Vivo fosse João Batista
hoje completaria 69 anos. O comunista
Batista era advogado de camponeses no Pará. Foi
assassinado quando somava apenas 36 anos. Ao lado de Paulo Fonteles e Gabriel
Pimenta enfrentou latifundiários e grileiros de terra. Pedro Batista, autor de livro sobre as
jornadas de luta do irmão faz homenagem a João. Pedro também assina artigo que
faz parte de uma coletânea em processo de produção (Luta pela terra na Amazônia: memória dos mártires da terra), que recupera parte destas histórias dos mártires da
luta pela terra no Pará.
A seguir, a loa de Pedro
a João.
Se meu irmão, João Carlos
Batista, estivesse vivo completaria hoje 69 anos.
Aos 36 ele foi
assassinado, depois de ter sofrido três atentados, na quarta tentativa
conseguiram calar sua voz, tirar sua vida.
Batista para muitos, Tauá
para mim, teve uma vida de combate. Desde menino viveu a contradição no campo.
Aos 14 anos foi vaqueiro, em uma fazenda em Paragominas, acompanhava meu pai,
enquanto nossa mãe, Izaura, trabalhava na cozinha. Somente aos 21 retomou os
estudos, quando nos mudamos para Belém. Fez supletivo, cursou direito e
dedicou-se a defender trabalhadoras do campo e da cidade.
Batista priorizou suas
origens. Atuou com firmeza na organização camponesa, concentrou-se na defesa da
Reforma Agrária e no combate ao latifúndio e sua histórica violência contra
mulheres e homens pobres com mãos calejadas do trabalho de sol a sol.
Foi eleito deputado
estadual em 86. Em apenas 17 meses de mandato fez o que se parecia impossível:
organizou milhares de trabalhadores do campo, usando com maestria
revolucionária a luta organizada, a unidade do povo, a tribuna parlamentar e as
brechas da lei a serviço da transformação social.
Cedo se assumiu
socialista revolucionário. Militou clandestina e publicamente. Subiu em
tamboretes, fez agitação, vendeu
jornais, pichou muros, escreveu discursos e cartilhas. Conspirou e agiu. Não
teve posses, nem origem em família tradicional. Foi do trecho, sem terra, sem
títulos ou riquezas.
Tauá ou Batista, o mesmo
homem, justo, fraterno, duro e firme, convicto e corajoso. Sabia quem era seus
inimigos. Denunciou Ronaldo Caiado e todos fazendeiros que fundaram a UDR e
mataram dezenas. Denunciou a burguesia. Denunciou o oportunismo e o
revisionismo. Acreditou no socialismo, defendeu e organizou a Revolução.
Hoje, 19.11, é seu
natalício, estaria entre nós, fortalecendo o combate contra o fascismo e seus
agentes, os mesmos que o caluniavam, atentaram contra a sua vida até
conseguirem o assassinar.
Em 6 de dezembro próximo
fará 34 anos que Batista recebeu um tiro fatal.
O seu compromisso, dedicação e exemplo revolucionário seguem nos inspirando e apontando a direção, sem vacilar, nem se deixar encantar com os luxos e prebendas que a burguesa propaga e distribui.
O empoderamento divisionista, que carreiristas e oportunistas propagam para enfraquecer a luta revolucionária nega a luta revolucionária e trai os exemplos de homens e mulheres que caíram na gloriosa caminhada.
Honra eterna aos mártires
da luta do povo.
Batista presente!
Viva
o socialismo!
Seu exemplo revolucionário anima a caminhada.
Venceremos!