quarta-feira, 14 de março de 2012

Poema parido no calor do Ver o Peso

Seis da tarde. Precipita a chuva sobre a baía. Um ronco de cuíca escapa da cela. Peixes ardem nas frigideiras. Peixeira dilacera vísceras. Afiada. Como uma mentira. Triste, como o cais. Falas retumbam ao mesmo tempo. Morrem ao mesmo tempo. Mentem ao mesmo instante. O cais não é um mar de rosas. É um oceano de vencidos. Vencidos não choram suas mortes. Apenas acolhem. Acomodam. Como a um bebê. Junto ao peito. Próximo ao coração despedaçado.

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