O livro é uma parceria do Curso de Educação do Campo da Unifesspa e da Editora Iguana
A educação é a face mais
expressiva no processo de luta pela terra no sul e sudeste do estado do Pará. A
região considerada a mais violenta do país, é onde mais se matou camponeses e
seus apoiadores. São casos considerados clássicos as execuções da família
´Canuto e do sindicalista Expedito Ribeiro e de Raimundo Ferreira Lima (Gringo).
As regiões constituem-se
como lócus marcado pelas políticas de
integração do regime ditatorial do século passado. Políticas que reconfiguraram
as feições territoriais, econômicas, sociais, culturais e políticas.
Desta forma, grandes
projetos, a exemplo da construção da hidrelétrica de Tucuruí, a exploração
mineral em Carajás, e a edificação de rodovias federais descortinaram um novo
momento histórico marcado pela inserção subordinada aos grandes mercados
mundiais.
Boa parte destes
contextos estão registrados em pesquisas de inúmeras universidades da região,
do país e mesmo mundiais. Neste memorial, educadores, camponeses, na condição
de migrantes narram a sua própria saga. A maioria é oriunda da região do
Nordeste, ênfase do estado do Maranhão. Aportaram na Amazônia fugidos da seca
de forma espontânea ou induzida, numa perspectiva de frear as tensões sociais
daquela região.
Trata-se de uma relato
comovente e vivo para quem a universidade pública sempre foi um muro muito
alto, quase intransponível. Os 13 relatos aqui elencados, com predominância
para a presença de mulheres, materializam uma nuance da luta pela terra e pela
democratização da educação em diferentes níveis.
Neste memorial
sobre a luta pela terra nos castanhais da Amazônia Oriental, os educadores do
campo subvertem a ordem da condição subordinada, e se afirmam como
protagonistas e narradores da sua própria história.
As narrativas são
fragmentos dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) da turma de 2011, do curso
de Licenciatura Plena em Educação do Campo (LEPC), do Plano Nacional de
Formação dos Professores da Educação Básica (PARFOR), da Universidade Federal
do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
A organização do
livro é dos professores Rogerio Almeida, da Universidade Federal do Oeste do
Pará (UFOPA, Haroldo de Souza (Unifesspa) e da educadora Luciana Barbosa de
Melo, com edição e revisão de texto da professora e doutorando em Antropologia
da UFPA, Maria de Nazaré Trindade.
A capa é uma
gentileza do artista plástico e professor da Universidade Federal do Rio do Janeiro,
padre Ricardo Rezende, que na década de 1980 foi assessor da Comissão Pastoral
da Terra (CPT), em Conceição do Araguaia. Esta versão da obra resulta de uma parceria do
Curso de Educação do Campo da Unifesspa e da Editora Iguana, com sede em Marabá. A Iguana tem dedicado esforços em editar obras da luta popular.
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