sexta-feira, 26 de julho de 2019

Baixo Amazonas: entre ministro, atos de protesto, ameaças e celebrações



Discentes indígenas da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) presentearam a pessoa que ocupa o assento do Ministério da Educação com um bem humorado protesto, na noite do dia 22 deste mês.

O mimo ocorreu quando o “soldado” do presidente se refastelava em férias - gozo concedido com cinco meses de labuta chancelada pelo obscurantismo e o autoritarismo - com familiares em Alter do Chão.

Alter é um bucólico distrito do município de Santarém, oeste paraense. Espaço ressignificado pelo “deus” mercado como o Caribe Brasileiro, por conta das águas azuis do rio Tapajós.

Águas de uso comum das populações ancestrais, que além de fonte de proteínas embute relações de afeto e míticas. Um mundo pré-colombiano. Águas ora ameaçadas pela agenda de edificação de hidroelétricas e portos, e há muito tempo pelos resíduos de garimpos que operam “clandestinamente” na região, a partir de uma agenda que tem a colonialidade como a principal feição.

Faz-se necessário ratificar que existe outro universo para além do capital. Entre indígenas e quilombolas a UFOPA acolhe perto de 900 discentes. Cogita-se que a universidade seja a mais inclusiva do país. Os repetidos cortes na pasta da educação coloca em xeque a permanência dos mesmos na universidade.

A acolhida dos referidos resulta de anos de peleja e teimosia. A presença destes torna mais a rica a universidade. O desafio consiste em afinar a viola para a promoção do diálogo entre os saberes, ainda marcado por ruídos, preconceitos e similares.  

Caso seja procedente que é do caminhar que se faz o caminho, a jovem instituição - a Ufopa soma uma década - deve percorrer um bom caminho até que alcance a consolidação. Passos que passam pela finalização das edificações, organização de pós-graduação, publicações e intercâmbios.

Passos ameaçados pela administração do Detrito Federal, que elegeu o saber, o conhecimento, a educação e a cultural como preferidos alvos de suas ações. Faz-se necessário ratificar: um mundo pulsa para além dos muros, cercas e atos de Brasília.   

Indígenas, quilombolas e um vasto campesinato integram a diversificada e complexa composição social da região, que conforme o planejamento estatal, constrangido por grandes corporações de diferentes campos almeja dinamizar o Baixo Amazonas como um corredor de exportação de commodities.

Nas planilhas e mapas estatais não existe gente. Em particular essa gente que ousou ocupar um assento numa instituição pública de ensino superior. Essa gente sempre recebida por policiais ao marchar sobre a capital do país. Essa gente nunca recebida em gabinetes da administração central. Gente que ousa constranger o “soldado” do desmantelamento do ensino público.

Gente que ao longo da história tem compartilhado todo tipo de mazela fruto dos grandes projetos desta parte da Amazônia. Gente que rema em oposição. Em Alter, por exemplo, indígenas estão mobilizados a celebrar sua diversidade cultural no evento denominado Mutak, que encerra no dia 28.

No mesmo período segmentos campesinos marcham em defesa de seus territórios e dos recursos que o mesmo é tributário na 1ª Romaria em defesa da Terra e dos Rios. Ato organizado pelas associações e sindicatos de trabalhadores rurais da região, com apoio de frações da Igreja Católica.

Frações que estão mobilizadas na construção do Sínodo da Amazônia, no Fórum Panamazônico.  Já no município de Juriti, que abriga uma unidade da Ufopa, celebra mais um festival das tribos indígenas.

Faz escuro, mas, ecoam tambores, cantos, traços no corpo e celebrações em defesa da vida no rincão do mundo amazônico.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

LAVRADORES E LAVRADORAS DA REGIÃO DO MUNIM/MA CELEBRAM 37º ENCONTRO


Fraternidade, Políticas Públicas e Reforma Agrária é o tema do evento que ocorre entre os dias 25 a 28 de Julho de 2019, no povoado no Povoado Paca dos Liras, município de Morros/MA

Em seus 37 anos de história o Encontro de Lavradores(as) se constitui em um espaço público de debates, troca de experiências e renovação das forças na luta pela efetividade e ampliação dos direitos já existentes, fazendo o resgate da sua história de lutas e conquistas e das pessoas que construíram essa trajetória. 

Os principais eixos do Encontro ao longo dos anos são a questão agrária, ambiental, agroecologia além da incidência e monitoramento de políticas públicas.

O Encontro acontece anualmente e é o maior organizado por agricultores e agricultoras familiares da Região do Baixo Munim e contou com a participação média de 400 pessoas na sua última edição. Participam desse Encontro: membros de organizações de agricultores e agricultoras (STTR’s, associações, movimentos populares, etc), outras organizações da sociedade civil (ONGs, organizações ligadas à igreja, etc) e governo (universidades, órgãos públicos das diversas esferas, entre outras).

O referido Encontro é organizado pela ACR de Morros e ACR de Cachoeira Grande contando com a assessoria da Associação Agroecológica TijupáSMDH e apoio das CEB’s locais.

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Informes importantes
1.  O povoado Paca dos Liras fica localizado a 8 km de Morros. A partir da entrada de Morros (retorno) segue na MA 402, sentido Barreirinhas, até a entrada do povoado que fica na localidade Cajueiro (do lado direito a 7 km de Morros) onde haverá uma identificação. Daí, segue 1 km a frente, em estrada de piçarra, passando pelo povoado Cajueiro.   
2.  A contribuição para o Encontro ocorrerá no ato da inscrição e será no valor individual de R$ 20,00 (vinte reais) por pessoa, que dará direito a alimentação (06 refeições e 03 cafés da manhã).
3.  A hospedagem será feita de forma solidária nas casas dos(as) moradores(as) e outros espaços existentes na comunidade-sede e circunvizinhas.   
4.  Os participantes deverão levar: rede, corda, prato, colher, copo e outros utensílios para uso pessoal.
5.  São muito bem-vindos com você: sementes caboclas (para o momento de troca de sementes), instrumentos musicais, poesia e tudo relacionado a arte com viés libertário.
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Segue abaixo a Programação prevista para o Encontro:
     PROGRAMAÇÃO
DIA 25/07 - QUINTA-FEIRA
A partir das 15:00 hs  Credenciamento – Equipe de finanças
Acolhida - Comunidade local
18:00hs Jantar – Comunidade local
19:00 hs Mística de abertura do Encontro
20:00 hs Plenária Inicial
- Boas-vindas comunidade local
- Acordo de convivência
- Apresentação da Programação
21:00 hs Encerramento do dia.
DIA 26/07 - SEXTA FEIRA
08:00 hs às 09:30 - Aprofundamento Tema e Lema do Encontro
09:30 às 11:00 hs – Impactos do linhão da ARGO na Região do Baixo Munim
Expositor: representante da SMDH
Debatedores convidados: Ministério Público - Comarca de Morros e representante das associações da Gleba Santa Cecília
11:00 às 12:00 hs - Análise de conjuntura
Expositor: representante do Fóruns e Redes
12:00 hs Almoço
TARDE DA SEXTA FEIRA
14:00 hs às 17:30 hs Pauta Agraria dos Encontro de Lavradores e Lavradoras da Região do Munim
Momento Inicial: Processo de construção e monitoramento da Pauta Agrária no Encontro de Lavradores
Facilitador: representante da TIJUPA
- Mesa redonda entre poder público e sociedade civil: Exposição, debate e encaminhamentos dos pontos da Pauta Agrária junto aos órgãos públicos e organizações
Convidados: Representantes do INCRA, ITERMA, TIJUPÁ, SMDH, Associação do PE Paca dos Lira
18:00 hs – Jantar
 NOITE CULTURAL
19:30 hs às 22:00 hs - Atrações – Show de calouros, Dança do Coco, São Gonçalo e Quadrilha de Mata do Amaral.
DIA 27/07/2017 – SÁBADO
08:00 hs às 12:00 hs Estudo Bíblico                                                                                                  
Tema: Livro do Êxodo
Facilitador convidado: José Vale dos Santos
12:00 hs - Almoço
TARDE DE SÁBADO
14:00 hs às 16:30 hs - Oficinas Temáticas
1 - Cadernetas Agroecológicas: mulheres na geração de renda
2 - Comercialização: Experiência do Circuito de Feira Agroecológicas do Baixo Munim
3 - Criação de abelhas: uma fonte de vida ameaçada
4 - Cuidados com o meio ambiente: valorizando a natureza local
5 - Direitos humanos de comunidades atingidas por linha de transmissão de energia e mineração 
6 - Farmácia Viva.
7 - Melhoria da Farinha D’água: da produção à comercialização
8 - Protegendo vidas ameaçadas
9 - Vida de jovem vale
16:30 hs – Plenária: Apresentação das oficinas
17:30 hs – Troca de sementes caboclas
18:00 hs – Jantar
NOITE CULTURAL
19:30 hs – Definição do local do 38º Encontro de Lavradores e Lavradoras da Região do Munim
20:30 hs Atrações convidadas - Tambor de Crioula de Mato Grosso, Escola de Samba de Ruy-Vaz, Quadrilha (Zé de Codé) e mistura de gêneros

Dia 28/07 (DOMINGO)
08:00 hs Encaminhamentos Finais do Encontro (com definição de prioridades)
09:00 hs Leitura e aprovação da Carta Final do 37º Encontro de varadores e Lavradoras
09:00 hs Prestação de contas – Equipe de Finanças
10:00 hs Avaliação do Encontro de Lavradores e Lavradoras e Considerações finais
11:00 hs Missa – Pe. Luigi Muraro (Homenagem ao Padre no momento da Ação de Graças)
13:30 hs Almoço 

Enviado pela: 
Associação Agroecológica Tijupá
Endereço: Avenida Contorno Leste, Quadra 15, nº 02  - Parque Aurora 
CEP 65051-872 São Luís - Maranhão - Brasil
Telefone: 55 (98) 3243.2765
Visite o Informativo Eletrônico da Tijupá - Cá Prá Nós :  http://www.aatijupa.org/