terça-feira, 4 de novembro de 2008

Belo Monte - movimentos sociais realizam debate no coração da Volta Grande






A construção de hidrelétricas na Amazônia mobiliza uma série de redes econômicas, políticas e siciais. No Xingu, siudoeste do Pará, desde a década de 1980 deseja-se a construção de um complexo de barragens. Em dias que o presidente Lula inaugura a segunda de casa de força de Tucucuí, movimentos sociais do Xingu fazem um novo debate para refletir sobre o projeto Belo Monte. Veja a nota do Movimento Xingu Vivo Para Sempre!
A região da Volta Grande do Xingu localizada entre os municípios de Vitória do Xingu, Senador José Porfírio, Altamira e Anapu no Estado do Pará, além de ter centenas sítios arqueológicos ainda não estudados, das belezas naturais de suas corredeiras, lagos naturais, é umas das áreas de maiores biodiversidades do planeta, abrigando também diversas famílias indígenas, ribeirinhos, agricultores e pescadores. São esses grupos que nos dias 6, 7, 8 e 9 de novembro 2008, irão se encontrar para discutir sobre a ameaça do Governo Brasileiro de construir uma hidroelétrica nessa área.

O Governo Federal apoiado pelas empresas privadas ligadas ao setor eletros-intensivos das indústrias de alumínio pretendem construir com recursos do BNDES uma hidroelétrica na Volta Grande do Xingu que segundo as Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. – Eletronorte, com sede em Brasília, e subsidiária da Centrais Elétricas Brasileiras S.A irá alagar uma área de aproximadamente 510 km quadrados entre rios, floresta e áreas de grande fertilidade para a agricultura. Até o momento o valor anunciado para construção encontra-se em torno de 7 bilhões de reais.

Os números de geração de energia apresentados pelo Governo Brasileiro vem sendo a todo instante questionados por estudiosos do assunto, assim como os valores de construção da obra, denunciam também a existência do interesse do Governo em construir mais 04 barramentos a montante do barramento da Uhe Belo Monte. Além disso, mostram que muitos dos aspectos dos prováveis impactos sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Xingu ainda se quer foram estudados, inclusive sobre os impactos econômicos sobre a Volta Grande do Xingu que é um dos maiores potenciais em eco-turismo do Estado do Pará.

Em fevereiro de 1989, mais de 3 mil participantes , sendo 650 eram índios estiveram presentes I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA), foram claros em mostrar para o Brasil e ao mundo seu descontentamento com a política de construção de barragens no Rio Xingu. Liderados por Paulinho Payakan e Tuirá Kayapo mostraram a importância da biodiversidade e sociodiversidade do existente no Rio Xingu. Em maio de deste ano, liderados por Kupatô Kayapó, 30 caciques Kayapo e lideranças sociais da região, saíram do interior das florestas do Xingu e se aliaram aos outros povos indígenas dessa região para declarar guerra aos interesses do Governo Brasileiro que novamente ameaça com a construção da Uhe Belo Monte, uma versão modificada da Uhe Kararaô.

Encontro de novembro na Volta Grande do Xingu, sob a coordenação do Movimento Xingu Vivo para Sempre irá ocorrer em duas localidades. Nos dias 6, 7 e 8 na Comunidade Ressaca e dia 9/11/08 na vicinal 27 Sul. Antonia Melo da Silva, uma das coordenadoras do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, diz que será a primeira vez que essas comunidades terão o direito de discutir os impactos socioambientais e suas conseqüências com cientistas e pesquisadores independentes.

Nos dois encontros estão presentes cientista e pesquisadores da Universidade Federal do Pará, do Instituto de Energia e Eletrotécnica da Universidade de São Paulo, e do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia. Foi convidado também o Ministério Público Federal do Pará que move ações questionando o processo de autorização dos estudos da Uhe sobre as terras indígenas.

Na continuidade das atividades os educadores e educadoras em conjunto com representes dos estudantes da região realizaram no dia 10/11/08 das 14 as 18 h no Centro de Convenções na cidade de Altamira um Seminário para tratar dos impactos da Uhe Belo Monte sobre a região.

PARA MAIORES INFORMAÇÕES:

ANTONIA MELO DA SILVA – TELEFONE – 93 9904 8680
NILDA FERREIRA DA SILVA RIBEIRO – 93 9952 0740

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