segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Tragédias amazônicas

Bateria de fornos no sudeste do Pará- Arquivo do Cepasp-Marabá-PA

Na noite de abertura da Exposição Internacional da Mineração da Amazônia, promovido pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em Belém, 51 trabalhadores são libertados de seis carvoarias no sudeste do Pará em condições análogas a escravidão pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE).
Os operários estavam em carvoarias nos municípios de Abel Figueiredo e Rondon do Pará. Entre os libertos adolescentes de 15 anos e mulheres. Noticia o site Repórter Brasil, em matéria de Bianca Pyl.

As carvoarias alimentam com carvão vegetal o pólo de gusa de Carajás no município de Marabá, no sudeste do Pará e Açailândia, oeste do Maranhão. O pólo responde por cerca de 60% da produção ferro-gusa do país. O setor de gusa anima um processo de desmatamento e trabalho escravo.

Em questão de trabalho escravo o Pará é top de linha. Além do trabalho escravo, a região detém boa parte dos municípios que mais desmatam na Amazônia. Um outro passivo que não deverá ser lembrado na reunião de 85 empresas de vários estados do país e do exterior é que a região também lidera o ranking dos municípios mais violentos.

A renúncia fiscal através de programas federais deu uma baita de uma mão para que os empreendimentos surgidos lá no Vale do Rio Doce, prestes a óbito, em Minas Gerais, aportassem em terras amazônicas.

Uma brisa da crise afeta o setor na região, que já promoveu férias coletivas. Ralé em tecnologia, sem dinamizar a economia local, isento de impostos de exportação por conta da Lei Kandir, as grandes empresas advogam que é possível a geração de um desenvolvimento sustentável como nunca se viu.

Tudo isso depois de mais de duas décadas de cláusulas não cumpridas, entre elas o reflorestamento.

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