13 bombas enfeitam a orla da cidade de Santarém.
Elas possuem a missão de colocar a água do rio Tapajós de volta ao local de
origem. O comércio fica ali perto. Nele os proprietários improvisam passarelas
de madeira. Ao molde de palafitas, saca?
Os mosquitos fazem festa em lojas e lanchonetes. Árdua
tarefa tomar uma cerveja. Em alguns trechos é possível o deslocamento de
carros. As 13 bombas ao longo do rio soam obra de vanguarda, fosse uma
instalação da bienal em Sampa seria ovacionado o autor. Genial, exclamariam os
especialistas.
Musgos proliferam em poças de água. É bonito ver o
pessoal pescando sob o céu cor de rosa de fim de tarde, enquanto outros
caminham. O rio é a vida do lugar. Nesta época
do ano a noite demora a chegar. É mais de 19h, e o dia arde. Urubus,
gaivotas e andorinhas em revoada.
Aborrecentes fazem
algazarra. Como a gente é barulhento nesta fase. Despeço-me do rio. Atravesso a avenida. Uma poça
de água aqui. Outra ali. E ao fundo a música das bombas brigando com água do
belo Tapajós, prestes a ser ferido de morte por um monte de barragens.