Xingu e Tapajós sem barragens - Amanhã, ato em defesa da Amazônia

 
No dia 20 de abril faz 03 anos que ocorreu o ilegal leilão da UHE Belo Monte. No dia 19 de abril homenageamos os povos originários deste país, os povos indígenas. Assim, o Comitê Xingu Vivo e todas as entidades e indivíduos que fazem parte deste fórum, sindicatos; organizações ambientais; grupos de vegetarianos; coletivos de juventude; institutos de pesquisa e de assessoria a jovens e comunidades carentes; organizações partidárias; centrais sindicais; professores; pesquisadores e demais ativistas, definiram realizar um ato publico em apoio à luta indígena e contra os grandes projetos que destroem a Amazônia.
Este ato ocorrerá no dia 18 de abril, a partir das 08h30min, em frente a Assembléia Legislativa do Pará (ALEPA), no mesmo momento em que estará ocorrendo, neste mesmo local, uma sessão especial para discutir a situação dos povos indígenas no Pará, proposta pelo Deputado Estadual Edmilson Rodrigues.
Convidamos todas e todos a estar presente neste ato, demonstrando nossa indignação com os graves problemas que hoje são verificados na (Pan) Amazônia, fruto da implantação forçada, militarizada, de um projeto pensado ainda nos anos 50 e colocado em prática com mais ênfase no período da ditadura militar.
O resultado deste projeto, modelo de desenvolvimento atrasado, é a situação de completa insustentabilidade mundial, tanto no aspecto econômico, quanto nos aspectos sociais, ambientais, políticos e culturais.

 
DIA: 18 DE ABRIL DE 2013

HORA: A PARTIR DAS 08h30min

LOCAL: EM FRENTE A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO PARÁ (ALEPA)


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Grupo de Daniel Dantas ataca sem terra no Pará com pistoleiros e veveno, acusa CPT


Na última sexta feira, trabalhadores rurais que ocupavam a Fazenda Castanhais no município de Piçarra, prestaram depoimentos perante a Polícia Civil de Marabá (cópia em anexo), e relataram que o Grupo Santa Bárbara, contratou mais de uma dezena de pistoleiros para expulsar violentamente as 110 famílias que ocupam o imóvel há mais de 5 anos.
           
De acordo com o registrado no depoimento, os pistoleiros são levados para a Fazenda e contratados como vaqueiros, cerqueiro, inseminadores, etc, mas, na verdade o serviço é outro: a pistolagem. Fortemente armados com escopetas e revólveres, ameaçam os trabalhadores, interditam estradas, fazem revistas obrigando as todos a tirarem as roupas e ainda fotografam as pessoas.
           
No último dia 28 do mês corrente, uma senhora, moradora de um município nas proximidades da Fazenda dos Castanhais, procurou a CPT da região para denunciar que seu filho, de 19 anos, foi contratado por uma pessoa de uma empresa de segurança, para trabalhar na referida fazenda, segundo o contratante, o trabalho seria de vaqueiro. Alguns dias depois seu filho retornou e, quando questionado pela mãe sobre o serviço, informou que na verdade estava trabalhando, juntamente com outros contratados como "vigilante" da Fazenda. A mãe do rapaz então o questionou como ele estava trabalhando como vigilante se nunca fez um curso específico e não tem autorização para uso de armas. O rapaz então esclareceu para a mãe que, para não dar problema, a fazenda contrata todos como vaqueiros mas, na verdade, a tarefa deles é outra: expulsar sem terras da fazenda.
           
Preocupada com a situação de seu filho estar trabalhando como pistoleiro da fazenda, procurou ajuda na CPT. Orientada a registrar uma ocorrência na Delegacia ela se recusou, por medo de ameaças e devido seu filho já ter algumas passagens na polícia por prática de infrações penais. Solicitou inclusive que seu nome não fosse revelado.
           
No dia 25 de março, duas trabalhadoras rurais acampadas no interior da Fazenda Castanhais, compareceram no escritório da CPT de Marabá para fazer uma denúncia das violências que um grupo de pistoleiros estavam praticando contra as pessoas nas proximidades do acampamento: "Que um grupo de aproximadamente nove pessoas supostamente pistoleiros, ligadas à fazenda, portanto espingardas calibre 12, 20, 28 e revolveres, arma branca (facas) tem feito guarita na beira da estrada de acesso ao acampamento e ameaçado constantemente as pessoas que trafegam pelo local; Que essas pessoas não são da Empresa de Segurança que faz vigilância na área; Que alguns dos homes ficam apenas de shorts Jeans, outros usando roupa preta e capuz; Que as pessoas são obrigadas por eles a tirarem as roupas para serem "revistadas", são ameaçadas e sofrem agressões". Um dia após a denúncia houve um tiroteio no interior da fazenda no qual pistoleiros e trabalhadores saíram baleados. A denúncia foi encaminhada à
 
Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá e Redenção, no entanto, não se tem notícias de apuração.
Além da violência armada praticada por seguranças e pistoleiros, o Grupo Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas, tem se utilizado de outra prática criminosa contra famílias sem terra que ocupam suas propriedades: o uso de veneno. Nos últimos meses, três acampamentos de sem terra que estão localizados em fazendas do grupo (Fazendas: Cedro, Castanhais e Itacaiúnas), aviões do grupo despejaram veneno sobre as roças dos agricultores e sobre as moradias. O denúncia também foi registrada em depoimento prestado perante a autoridade policial na última sexta feira.
Marabá, 15 de abril de 2013.
Comissão Pastoral da Terra - CPT.
Movimento Sem Terra - MST.
FETAGRI regional sudeste.