anos custou 2 bilhões.

Além da Vale são acionistas da Alunorte a Companhia Brasileira de Alumínio, Norsk Hydro (Noruega), NAAC, JAIC, Mitsui e Mitisubishi (Japão).

A bauxita e o meio ambiente

A bauxita transformada em Barcarena é oriunda da região do rio Trombetas, no município de Oriximiná.

O município a oeste do estado foi palco de um dos maiores desastres ecológicos da Amazônia, quando 24 milhões de toneladas de rejeitos de bauxita foram despejados no lago do Batata entre 1979 a 1989.

Desde a privatização a Vale levou 56 autos de infração, no valor de 37 milhões de reais.

Na mesma região vive-se um clima de tensão entre camponeses e as operações da empresa americana Alcoa, que explora bauxita no município de Juruti e mantém uma fábrica de alumínio em São Luís, Maranhão.

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