segunda-feira, 30 de julho de 2018

Pistolagem no Pará: o grileiro Rafael Saldanha foi o responsável pelo ataque contra o MST em Marabá, no acampamento Hugo Chavez


Apesar de noticificada,  a PM não tomou nenhuma providência, acusa nota das Brigadas Populares




imagens retiradas das redes sociais



Com 450 famílias, no ano de 2014 o MST organizou e realizou a ocupação de uma área denominada fazenda Santa Tereza, no município de Marabá, no sudeste do Pará. A área havia sido apropriada por membro da família Mutran e há poucos anos repassada ao grileiro Rafael Saldanha.

Rafael Saldanha é um dos maiores usurpadores de terras públicas no sudeste do Pará, membro do grupo que articula policiais, milícias e pistoleiros para atacar trabalhadores rurais na região, é suspeito de participar da articulação que na década de 1990 mandou assassinar duas lideranças do MST, Fusquinha e Doutor.

Em novembro e dezembro de 2017 sob o comando do juiz da Vara Agrária de Marabá e da polícia militar do Estado, especializada para fazer os brutais despejos no campo, foram feitos despejos de entorno de 2.000 famílias, de suas áreas, para atender os interesses dos latifundiários.

Dentre estas áreas das famílias despejadas foi atingido o acampamento Hugo Chaves, com 450 famílias, que se deslocaram para área próxima onde tem escola que pudesse as crianças continuarem estudando até o final do período letivo.

No dia 26 de julho, após o dia de comemoração do trabalhador rural, as famílias resolveram retomar a área de onde foram despejadas. Na madrugada do dia 28, quando ainda estavam instalando os barracos do acampamento, as famílias foram surpreendidas por um contingente de homens que chegaram atirando e gritando para que todos deixassem o acampamento.

Foram três horas de terror. As famílias desprotegidas, em desesperos iam abandonando os barracos ao mesmo tempo em que os pistoleiros derrubavam e ateavam fogo, sem que as pessoas pudessem tirar seus pertences. Movidos pela fúria de destruição os pistoleiros atearam fogo também nos veículos que ali se encontravam (carros, motos...).

A direção do movimento recorreu à Delegacia Especial de Conflitos Agrários. O Delegado deixou claro que não iria intervir, segundo relato de uma das coordenadoras do movimento. Há denúncias da participação de policiais da DECA nessa covardia contra as famílias acampadas.    

Não temos dúvidas de que esta ação faz parte do plano montado para a região no qual fazem parte latifundiários, governo do Estado e empresários reacionários, para destruírem com a luta camponesa no Estado do Pará. É tanto que recentemente o candidato a presidente da república, Bolsonaro, juntamente com o ultra-reacionário deputado federal Elder Mauro, fizeram um comício na curva do S conclamando os fazendeiros a destruírem os movimentos da região.

Curva do S, símbolo da resistência camponesa da região, onde em 1996 o governo do PSDB autorizou o grande massacre de militantes do MST, com o assassinato covarde de 19 trabalhadores. Assim como também, no governo do PSDB, em maio de 2017, 15 policiais, também de forma covarde, assassinaram 10 trabalhadores e uma trabalhadora, no município de pau D’Arco, no sul do Pará. Os policiais assassinos estão soltos para mais execuções.

Nós, das Brigadas Populares, repudiamos esses atos covardes e assassinos! Repudiamos o papel do Estado em defesa do latifúndio e omissão em defesa dos trabalhadores! Conclamamos todos os movimentos sociais, sindicatos, estudantes e professores, para uma grande unidade em defesa da luta camponesa e pelo fim do latifúndio!
Mátria Livre!
Venceremos!
Marabá, 30 de julho de 2018.
Brigadas Populares - Pará


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